19/05/2006 - 09h33
Peça infantil "Galinhas Aéreas" usa técnicas de circo
GUSTAVO FIORATTI
do Guia da Folha
Galinhas são pássaros meio desajeitados que, com pouca ou nenhuma habilidade de voar, despertam simpatia, principalmente em crianças. Um bom perfil para a companhia Linhas Aéreas conceber os personagens de sua peça "Galinhas Aéreas", com direção de Carla Candiotto, que estréia no Teatro Cultura Inglesa de Pinheiros.
Ainda que o grupo mantenha sua característica acrobática, com excelência em números aéreos (de trapézio, por exemplo), a peça prima pela construção de suas personagens, numa aventura cheia de simbologias --entre elas, a do ovo como origem da vida. "Se há algum número circense, ele está em função da narrativa", explica a diretora.O mesmo argumento --de uma narrativa em primeiro plano, sem margem para pirotecnias-- responde pelo sucesso de
outros trabalhos da diretora. No grupo Le Plat du Jour, por exemplo, atuou em "Chapeuzinho Vermelho", peça que ela
ajudou a conceber e cujos personagens surgiam a partir de chapéus retirados de um armário.
Na nova trama, duas galinhas, ainda jovens e inexperientes, tomam conta de um ovo, que é roubado por um morcego.
O desespero toma conta da dupla, que agora precisa se organizar para recuperar o futuro bebê galináceo.
Onde: Cultura Inglesa Pinheiros (r. Dep. Lacerda Franco, 333, Pinheiros, região oeste, tel. 3814-0100).
194 lugares.
A partir de 3 anos.
Quando: Sáb. e dom.: 16h. Únicas apresentações.
Quanto: um livro usado em bom estado. Estac. c/ manob. (R$ 5).
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Quando ninguém mais achava possível, a esposa do velho Galo, a fêmea mais velha de todo o galinheiro, bota o primeiro ovo de sua vida. A comunidade galinácea festeja o surpreendente acontecimento até tarde da noite. No dia seguinte, porém, um grito faz tremer os poleiros, despertando todo mundo antes mesmo de o Galo cantar: é a idosa mãe, que descobre que seu ovo foi seqüestrado. No bilhete, os bandidos estabelecem a moeda para o resgate: uma linda franguinha em troca do ovo refém.
O eletrizante ponto de partida já dá o tom do espetáculo, no qual não faltam suspense, ação, emoção e muita trapalhada. A fim de concretizar as situações sugeridas no argumento escrito por Paulo Rogério Lopes, a diretora Carla Candiotto e a cenógrafa Daniela Garcia unem esforços com a Companhia Linhas Aéreas, conhecida pela criativa utilização de recursos expressivos do circo, do movimento e da ocupação do espaço aéreo no teatro.
Esta comédia infantil é livremente inspirada numa escultura: a obra Chicken Man Gong, de Enrico David, instalada na praça central da Tate Modern Gallery, em Londres. Multiartista, David passeia pelas linguagens do desenho, da pintura, da escultura e das instalações, produzindo um trabalho marcado por forte sentido de dramaticidade e humor. As afinidades com David - especialmente no que se refere ao uso de múltiplos canais para a expressão artística - estimularam a Companhia Linhas Aéreas na criação destas muito bem-humoradas Galinhas Aéreas.
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Jornal A Voz do Sudeste
05/11/07
Espetáculo premiado pelo “10. Cultura Inglesa Festival” - 2006
Ziquinha Frangola e Criselda Brown são duas jovens galinhas que sonham com seu primeiro ovo. Até que um dia, seu sonho se materializa de forma um pouco esquisita. O primeiro ovo do galinheiro não é botado por nenhuma das duas, mas por uma misteriosa galinha que, assim como veio, desaparece, e o abandona, deixando para as duas a tarefa de cuidar daquele ser tão precioso.
A alegria de Ziquinha e Criselda é imensa, o poleiro vira uma festa. Mas essa felicidade dura pouco. O morcego, vilão soturno e noturno, seqüestra o pobrezinho e indefeso ovo. Neste dia, um grito faz tremer as cercas, despertando todo mundo antes mesmo do Galo cantar. Elas têm de se unir como nunca, e precisarão chamar reforços também, para recuperar o precioso ovo.
Este eletrizante ponto de partida já dá o tom do espetáculo, no qual não faltam suspense, ação, emoção e muita trapalhada.
A fim de concretizar a criação destas muito bem-humoradas Galinhas Aéreas, a Companhia Linhas Aéreas, conhecida pela criativa utilização de recursos expressivos do circo, do movimento e da ocupação do espaço aéreo no teatro, chamou o dramaturgo Paulo Rogério Lopes, a diretora Carla Candiotto (cia. Le Plat du Jour), e a cenógrafa e figurinista Daniela Garcia.
A idéia de explorar esse universo parece ideal para a comunicação com as crianças: a figura dessas aves é simpática e divertida, muito familiar e presente no cotidiano de todos, exercendo, portanto, forte empatia. Por outro lado, por serem aves que não sabem voar, oferecem também um paradoxo que é um interessante mote criativo para a linguagem da Companhia. Além disso, possibilita diversas abordagens temáticas de relações entre os homens e os animais e, conseqüentemente, a natureza.
Assim como todos os trabalhos da Companhia Linhas Aéreas até hoje, este espetáculo foi criado a partir dos trabalhos práticos em sala de ensaio resultando numa estrutura que permite não só a ocupação aérea como participa da construção da dramaturgia.
São estes os dois pilares principais: a idéia de contar e desenvolver essa história aliada às possibilidades de ocupação dos espaços/cenografia, que são também o suporte das ações corporais da linguagem nos espetáculos da Linhas Aéreas.
A cenógrafa, Daniela Garcia, já realizou outros três trabalhos com a Companhia – um deles, o cenário de PEQUENO SONHO EM VERMELHO, indicado para o prêmio Shell de Teatro.
A Companhia Linhas Aéreas pesquisa a utilização dos recursos expressivos do circo, do movimento e da ocupação do espaço aéreo no teatro com o intuito de criar um fazer cênico próprio. Fundada em 1998, já montou sete espetáculos até hoje. Sua primeira experiência com teatro infantil foi em 2003, com o espetáculo “Enlouquecendo a Mamãe” – texto de Paulo Rogério Lopes e direção de Débora Dubois, que realizou diversas temporadas na cidade de São Paulo e percorreu também alguns Sescs da capital e interior.
FICHA TÉCNICA
GALINHAS AÉREAS é um espetáculo criado por
Carla Candiotto, Chris Belluomini, Paulo Rogério Lopes e Ziza Brisola.
Direção: Carla Candiotto
Dramaturgia: Paulo Rogério Lopes
Cenários e Figurinos: Daniela Garcia
Trilha: Hélio Ziskind
Desenho de Luz: Miló Martins
Adereços: Edu Paiva
Elenco:
Chris Belluomini
Ziza Brisola
Produção e Realização: Companhia Linhas Aéreas
SERVIÇO:
GALINHAS AÉREAS
de 03 de novembro a 16 de dezembro
Sábados e Domingos
16h00
Teatro Arthur Azevedo
Av. Paes de Barros, 955 - Mooca
Tel. 6605-8007
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Folha on Line
Blog do Marcelo Coelho
05/08/2006
Galinhas aéreas
Meninos pequenos, pela minha experiência, gostam de morcegos; meninos e meninas, cada qual a seu modo, ficam sempre intrigados quando ovos e galinhas estão em pauta. O desaparecimento de um ovo, e as responsabilidades de morcegos e outros bichos nessa história, garantem o interesse de “Galinhas aéreas”, peça infantil em cartaz no Teatro Cultura Inglesa Pinheiros, sábados e domingos às 16h. Duas atrizes-acrobatas-comediantes, disfarçadas de todo tipo de ave, combinam a representação teatral com momentos de espetáculo circense, fazendo com que as galinhas de fato voem pelo palco, conforme a promessa do título. “Galinhas Aéreas” significa, também, “galinhas distraídas”, e a surpresa final da trama, elucidando a relação das personagens com ovos, ninhos e bebês, tem tudo para ser ao mesmo tempo apaziguadora e estimulante para crianças pequenas. Pessoalmente, fico um pouco aflito com números de equilibrismo e acrobacia, mas as atrizes parecem crianças totalmente à vontade com suas brincadeiras e fantasias em cena.
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