REVISTA da HEBRAICA
(Magali)
Direto da feira
Na estréia de “Dom Caixote”, adultos e crianças se encantaram com a simplicidade da história contada pelo grupo Questão.
Com dramaturgia de Paulo Rogério Lopes e trilha sonora de Daniel Tauszig, o grupo Questão estreou a peça “Dom Caixote”, uma adaptação do quase homônimo Dom Quixote, de Cervantes.
Como todas as peças dirigidas por Heitor Goldflus (A Lenda de Um Golem...) a mais nova produção do Teatro da Juventude se destaca pela criatividade.É essa a tônica da interpretação do elenco, do figurino e da interação com o público. De acordo com o dramaturgo, os primeiros ingredientes utilizados para a preparação do texto foi um desafio. “A maioria dos integrantes do grupo tinha pouca vivência de palco, então surgiu a proposta de mantê-los no palco durante todo o espetáculo. Já a idéia de situar a peça em uma feira surgiu das minhas pesquisas sobre Cervantes.A segunda parte da história de Quixote, segundo o autor, saiu de um papel que servia como embrulho para um produto que ele teria comprado numa feira. A partir desta informação, a nossa história saiu de um livro que, ao invés de ter suas páginas utilizadas para embrulhar algo, servem para levar os feirantes numa viagem através da imaginação”, conta Lopes.
Ao assistir o espetáculo é difícil imaginar que os jovens que cantam, dançam e projetam a voz até o fundo do Anne Frank são iniciantes. Diante das bancas montadas no palco, os pré-universitários são convincentes como feirantes e a seqüência de canções deixa o público curioso sobre cada elemento que forma a figura de um cavaleiro.
Embora saiba que as músicas fazem parte do espetáculo, em um momento da estréia, a platéia não resistiu a aplaudir a canção, atrasando em um minuto a fala seguinte da peça.
Caio Zalc, Camila Marx Cohen, Dinah Novema, Eduardo Wahrhaftig, Gaza Schwarz Tenin, Guilad Haim, Heitor Gartner, Ilana Sznaider Kutner, Isaac Cattan, Marina F. Chevis, Noam Kramer, Renato Ghelfond, Stephany R. Chvaicer, Tâmara Gedankien, Victória Blat trabalharam durante seis meses na montagem da sua “feira”. Para vender seu peixe, eles se exercitaram com preparador corporal Marcos Suchara e aprenderam passo a passo as coreografias criadas por ele. Felipe Chagas ensinou a eles algumas técnicas circenses. Daniel Rocha ajudou a modular a voz dos feirantes e também participou da criação da trilha musical. “A música de Dom Caixote foi feita por mim, pelo Pipo (Felipe Grytz e pelo Daniel”, informava Daniel Tauszig aos que vinham cumprimentá-lo.
Paulo Rogério e Heitor criaram o cenário e também o clima mágico no qual um cavalete se transformou no cavalo do herói da história.
De todos os elogios recebidos pelos atores e pela equipe após a estréia, um não pode ainda ser traduzido em palavras. Gabriela Klabin, de 1 ano, que acompanhou os pais Marcelo e Lia ao espetáculo, demorou a se concentrar na movimentação do palco, mas nos minutos final, ela encostou o rostinho nas grades do local reservado aos carrinhos de nenê e só desviou o olhar os atores se postaram em frente ao público para os agradecimentos finais. Naquele momento, ela se juntou aos adultos um gesto que traduz contentamento. As palmas.
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