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EVENTO - 18/09/2007 21:12
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"BISBIGLIO" RETRATA VIDA E INCERTEZAS DE MORADORES DE RUA
Uma carroça artesanalmente feita de material reciclável, duas atrizes e, claro, o público. Apenas isso foi necessário para contar a história das duas moradoras de rua, Palha e Branca, na peça Bisbiglio, apresentada segunda-feira [17], no Espaço Cultural da CPTM, na Estação Brás.
Tendo como ponto de partida a vida dos moradores de rua, a peça revela a história de duas personagens que, após se conhecerem, passam a contar seus próprios casos, exprimindo questões humanas comuns, como injustiça, loucura, filosofia, religião, além de comentarem sobre o passado, presente e futuro.
Adriana Cardeal, 29 anos, vendedora autônoma, veio para o Brás especialmente para assistir ao espetáculo. "Acho a iniciativa de apresentar peças em um espaço público importante. Adoro teatro e vim conferir, estou curiosa".
Alessandro da Conceição, 33, também estava interessado, observando a carroça que ilustrava a montagem. "Estou achando bem legal", disse. Seu colega, Geslei Wellington dos Santos, de 32, também aprovou. "Cultura enobrece qualquer um, então acho que a idéia de levá-la a quem nem sempre tem acesso é boa", declarou.
Iniciada a peça, os curiosos foram se aproximando. Em pouco tempo, os usuários que passavam pararam para assistir ao espetáculo. Logo o Espaço Cultural já estava cheio.
Após a montagem, tanto Adriana quanto os colegas Alessandro e Geslei estavam deslumbrados. "Achei maravilhoso", avaliou Geslei.
Na Luz
Nesta terça-feira [18], foi a vez da Estação da Luz receber a peça Bisbiglio. Encenado no saguão de acesso aos trens, a carroça atraiu rapidamente um grande público que se juntou para assistir ao espetáculo.
Ao final, as pessoas estavam satisfeitas com o resultado. "Achei a peça genial", definiu a jornalista Mônica Mortara, 48 anos. "É uma temática pertinente nos nossos dias, e a oportunidade de ver em um espaço público é fantástica".
Josefa Santos, 44 anos, consultora de motivação, também compartilha da mesma opinião e sugere: "Deveria haver mais apresentações desse tipo".
A psicoterapeuta Lúcia Rosenberg, de 50 anos, veio especialmente para assistir à peça e não se arrependeu. "Considero tudo um elogio à arte: o cenário, o figurino e claro, as atrizes que se desdobram e levam esse trabalho para o público".
Cida Almeida e Sofia Papo, as duas atrizes em cena, comentaram sobre a peça e sobre o retorno do público. "Tomamos como ponto de partida os homeless, moradores de rua", explicou Cida. "Estávamos descontentes com essa situação, as pessoas passam pelos moradores de rua e nem sequer os notam. Quisemos chamar a atenção e dizer ‘ei, você, isso existe, viu?’", completou Sofia.
Quando questionada sobre a sensação de se apresentar em um local público como uma estação de trem, Cida foi enfática: "Foi lindo ver as pessoas disponibilizando seu tempo para assistir a peça". Sofia confessou que no começo ficou receosa. "Pensávamos, ‘será que as pessoas vão parar?’. E elas pararam", analisou Sofia. Sobre o aspecto mais positivo das apresentações em lugares públicos, Sofia diz que o melhor é a proximidade com o povo, diferente de quando se está no palco.
Bisbiglio, a palavra de origem italiana se aproxima de "bisbilhotar", em português, e define bem o objetivo da montagem: retratar o mundo particular dos moradores de rua e chamar atenção para esse problema social.
Lenise Pinheiro
10/09/2007
Sigo adiante, novas praças, de frente para a carroça de Marco Lima
em "Bisbiglio". Reencontro Cida Almeida e Sofia Papo, atrizes sagradas
nos trilhos de Alfredo Mesquita, que fundou a Escola de Arte Dramática.
Apresentadas a mim, 25 anos atrás, por outro Alfredo, o Damiano.
Um coração que já bate no compasso da Eternidade. Longe de mim.
Meu primeiro parceiro de Teatro. Fiquei meio do palco, minha máquina e eu,
e ele foi embora dizendo... MERDA!!!!
De volta às carroças e às praças, conheci uma dupla de um homem só.
Tonheta + Antônio Nóbrega em "Brincante". Antes da Purpurina,
antes dos prêmios, longe da fama. Perto das Estrelas.
Encantamento revivido na dupla Palha e Branca do texto de "Bisbiglio".