Outro dia vi retratada num filme a história de uma vizinha minha. Quer dizer: não era bem a história dessa minha vizinha, se passava em outra data, em outro país, mas era quase a mesma coisa, a mesma maquiagem carregada mesmo debaixo do sol, e coisas assim, que chamam a atenção.
Como uma piada que a gente conhece mas não se lembra bem de como termina...
E são mesmo uma espécie de piada, essa gente com jeito da minha vizinha. Um tipo de piada de Deus!
Mas o senso de humor de Deus parece que não é tão fértil como o seu senso trágico, então ele acaba se repetindo nessas suas piadas. Muito parecidas, feito fórmula. E, no entanto ainda humanas...
A minha vizinha: humana! Imagina!
Só percebi depois. Precisou da distância de outras histórias.
E eu que um dia jurei que ela era assombração. Acreditei que era doente. Sonhei que estava morta. Imaginei se tinha amado, ...
E no entanto era apenas humana.
(clipping)