É noite na cidade grande.
Um acidente de rua provoca um estranho vínculo entre Testemunha e Vítima, fundindo suas histórias.
Como que movido por um jogo, a Testemunha abre mão de sua "rota pessoal" e assume temporariamente o destino da Vítima: o encontro com uma das dançarinas do "Fronteiras".
"Fronteiras" é a região onde o real funde-se com o onírico naturalmente, sem choques, sem limites definidos: o amor, as angústias, as esperas ganham corpo e passam de "conceitos" à "formas físicas"; o mesmo ocorre com o contrário: locais concretos viram "abstrações espaciais".
Nesta região sem leis - físicas, morais ou lógicas - a Testemunha (Matheus) inicia uma jornada sensorial a caminho do instante em que a história da Vítima (Bastião) fundirá novamente com a sua, encerrando mais uma etapa do jogo: o encontro com a dançarina (Catirina).
Para contar este encontro de Matheus com Catirina, a "Cia. Cênica Nau de Ícaros" foi buscar nas "brincadeiras" do "Cavalo Marinho" a entrega da poesia popular como contraponto aos reflexos urbanos, para a criação de um espetáculo/festa situado na fronteira entre a tradição e a ruptura - ética, estética e afetiva.
(clipping)