Seis conselhos para um eficaz ERE*

(+1 de bónus)

Seis conselhos (+1 de bónus) para um eficaz ERE*

Tem algum conselho extra que gostaria de dar neste novo ERE*?

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* Ensino Remoto de Emergência (o que estivemos a fazer durante os primeiros 4 meses da pandemia - de 16 de março a 16 de Julho de 2020).

Data da 1ª publicação: domingo de Páscoa [12 abril 2020]

1. Menos é mais

Não diversifique nas ferramentas digitais (a menos que já tenha algum conhecimento prévio). Menos é sempre mais! Se fizer isso vai diminuir a sua frustração e desespero! 

2. Utilize o que já tem

Esqueça o Zoom e o Webex e tantos outros programas de videoconferência que por aí andam! Se tem na escola o Google Meet (ou o Microsoft Teams) mantenha-se fiel a ele. 

Chega de sobra para o que precisa! Além disso a maior parte do trabalho nem vai acontecer aí! A maior parte do trabalho vai ser dentro da plataforma de ensino, qualquer que ela seja (ler o conselho 4).

3. Navegadores há muitos - escolha o mais popular e não deixe de criar perfis...

Utilize o navegador Google Chrome. Mas isso não basta. 

Crie imediatamente os seus diferentes perfis (conta pessoal do pai, conta pessoal da mãe, conta escolar da Mãe, conta escolar do filho, etc.). 

Este conselho é válido para todos os utilizadores quer sejam professores ou alunos. [Veja já como deve proceder?]

4. Ciclo de trabalho de uma disciplina online (ou presencial)

O "verdadeiro" trabalho e todas as eventuais dificuldades não se vão colocar ao nível do domínio técnico da plataforma de ensino (Google Classroom, Moodle ou outra qualquer) onde criou a nova disciplina. 

As "enormes" horas de trabalho e a grande parte das dúvidas surgem a partir daí, ou seja, na construção e/ou adaptação (que por vezes é mais trabalhosa do que construir de raiz) de conteúdos pedagógicos que "preencham" semana após semana os conteúdos e as "propostas de trabalho" da minha disciplina, que seguidamente terá de ser testada, enviada, recolhida, avaliada e entregue aos alunos. 

Na semana seguinte repetimos o ciclo: construir, testar, enviar, avaliar, entregar e... mais uma semana voltamos a: construir, testar, enviar, avaliar e entregar...  percebeu a ideia, certo? 

As tarefas que consomem mais tempo são sempre a primeira e a penúltima, ou seja, o "construir" e o "avaliar". Nas aulas presenciais, na maior parte das disciplinas, não é necessário "construir" pois já temos (quase) tudo nos manuais da disciplina! Sobra então o "avaliar" que consome sempre bastante tempo quer seja a avaliação tradicional de papel e caneta, quer seja no formato digital com o computador e a Internet. Se ficou de algum modo assustado/preocupado, sugiro a leitura do conselho bónus 7, no final desta página. Vá lá agora!

5. Aulas "em direto"

A aula "em direto" ou em videoconferência têm características diferentes da aula presencial convencional. Curiosamente a primeira parte do nome videoconferência - video (da webcam) é o que menos importa quando comparado com o áudio da nossa voz, que é fundamental, e a partilha de ecrã que é o nosso, não menos fundamental "quadro da sala de aula". Ao planear o seu agendamento, as aulas "em direto" devem ser bem mais curtas e divididas em dois tipos distintos: 

Em termos práticos, tipicamente, uma aula convencional de 90 minutos deve ser reduzida a cerca de 30 a 45 minutos e deve ter um carácter mais expositivo e/ou demonstrativo com pouca (ou nenhuma) interação por parte dos alunos. A seguir (na mesma semana, por exemplo) deve agendar uma outra aula "em direto" somente para tirar dúvidas onde  pode convocar toda a turma ou somente os alunos com dúvidas ou que não entregaram (ou entregaram incompleto) o trabalho da semana. Todo este agendamento deve ser feito através de uma plataforma de ensino, que afinal está lá para isso mesmo! 

Se estiver a utilizar a plataforma Google Classroom esta permite associar um endereço permanente de video conferencia (Google Meet) à disciplina para facilitar o acesso a estes momentos síncronos com hora marcada - a aula "em direto". Por outro lado deve criar eventos de calendário para cada uma das suas aulas "em direto". Não se esqueça de adicionar os seus alunos aos referidos eventos, assim fica tudo registado num único local - o Calendário. Caso ainda não se tenha apercebido o Google Classroom cria um novo calendário para cada uma das turmas lá criadas.

Como criar uma aula "em direto" com o Google Meet: [Video tutorial "A Pensar em...", 12min.]

6. "Dialogar" com os alunos através de emails individuais: fora de questão! Utilize um e-mail de grupo. Sim, mas...

Evite, a todo o custo, manter "conversas" com os alunos através de mensagens de e-mail individuais. A ferramenta de e-mail tem características únicas que em nada facilitam o dialogo de um para muitos (um professor, vários alunos), a saber: é desorganizado, tem uma hierarquia "frágil", a facilidade na eliminação indevida de mensagens e a gestão individual das mensagens de email (ler, etiquetar, arquivar, eliminar, etc.) consome demasiado tempo, é desgastante.

Deve, em alternativa, utilizar um E-mail de Grupo mas atenção, já gastámos demasiada tinta sobre os equívocos que alguns professores insistem em manter sobre este assunto, assim, e só se for o caso, não deixe de ler esta entrada: Tudo sobre e-mails de grupo

Se estiver a utilizar o Classroom tem a vida facilitada e pode dispensar a criação de um e-mail de Grupo, pois o seu "fórum central" conhecido por Stream, permite manter uma comunicação assíncrona que pode ser mais ou menos "ruidosa", dependendo da sua configuração (3 niveis distintos de configuração). Apesar de ser um bom ponto de partida o Stream tem as suas limitações, assim, caso se sinta à vontade, deve optar pela criação do referido e-mail de Grupo, um por turma ou um por disciplina se preferir.

[Conselho bónus]

Crise?! Pode ser uma oportunidade de aprendizagem...

Relaxe, respire fundo - estamos TODOS a fazer o nosso melhor (acho!) e a mais não devíamos ser obrigados! 

Partilhe estes conselhos com os seus colegas de trabalho e tente converter este momento de crise numa (pequena, que seja) oportunidade de aprendizagem

Estamos juntos.

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