Normas de transcrição

Normas de transcrição

Tendo em vista a tradição empregada na transcrição grafemática das entrevistas em cada centro de pesquisa, as regras empregadas no Brasil (PB) e em Portugal (PE) apresentam diferenças.

A seguir, detalha-se o significado de cada convenção empregada nas transcrições do PB (Português Brasileiro) e do PE (Português Europeu):

a) Nas transcrições das entrevistas do PB:

Observações:

1. Iniciais maiúsculas só para nomes próprios (figuras públicas, locais etc.) ou para siglas.

2. Se houver nomes citados durante a entrevista (o nome do informante, por exemplo), usar os seguintes “códigos”, para que seus nomes não sejam divulgados: LM, no caso de informante/ locutor masculino; LF, no caso de informante/ locutor feminino; D, no caso do documentador.

Ex.:

D: bem... Maria... você trabalha? = D: bem... LF... você trabalha?

L: Silvia... trabalho demais da conta = L: D... trabalho demais da conta

Outras pessoas citadas serão identificadas por M. (no caso de masculino) ou por F. (no caso de feminino).

3. Fáticos: ah, eh, ih, oh, uh, ahn, ehn, uhn, tá, né, ó (=olha), pô. (Obs.: Diferenciar eh (marcador, interjeição) / é (verbo); né (marcador) / não é (verbo))

4. Números: por extenso.

5. Não se usa o ponto de exclamação.

6. Podem-se combinar sinais (::...).

7. Não se usam sinais da língua escrita (vírgula, ponto etc).

8. A transcrição não é fonética; deve-se seguir, em linhas gerais, a ortografia-padrão – qualquer pronúncia de você: “você, ocê, ce” = você; “dum, de um, duma, de uma” = de um, de uma; “pruma, pra uma” = pra uma; “prum, pra um” = pra um; “cantaru, cantarum” = cantaram; “cantum, cantaum” = cantam; etc. Registrar os grafemas finais de “falou”, “tou”; “cantar”, “saber”; “vamos” – independentemente da pronúncia.

Algumas concessões à pronúncia (usos muito cristalizados):

i) Registrar “da”, “do”, “na”, “no”, “num”, “numa”.

ii) Registrar “pra(s)/ pro(s)”, quando se fala “pra” e “pa” / “pro”; registrar “para” quando se fala “para”.

iii) Registrar as variantes de “estar” da forma como forem ditas, de fato, pelo informante: tá, tou, tava ou está, estou, estavam, etc.

iv) Registrar “vô” (= avô)

9. Antes da fala do documentador, colocar D: (se houver mais de um: D e D2)

Antes da fala do informante, colocar L: (se houver mais de um: L e L2)

b) Nas transcrições das entrevistas do PE:

Observações:

1.Iniciais maiúsculas só para nomes próprios.

2.I = Informante; D = Documentador / inquiridor.

3.Não há sinais de pontuação, exceto ? e !.

4.Várias instanciações da mesma palavra: transcrevem-se todas (por ex.: a a a a caixa).

5.Faltas de concordância: mantêm-se, sem correção.

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Exemplos de transcrição: