ATIVIDADE FUNDAMENTAL II

Meu Lugar de Fala 

Há tempos buscasse estratégias, formas e mecanismos de resolver as questões e os entraves relacionados ao fazer escolar, principalmente no que se refere a lidar com os jovens, crianças e adolescentes. Discute-se o comportamento, o interesse, ou a falta de interesse nos assuntos escolares, as distrações, o conflito de gerações, o desânimo, a rebeldia, a violência...Mas, afinal, quais são as aflições e desejos dos jovens?

Seminários, congressos, livros e mais livros são escritos sobre o tema, gerando-se intensos debates e propostas para resolver tais questões. Porém, muitas vezes esses debates se realizam de forma adultocêntrica, ou seja, apenas entre os adultos, destacando-se os especialistas, pais e educadores, sem levar em conta os conhecimentos de quem está inserido nessa realidade, como por exemplo, os próprios alunos.

Eles, os jovens, não encontram um Lugar de Fala nesse cenário; os grêmios estudantis, os conselhos mirins, ou mesmo os conselhos de classe participativos, praticamente não existem mais e, quando existem, seus debates são direcionados, "organizados", para que discutam algo que os adultos precisam, desejam ou que imaginam ser o melhor para esses jovens.

Essa tendência vai na contramão do que deveria ser um lugar de dialogo, um lugar aonde a criança e o adolescente tem voz e vez. Dessa forma, deixamos de refletir sobre a importância de se levar em conta o que dizem eles sobre a vida escolar, sobre sua própria vida, sobre seus desejos, gostos, sabores e amores. E se não os ouvimos, não os entendemos!

Para compreender e repensar a escola hoje, é mais que premente que entendamos que as crianças e os adolescentes são sujeitos, capazes de falar e expor sua posição no mundo. Para tanto, precisamos abrir os canais de comunicação, precisamos buscar entender do que os jovens gostam de falar, entender as músicas que ouvem, as roupas que usam, os filmes e séries que assistem, os games, jogos e brincadeiras que fazem, os "influencers" que seguem, e por que seguem. 

Ou seja, é preciso romper com à visão mais tradicional, mudar de paradigma, sem medo de perder o controle, a autoridade. Precisamos saber lidar com essa tensão entre o novo e o conservador e experimentar, ousar, provocar um processo inovador - disruptivo -.

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