O que é?
Como aplicar?
As pesquisas exploratórias visam uma maior familiaridade do pesquisador com o tema, que pode ser constituído com base em hipóteses ou intuições. Os assuntos das pesquisas exploratórias, geralmente, são pouco conhecidos e, por isto, este tipo de pesquisa costumar envolver grandes levantamentos bibliográficos, citações e exemplos que facilitem o entendimento do assunto, além de entrevistas com pessoas que passam pelo problema ou já superaram. Pesquisas bibliográficas e estudos de caso são muito utilizados nas pesquisas exploratórias, que contam muito com a intuição do pesquisador, dependendo bastante do seu trabalho.
Pesquisa Exploratória é a pesquisa de campo preliminar que auxilia a equipe no entendimento do contexto a ser trabalhado e fornece insumos para a definição de perfis de usuário, atores e ambientes ou momentos do ciclo de vida do produto/serviço que serão explorados nas fases iniciais (VIANNA et al., 2012). Confira este vídeo sobre o que é Pesquisa Exploratória:
Quando falamos em pesquisas relacionadas à objetivos, podemos classificar pesquisas em três tipos: Pesquisa Exploratória, Pesquisa Descritiva e Pesquisa Explicativa. A Pesquisa Exploratória está destacada em azul porque ela é também uma técnica de Design Thinking e é explicada em mais detalhes a seguir.
A Pesquisa Exploratória é aplicada por meio da observação participante, que é uma técnica de pesquisa qualitativa oriunda da antropologia social (VIANNA et al., 2012). A equipe de projeto sai às ruas para observar e interagir com pessoas envolvidas no contexto do projeto (VIANNA et al., 2012). Procura-se por locais relevantes para o entendimento do assunto trabalhado e usuários do produto/serviço, além de indivíduos que atuam no ambiente de comercialização, uso ou suporte.
O principal recurso da Pesquisa Exploratória são as entrevistas feitas de forma direta e por isso, alguns recursos utilizados são: a gravação, o espelho para que os participantes sejam observados sem que se sintam intimidados.
Quando usar?
Exemplo
Confira este exemplo sobre o entendimento do troco (VIANNA et al., 2012):
Num projeto sobre venda de título de capitalização de baixo valor, a pesquisa exploratória foi iniciada com um passeio pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro sem rumo certo, com o objetivo de compreender a questão do troco sob o ponto de vista dos micro e pequenos comerciantes.
O que foi visto
- Numa banca de jornal, descobriu-se que a maior dificuldade é conseguir notas de R$2,00 e de R$ 5,00. Para o jornaleiro, o importante é se preparar, juntando R$ 50,00 em moedas para começar o dia, ou trocando notas de maior valor, sempre que elas aparecem.
Segundo ele, a maior parte dos clientes faz questão de receber o troco “em dinheiro vivo” e é de praxe considerar de mau-tom oferecer outros produtos em troca das moedas. A maioria prefere dar desconto, para não desagradar o cliente.
- Para o balconista da loja de sucos o pior dia é a sexta-feira, muito embora ele não saiba explicar o porquê.
- Nas lotéricas, a história varia. Muitos camelôs costumam pagar contas com sacos de moedas, porque precisam se livrar delas, e sabem que em determinados lugares, ao contrário do que se possa pensar, elas são até bem-vindas. Mas aí é preciso contar tudo isso. E depois, o troco dado a outras pessoas pode ficar farto em moedas, o que muitas vezes é um problema para elas.
- Nos estabelecimentos de redes de lanchonete e dos Correios, as empresas de transporte de valores (carros-forte) resolvem a falta de moedas trazendo sacos de moedas.
- O caixa da padaria fez um relato um pouco diferente: o sujeito, possivelmente dono, disse que vai à Casa da Moeda toda semana para “comprar” R$ 1.000,00 em moedas. Quando o troco acaba, ele
não pede aos conhecidos nem sugere produtos de menor valor aos potenciais clientes. Sua inusitada estratégia é sugerir a devolução da mercadoria, e, então, o troco aparece:
“90% do problema de troco é má vontade das pessoas em procurá-lo no bolso. Fora isso, muita gente não quer perder as moedas e prefere dizer que não tem”.
- O guardador de carros levantou um aspecto muito interessante da economia informal. Segundo ele, a partir do segundo semestre daquele ano, moedas de R$ 1,00 começaram a sumir por conta do hábito que muitas pessoas possuem de guardá-las num cofrinho, como um 13º salário a ser “sacado” no fim do ano. A mesma história foi reportada pelo atendente da fotocopiadora e pelo sapateiro.
Algumas conclusões
Esse primeiro contato com o tema do projeto permitiu algumas conclusões a respeito da escassez do troco que podem ser interessantes pontos iniciais para um projeto inovador:
Troco, no Brasil, se resolve mantendo uma rede de relacionamentos. Quem não tem amigos com quem possa contar, não sobrevive a um dia de trabalho.
Um dos vilões da venda de um produto de baixo valor associado ao troco pode ser o cofrinho de moedas de R$ 1,00, usado como abono de fim de ano.
Para propiciar a familiarização dos membros da equipe com as realidades de uso dos produtos e serviços que serão explorados ao longo do projeto (VIANNA et al., 2012). A aproximação com os usuários finais e atores do contexto fornece um maior conhecimento de suas demandas e necessidades latentes, processo esse que possibilita a elaboração de um protocolo de pesquisa mais assertivo para que sejam capturados insights relevantes (VIANNA et al., 2012).
Prós
- Tratar assuntos que sejam polêmicos sobre o ambiente organizacional, ou assuntos que sejam tabus na sociedade
Contras
- A interpretação das respostas poderá caber a somente um entrevistador da Pesquisa Exploratória
Categoria
- Observação
- Coleta de dados
- Levantamento de preliminar de dados
Referências
- Vianna, Mauricio; Vianna, Ysmar; Adler, Isabel; Lucena, Brenda; Russo, Beatriz. Design Thinking: inovação em negócios. Rio de Janeiro: MJV Press, 2012
- Observatório em CT&I. Entenda a diferença entre pesquisa exploratória, explicativa e descritiva. Disponível em: http://observatorio.fiocruz.br/em-foco/noticias/entenda-diferenca-entre-pesquisa-exploratoria-descritiva-e-explicativa
- Casa da Consultoria. Pesquisa Exploratória.Disponível em: http://casadaconsultoria.com.br/pesquisa-exploratoria/
- Ferramentas de Design Thinking: a importância da Pesquisa Exploratória. Disponível em: http://blog.mjv.com.br/ferramentas-de-design-thinking-pesquisa-exploratoria