O que é?
Como aplicar?
O Mapa Cognitivo é uma técnica de visualização de informações que pode ser usado como ferramenta de tomada de decisão e senso, sendo seu objetivo revelar como as pessoas pensam sobre um espaço problemático e visualizar como eles processam e fazem sentido de sua experiência (HANINGTON e MARTIN, 2012). O objetivo de um Mapa Cognitivo consiste em auxiliar no desenvolvimento de um diálogo com os atores, gerando, assim, grande volume de informações sobre a situação analisada (PINHEIRO et al., 2008).
O Mapa Cognitivo, apesar de ser semelhante aos mapas conceitual e mental, difere destes, pois, foi projetado para ser uma ferramenta de tomada de decisão que pode informar uma direção estratégica. Além disso, possui formato e estrutura que não requer um nó central que funcione como foco de visualização e raramente faz uso de imagens, sendo seus nós constituídos de palavras e frases exatas e faladas pelos participantes (HANINGTON e MARTIN, 2012).
Quando aplicar?
Veja os passos a seguir sobre a construção de Mapa Cognitivo (ITA. 2010).
Definição de um rótulo para o problema: encontre um nome que descreva o problema em questão, de modo que os decisores o considerem adequado, delimitando, assim, o contexto decisório de acordo com os aspectos mais relevantes envolvidos com a resolução do problema do decisor.
Definição dos Elementos Primários de Avaliação (EPAs): Servem como início para o desenvolvimento do mapa e estão constituídos por objetivos, valores dos decisores, metas, ações, opções e alternativas. Quanto mais EPAs, mais rico será o mapa.
Construção de cada conceito a partir dos EPAs: Cada conceito que é constituído a partir do EPA está baseado nas ações que o contexto sugere, explicitando-o em verbo infinitivo. É importante também considerar o polo oposto psicológico e não o lógico, ou seja, considerando o contexto do problema e não somente os opostos naturais do verbo. Cada conceito deve ser o mais abreviado possível, buscando sempre manter as palavras e frases utilizadas pelo decisor.
Construção da hierarquia de conceitos: após definir os conceitos, é importante relacionar por meio de ligações de influência, aos fins aos quais ele se destina e os meios para chegar a esse conceito, fazendo as seguintes perguntas: "Por que é importante esse conceito?" e "Como você poderia obter tal conceito?", respectivamente.
Exemplo
É recomendado usar o Mapa Cognitivo para facilitar o processo de tomada de notas durante as entrevistas e na transcrição de dados qualitativos baseados em texto (HANINGTON e MARTIN, 2012). É usado para representar possíveis padrões de relações entre conceitos e estruturas cognitivas básicas através das quais os problemas estratégicos são compreendidos.
Prós
- Permite uma redução drástica de dados, facilitando assim extremamente o processo de análise
- Permite exibir vários significados de um único termo, frase ou conceito de todas as entrevistas em um único mapa
Contras
- Complexidade em termos da construção de vínculos entre eventos, termos e conceitos
- Eventos complexos e visualizações simplificadas em uma única palavra, frase ou conceito durante a análise de dados podem causar mal entendidos na imagem geral do evento
Categoria
- Negócios
- Tomada de decisão
Parte do Mapa Cognitivo desenvolvido para uma empresa Alfa (PESSOA, 2015)
Como podemos observar acima, os conceitos de número 6 ("Aumentar as vendas") e 24 ("Aumentar a força da marca") consistem em duas metas a serem atingidas pela empresa, enquanto os conceitos 1 ("Reestruturar a relação entre o número de serviços prestados e o número de produtos fabricados"), 15 ("Criar uma metodologia seletiva de atendimento via redes sociais"), 7 ("Elaborar estratégias de marketing") e 14 ("Implantação da loja virtual") correspondem às direções estratégicas que irão contribuir para tal realização. Por fim, tem-se, na base do mapa, os conceitos 5 ("Elaborar fluxograma do processo produtivo"), 19 ("Estabelecer prazo para a realização do orçamento") e 21 (" Estabelecer prazo para a entrega do produto") como opções potenciais, ou seja, ações a serem realizadas como suporte à resolução de questões críticas/centrais apontadas no mapa (PESSOA, 2015).
Referências
- Hanington, B., & Martin, B. (2012). Universal methods of design: 100 ways to research complex problems, develop innovative ideas, and design effective solutions. Rockport Publishers
- Pinheiro, P. R., Souza, G. G. C. D., & Castro, A. K. A. D. (2008). Estruturação do problema multicritério para produção de jornal. Pesquisa Operacional, 28(2), 203-216.
- ITA, R. S. G. C., & ITA, M. C. N. B. (2010). Aplicação do mapeamento cognitivo a um problema de decisão do setor aeroespacial de defesa do Brasil. Disponível em: https://www.marinha.mil.br/spolm/sites/www.marinha.mil.br.spolm/files/74228.pdf
- Pessoa, M. B. D. (2015). Proposta de uma metodologia inovadora utilizando-se de Mapeamento Cognitivo e Balanced Scorecard: um estudo de caso em uma microempresa. Espacios. Disponível em: http://www.revistaespacios.com/a15v36n11/15361110.html