INFÂNCIA, GÊNERO E MÍDIA

APRESENTAÇÃO

As questões referentes à infância, gênero e mídia são recorrentes no cenário nacional atual. O conjunto de textos disponibilizados pretende tencionar este três conceitos e abordar temas como cultura midiática na educação infantil; feminilidades infantis; as crianças e a mídia; a luta por creche e o feminismo; gênero, sexo e sexulidade; meninos e meninas na educação infantil: cotidiano e práticas de poder. Há, ainda, o documento “Orientações quanto ao uso das mídias na Educação Infantil” da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis. 

DOCUMENTOS

As Crianças e a Mídia: uma abordagem sob a ótica dos Estudos Culturais

BUCKINGHAM, David. As crianças e a mídia: uma abordagem sob a ótica dos Estudos Culturais. Matrizes, São Paulo, ano 5 – nº 2 jan./jun. 2012. 

RESUMO: 

Ao desafiar a psicologia tradicional e a pesquisa sobre os efeitos da mídia, o texto propõe uma abordagem para estudo das correlações das crianças com a mídia, com foco na televisão, retomando a abordagem dos Estudos Culturais, embora as pesquisas do Centro de Birmingham não tenham se dedicado a essa faixa etária. O trabalho utiliza o modelo de circuito cultural, refuta a visão de significado como algo que a mídia distribui a públicos passivos e afirma que o público é ativo, mas atua sob condições que não são de sua própria escolha. No caso das crianças, suas relações com a mídia são estruturadas e restringidas por discursos e instituições sociais mais amplos, que procuram definir a infância de determinadas formas.

Orientações Quanto ao Uso das Mídias na Educação Infantil

FLORIANÓPOLIS/SME. Orientações quanto ao uso das mídias na Educação Infantil. Disponível em: http://www.pmf.sc.gov.br/entidades/educa/index.php?cms=legislacao++leis+e+orientacoes+++dei&menu=9&submenuid=254

RESUMO: 

O documento elaborado pela Diretoria de Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis tem por objetivo sensibilizar as (os) profissionais que atuam diretamente com as crianças para uma reflexão sobre o uso das mídias no cotidiano da Educação Infantil, provocando um olhar mais aprofundado sobre estes recursos tecnológicos e pedagógico, dando ênfase ao aparelho de televisão. 

“Super-Meninas em: o poder do rosa!?!” Por uma compreensão das feminilidades infantis a partir dos estudos de mídia, gênero e infância

ODININO, Juliane Di Paula Queiroz. “Super-Meninas em: o poder do rosa!?!” Por uma compreensão das feminilidades infantis a partir dos estudos de mídia, gênero e infância. Perspectiva, Florianópolis, v. 33, n. 3, p. 887 - 913, set./dez. 2015. Disponível em:

Resumo:

O presente artigo problematiza o lugar social e cultural da menina, no contexto da cultura midiática globalizada. O recorte analítico remete à pesquisas realizadas com crianças de séries iniciais, da região da grande Florianópolis, em seus contextos escolares e da presença de referenciais identitários que culminam na imagem da que denominamos Menina-Super-Poder-Rosa. Tal imagem congrega elementos e características que se voltam a uma espécie de feminilidade infantil contemporânea, onde é possível constatar matrizes culturais mais tradicionais. Nesse sentido, figuram aspectos ligados à passividade e à subserviência feminina ao lado de características mais atuais relacionadas às conquistas feministas e ao empoderamento das mulheres. Como resultado, notou-se que as feminilidades infantis por mais que tenham avançado rumo à igualdade de direitos e à liberdade de expressão, ainda continuam ocupando um lugar de subalternidade, de inferiorização e de naturalização das diferenças, sendo cristalizadas em práticas sexistas e discriminatórias, as quais são vivenciadas e reproduzidas cotidianamente nas interrelações infantis. 

“Meninas não desenham carros... mas tem meninas que desenham”: culturas infantis, relações de gênero e histórias em quadrinhos 

SILVA, Marta Regina Paulo da “Meninas não desenham carros... mas tem meninas que desenham”: culturas infantis, relações de gênero e histórias em quadrinhos. Perspectiva,  Florianópolis, v. 33, n. 3, p. 983 - 1009, set./dez. 2015.  

Disponível em:

RESUMO:

Este artigo discute a produção das culturas infantis a partir das experiências de meninos e meninas, de 3 a 5 anos de idade, com a linguagem das histórias em quadrinhos (HQs), tendo como foco as relações de gênero. Reconhece as HQs como uma das produções midiáticas que interfere nos modos de viver das crianças, muitas vezes reforçando estereótipos fundados nas diferenças sexuais. Assim, em uma interlocução com a ëlosoëa, sociologia, sociologia da infância, pedagogia da infância e arte, problematiza como as crianças se apropriam dos quadrinhos, o que deles reproduzem, inventam ou reinventam. Defende que meninos e meninas participam de maneira ativa na sociedade da qual fazem parte, portanto, não só reproduzem a cultura do mundo adulto, mas ao se apropriarem coletiva e criativamente desta produzem as culturas infantis. Demonstra serem as HQs parte da cultura material da infância, que se constituem em suportes para aspectos simbólicos das culturas infantis, que as crianças compartilham entre si e com os adultos e as adultas, onde se observam padrões e valores identitários sendo negociados; isso revela que elas não só reproduzem estereótipos da cultura heteronormativa, mas transgridem as fronteiras de gênero. Nesse sentido, aponta para o desafio de trazer as crianças para o debate acerca da relação “infâncias, mídia e gênero”, na perspectiva de (re)conhecer como elas fruem, produzem e vão além das imagens midiáticas.

Gênero, sexo, sexualidades Categorias do debate contemporâneo

WOLFF,  Cristina Scheibe; SALDANHA,  Rafael Araújo. Gênero, sexo, sexualidades Categorias do debate contemporâneo. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 9, n. 16, p. 29-46, jan./jun. 2015. 

RESUMO: 

Neste artigo, apresentamos o debate contemporâneo sobre as categorias “gênero”, “sexo” e “sexualidades”, com uma explanação dos vínculos da discussão acadêmica com o movimento feminista e a apresentação das noções de sexo, mulher e mulheres, mostrando como surgem os debates da categoria gênero. E, finalmente, procuramos explicar as categorias pelas quais se discute a sexualidade e a diversidade sexual, contextualizando-as a partir da teoria queer. 

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