AS INTERAÇOES

Você sabia que  interagir com outras pessoas  é essencial para o desenvolvimento das crianças?  É a partir da interação com adultos e outras crianças que elas vão aprendendo e conhecendo  sobre as pessoas, sobre si mesmas e sobre as coisas do mundo.

Elas aprendem com quem elas interagem, ao mesmo tempo que respondem e reagem ao que é lhe comunicado, falado, demonstrado, expressado.  Nestas interações as crianças se comunicam com movimentos, choros, risos, balbucios e, gradativamente com gestos, palavras, frases, narrativas. Ao agirem e se manifestarem, as crianças interferem também na constituição do outro, seja outra criança ou os adultos, e nas próprias relações que vivem. Isto significa , que nós adultos também aprendemos com as crianças.

Neste momento em que estão em casa, sem poder sair à rua,  as crianças vão interagir mais com os adultos e outras crianças da família. Este isolamento temporário pode gerar tensões, cansaço, angústias para elas e os adultos. Por isso, seguem algumas sugestões que podem inspirar familiares e crianças neste momento.


Antes de qualquer sugestão, é importante destacar que em um momento como este, de isolamento social, as crianças tenham convívio e interações somente com os adultos e as crianças que compõem normalmente o seu contexto familiar.

Todas as situações vividas no espaço social, nesse caso na família, envolve interações que contribuem para processos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças e dos adultos. Precisamos estar atentos ao que dizemos e demonstramos às crianças, e ao mesmo tempo nos permitir aprender com elas.

Muitas dessas interações ocorrem em situações cotidianas de cuidado da criança: na higiene, na alimentação, no sono, no acalento dado nas situações de choro e descontentamento, nas brincadeiras etc. Essas situações ocorrem diariamente, várias vezes ao dia. É preciso paciência e atenção, para conversar com as crianças, tentar compreender suas manifestações e seus pontos de vista, ao mesmo tempo que nos expressamos e nos comunicamos com elas.

Nesse momento em que as crianças permanecem em casa, é importante organizar uma rotina com elas, sem que seja muito rígida. Os horários para dormir, despertar, comer, banhar-se, brincar, ajudar em pequenas tarefas de casa podem ser planejados com elas, de forma que  possam participar da rotina familiar.

Geralmente as crianças gostam de participar dos momentos de cuidados, por exemplo: pentear seus cabelos, escolher a roupa que vai usar, tentar tirar ou vestir a própria roupa, ajudar a colocar a mesa para as refeições, se servir de algum alimento etc. São ações que elas aprendem gradativamente na interação com os  adultos, e que podem ser incentivadas na rotina familiar.

Com os bebês, é importante falar para eles o que ocorre  quando trocamos a fralda, damos banho, alimentamos, acalentamos, brincamos, entre outros, contribui muito para o seu desenvolvimento. 

Estar atento aos seus gestos, às suas expressões, aos sons que fazem. 

Isto nos ajuda a respondê-los e a compor diálogos verbais e corporais significativos.

Os diálogos com as crianças podem ocorrer em diversas situações. 

Já pensou em uma conversa mostrando fotos antigas da família? 

Ou, contar histórias da infância dos familiares de mais idade? 

Ou ainda,  cantar canções, contar e ouvir histórias, fazer um bolo juntos, brincar de casinha, entre outras possibilidades... Adultos e crianças podem se divertir e aprender muito uns com os outros.

Sentar com as crianças para contar histórias, cantar e dançar. Se tiver algum instrumento musical melhor ainda. Se não, podemos usar objetos do dia-a-dia, como copinhos de plástico, colheres de metal ou de pau para produzir sons e batuques.  Esses encontros são formas de dizer às crianças o quanto gostamos de estar perto delas e de que estamos atentos ao seu cuidado e proteção . 

Neste momento em que o cenário é alarmante, deixar as crianças assistir muito a TV, é algo que precisamos ter cuidado.  É importante, na medida do possível, diminuir esse tempo de TV, ou mesmo com as mídias, possibilitando mais brincadeiras, mais diálogos, mais vivências com os familiares. 


Você já se perguntou, em que momento a criança tem espaço para falar das suas emoções? Como ela interpreta este momento de isolamento? Ela tem espaço para falar dos  seus medos? Sente-se acolhida? As crianças  merecem nossa atenção e nosso respeito. Desta forma, estar atentos às suas dúvidas, dar explicações que possam acalmá-las e informações de forma simples, são maneiras de ajudá-las a entender esse momento. 




























As crianças possuem jeitos muito  próprios de estar no mundo. Um dos seus direitos fundamentais é o da brincadeira. Brincar é uma das formas mais intensas delas interagirem com o mundo.  Há inúmeras possibilidades de brincar neste momento, em família: com os adultos, com os irmãos, com os objetos, com seu próprio corpo.  Apoiar e incentivar a brincadeira é fundamental para ampliar e diversificar as interações da criança. 

Contador de visitas