Confissões de São Joãozinho (o animalicida)
PERDOAI, ANDRÉ SILVA, DEPUTADO DO PAN E REPRESENTANTE DOS ANIMAIS NA TERRA, PORQUE PEQUEI.
Como carne e/ou peixe todos os dias e, qual psicopata animalicida, chego a lamber os beiços embevecido.
Fui apanhado pelo vizinho a perseguir uma melga na sala, enquanto berrava, completamente possuído, "Ah, minha puta, se te apanho mato-te ". Sendo inconsciente e espontânea, esta reação é reveladora do animalicida em mim.
Cometi vários extermínios de osgas em Monsanto, acrescidos do enorme prazer de ver a casa limpa.
Quando adolescente, apanhava abelhas com sacos de plástico e abandonava-as à sua sorte. Não me ocorreu, na altura, o animalicídio que perpetrava e, claro, esqueci-me que se tratava de animais obreiros, o que me também me pode criar problemas com a CGTP.
Bati com jornais numa Doberman que tive, convencido de que estava a educá-la corretamente (o chão agradecia e o ar que respirava também), sem saber que eram, na prática, maus tratos e, claro, atentar contra a sacrossanta liberdade de imprensa.
Matei formigas ao longo dos meus 51 anos de existência. Nem muitas nem poucas. Bastantes.
E, por fim, insulto animais com frequência:
identifico traços bovinos (e não é por ruminarem devidamente os assuntos de que falam) na Catarina Martins, na Teresa Leal Coelho, no Diogo Feyo (não esquecer o Y), no Marco António Costa e no José Lello, o que constitui, reconheço agora, uma verdadeira injustiça para com as vacas e os bois. Ah, quase me esquecia, o Eurico Brilhante Dias também, tendo em conta o pescoço, ou a total ausência do mesmo.
acho o Paulo Portas uma verdadeira víbora.
coloco-te, como representante da nação, ao nível dos asnos.
sempre que vejo o Bruno de Carvalho lembro-me de um porquinho da Índia, ainda que menos fofo, e tenho vontade de lhe colocar um freio, de o chicotear e de o submeter a uma vasectomia, de forma a não mais poder procriar (continuo convencido de que faria um favor à Humanidade - ou deverei dizer Animalidade?).
já me referi a alguns representantes do BE como sendo amibas.
EIS, CONTUDO, ALGUNS BONS COMPORTAMENTOS
Depois de um bom peixe ou de uma suculenta carne, não arroto em sinal de satisfação, o que me evitará a classificação de "rude" por Sua Majestade a Rainha de Inglaterra.
Adepto da língua inglesa, por permitir mais liberdade e expressividade na comunicação, chamei várias vezes "bitch" a algumas mulheres com quem me cruzei (ou com quem gostaria de me ter cruzado), o que eleva as cadelas do estatuto de objeto (acho eu!).
Escolho o vinho antes de decidir pela carne ou pelo peixe, o que sugere algum bom gosto e deve contar para os esforços de redenção.
Paguei uma verdadeira fortuna ao veterinário (cheguei a perguntar se a conta da cirurgia incluía o trespasse da loja) para tentar salvar uma gata que achava que o Super-Homem was for real e que, depois de saltar do quinto andar para o cimento, acabou como o Christopher Reeve.
Trataria melhor um porquinho da Índia, caso o tivesse à mercê, do que o Bruno de Carvalho.
Considero qualquer morcego mais bonito do que a atual Procuradora Geral da República.
Não me zango com os cães que fazem as suas necessidades no passeio. Antes fico possesso com os donos, por serem uns verdadeiros animais (ai, perdão, lá estou eu outra vez!)
João Gouveia
Vila do Conde, 2016