Vegetarianismo

Encontramos em O LIVRO DOS ESPÍRITOS as seguintes questões que nos esclarecem sobre o assunto:

723. A alimentação animal é, com relação ao homem,

contrária à lei da Natureza?

“Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a

carne, do contrário o homem perece. A lei de conservação

lhe prescreve, como um dever, que mantenha suas forças e

sua saúde, para cumprir a lei do trabalho. Ele, pois, tem

que se alimentar conforme o reclame a sua organização.”

724. Será meritório abster-se o homem da alimentação

animal, ou de outra qualquer, por expiação?

“Sim, se praticar essa privação em benefício dos outros.

Aos olhos de Deus, porém, só há mortificação, havendo

privação séria e útil. Por isso é que qualificamos de hipócritas

os que apenas aparentemente se privam de alguma

coisa.” (720)

734. Em seu estado atual, tem o homem direito ilimitado de

destruição sobre os animais?

“Tal direito se acha regulado pela necessidade, que ele

tem, de prover ao seu sustento e à sua segurança. O abuso

jamais constituiu direito.”

735. Que se deve pensar da destruição, quando ultrapassa

os limites que as necessidades e a segurança traçam?

Da caça, por exemplo, quando não objetiva senão o

prazer de destruir sem utilidade?

“Predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual.

Toda destruição que excede os limites da necessidade

é uma violação da lei de Deus. Os animais só destroem

para satisfação de suas necessidades; enquanto que o homem,

dotado de livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Terá

que prestar contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida,

pois isso significa que cede aos maus instintos.”

736. Especial merecimento terão os povos que levam ao excesso

o escrúpulo, quanto à destruição dos animais?

“Esse excesso, no tocante a um sentimento louvável

em si mesmo, se torna abusivo e o seu merecimento fica

neutralizado por abusos de muitas outras espécies. Entre

tais povos, há mais temor supersticioso do que verdadeira

bondade.”