Homossexualidade

As reflexões que fazemos sobre esse tema, são de ordem filosófica, com a finalidade de examinarmos essa questão, à luz dos ensinamentos trazidos pela Doutrina Espírita. Não julgamos, não acusamos, muito menos discriminamos o comportamento homossexual. Pelo contrário, as reflexões aqui tratadas servirão, acreditamos, para o bem daqueles que, de uma forma ou de outra, encontram-se envolvidos com o tema.

Alguns companheiros de Doutrina constumam dizer que Kardec não tratou desse assunto. Discordamos fortemente deles, pois, após as questões expostas abaixo, não havia necessidade de nenhum outro esclarecimento por parte de Allan Kardec. Vejamos:

O Livro dos Espíritos:

200 Os Espíritos têm sexo?

– Não como o entendeis, porque o sexo depende do organismo físico. Existe entre eles amor e simpatia, mas fundados na identidade dos sentimentos.

201 O Espírito que animou o corpo de um homem pode, em uma nova existência, animar o de uma mulher e vice-versa?

– Sim, são os mesmos Espíritos que animam os homens e as mulheres.

202 Quando está na erraticidade, o Espírito prefere encarnar no corpo de um homem ou de uma mulher?

– Isso pouco importa ao Espírito. Depende das provas que deve suportar.

Os Espíritos encarnam como homens ou mulheres, porque não têm sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, assim como cada posição social, lhes oferece provas, deveres especiais e a ocasião de adquirir experiência. Aquele que encarnasse sempre como homem apenas saberia o que sabem os homens.

Nas questões 820 a 822 os Espíritos Superiores esclarecem sobre as diferenças físicas e os direitos do Homem e da Mulher, bem como de suas funções: “...Preciso é que cada um esteja no lugar que lhe compete. Ocupe-se do exterior o homem e do interior a mulher, cada um de acordo com a sua aptidão...”

Num casal homossexual, pelo menos um dos dois estaria em desacordo com essa resposta (O homem que desempenha o papel feminino ou a mulher que desempenha o papel masculino, se assim podemos nos expressar).

Como vemos nas questões 335 e 337 expostas abaixo, a escolha do sexo antes de reencarnarmos ocorre ou por escolha própria ou por imposição de Deus até mesmo como uma punição, e a não aceitação de tal sexo é um ato de rebeldia e insubordinação às Leis de Deus, o que acarreta por conseqüência, expiação futura.

335 O Espírito faz a escolha do corpo em que deve encarnar, ou apenas do gênero de vida que lhe deve servir de prova?

– Pode escolher o corpo, já que as imperfeições desse corpo são para ele provas que ajudam no seu adiantamento, se vencer os obstáculos que aí encontra. Embora possa pedir, a escolha nem sempre depende dele.

337 A união do Espírito com um determinado corpo pode ser imposta pela Providência Divina?

– Pode ser imposta, bem como as diferentes provas, especialmente quando o Espírito ainda não está apto a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Como expiação, o Espírito pode ser obrigado a se unir ao corpo de uma criança que por seu nascimento e pela posição que terá no mundo poderão tornar-se para ele uma punição.

Além das questões acima das obras de Allan Kardec, citamos mais uma de O Livro dos Espíritos, bem como de outros que certamente completam a análise da questão:

Q. 350. Uma vez unido ao corpo da criança e quando já lhe não é possível voltar atrás, sucede alguma vez deplorar o Espírito a escolha que fez?

“Perguntas se, como homem, se queixa da vida que tem? Se desejara que outra fosse ela? Sim. Se se arrepende da escolha que fez? Não, pois não sabe ter sido sua a escolha. Depois de encarnado, não tem consciência. Pode, entretanto, achar pesada demais a carga e considera-la superior às suas forças. É quando isso acontece que recorre ao suicídio.”

Podemos fazer uma associação entre essa Questão e o homossexualismo, pois é assim que pensam alguns homossexuais: “sou um homem num corpo de mulher”, ou “sou uma mulher num corpo de homem”, Deus errou na hora que me fez). Então veremos que essas atitudes são consequência de um pensamento errado dos atributos de Deus, cuja perfeição não permite erros, bem como do desconhecimento da Doutrina Espírita que nos esclarece sobre o fato de sermos nós mesmos quem escolhemos e modelamos o corpo que iremos utilizar, quando na preparação para uma nova encarnação, segundo nossas necessidades evolutivas.

No livro “O Céu e o Inferno” (ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo) de Allan Kardec, encontramos na página 86, Cap. VII, o artigo: “A Carne é fraca”, onde Kardec esclarece que ...há tendências viciosas que são evidentemente próprias do Espírito, porque se apegam mais ao moral do que ao físico...

Confirmando essas duas respostas, também encontramos no livro: “Conversa Firme”, de autoria do espírito Cornélio Pires, na lição 15 Doença e defesa:

...Os corações que traíram / As afeições do passado / Rogam corpo em que se vejam / de sexo torturado...

No livro “O problema do ser, do destino e da dor” de Leon Denis, na página 177 ele defende a ideia de que as tendências homossexuais resultam da troca de sexo após várias encarnações anteriores no mesmo sexo oposto ao atual.

Portanto, entendemos que o indivíduo homossexual, buscando a ajuda das noções da Doutrina Espírita, encontrará sempre respostas racionais e lógicas, dignas da Justiça de Deus, simples, claras e objetivas, como todas da Doutrina Espírita, devendo refletir sobre as conclusões acima, buscando forças na infinita bondade de Deus e dos Espíritos Superiores que O representam, para lutar contra tais sentimentos, (principalmente na infância, cabendo aos pais tal tarefa) contrários à natureza do corpo físico que nesta encarnação ele utiliza, esforçando-se em agir o mais conforme possível às características próprias do sexo cujo corpo ora ocupa, pois foi por ele próprio escolhido ou por Deus imposto, mas, em ambos os casos, para o seu bem e progresso.

O Espiritismo é contra qualquer tipo de preconceito. Nunca poderá ser taxado de homofóbico, pois seus ensinamentos trazem como lema: "Fora da Caridade não há salvação". Basea-se no princípio de que ninguém tem o direito de tratar uma pessoa, ou grupo de pessoas, como sendo de menor valor, menos merecedores ou menos dignos de respeito.

Aires Santos da Costa

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