Contradições de Emmanuel

O Espiritismo, sendo independente de qualquer forma de culto, não prescrevendo nenhum deles, não se ocupando de dogmas particulares, não é uma religião especial, pois não tem nem seus padres nem seus templos.); André Luiz também equivoca-se definindo os Centros Espíritas como templos: Livro Conduta Espírita, Cap. 11.

4. Emmanuel faz previsões de acontecimentos futuros estabelecendo datas (como dizer que o mundo de regeneração se dará por volta do ano de 2057 /Fonte: Pinga Fogo com Chico Xavier, no Livro Plantão de Respostas, volume II), o que , segundo Kardec, não fazem os Espíritos superiores: O LIVRO DOS MÉDIUNS, CAP. XXIV, 267

8º Reconhecem-se ainda os Espíritos levianos, pela facilidade com que predizem o futuro e precisam fatos materiais de que não nos é dado ter conhecimento. Os bons Espíritos fazem que as coisas futuras sejam pressentidas, quando esse pressentimento convenha; nunca, porém, determinam datas. A previsão de qualquer acontecimento para uma época determinada é indício de mistificação.

O Livro dos Médiuns - Cap. XXVII . 303 - 2

Devem, além disso, considerar-se suspeitas, logo à primeira vista, as predições com época determinada, assim como todas as indicações precisas, relativas a interesses materiais. Cumpre não se dêem os passos prescritos ou aconselhados pelos Espíritos, quando o fim não seja eminentemente racional; que ninguém nunca se deixe deslumbrar pelos nomes que os Espíritos tomam para dar aparência de veracidade às suas palavras; desconfiar das teorias e sistemas científicos ousados; enfim, de tudo o que se afaste do objetivo moral das manifestações.

Encontramos os mesmos conselhos de Allan Kardec no livro d'A Gênese, Cap. XVI. 16 e no Cap. XVIII item 9 onde um dos espíritos dizem que a regeneração do planeta já havia se iniciado há quase um século.

5. Emmanuel escreveu um Livro e deu ao livro seu próprio nome (o que já nos parece no mínimo incomum, pra não dizer estranho), editado pela FEB, onde ataca fortemente a Igreja Católica a ponto de dizer, no Capítulo IX, intitulado de Amargos Contrastes, que: ..." A América do Sul ainda não conseguiu alguns Santos do Vaticano em virtude da sua carência de recursos financeiros à consecusão de tal projeto". Mesmo admitindo que seja verdade essa acusação ela é seríssima mas nenhuma importância tem para nós espíritas. Além do mais Emmanuel foge ao preceito repetido várias vezes por Chico Xavier de que é pior uma verdade que fere do que uma mentira que consola, bem como o que diz que para se acender uma luz na sua casa não precisamos apagar a do vizinho (Vários autores inclusive o espírito que se denomina de André Luiz/ O próprio Emmanuel, no Livro Religião dos Espíritos ,Cap 14 - Censura, se contradiz. Admitindo o que é comentado no movimento espírita que foi padre na encarnação passada o absurdo fica ainda maior, dizemos vulgarmente que está cuspindo no prato que comeu. Se ele, quando encarnado como padre, sabia de tudo isso e não fez nada, faltou a coragem dos grandes homens para combater todos os erros dos quais foi testemunha. O conteúdo do Livro é tão forte que em seu início Chico Xavier faz questão de esclarecer ao final do que ele entitulou de "Explicando" o seguinte: ..."Entrar na apreciação do livro, em si mesmo, é coisa que não está na minha competência." (Porque será que Chico fez isso?)...

6. Uma mensagem sobre as artes:

Enumeramos abaixo algumas das principais contradições do espírito EMMANUEL, ou a ele atribuidas (considerando que na Terra haja milhares de pessoas com esse nome, imagine na erraticidade, sem falarmos na possibilidade das mistificações), citando as fontes das contradições e de outro lado as questões que foram contraditadas dentro da Doutrina Espírita:

1. Emmanuel defende a teoria das “Almas gêmeas” :

Livro “O Consolador / Emmanuel/ Chico Xavier / FEB / III - Amor / União

323 –Será uma verdade a teoria das almas gêmeas?

-No sagrado mistério da vida, cada coração possui no Infinito a alma gêmea da

sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade.

Criadas umas para as outras, as almas gêmeas se buscam, sempre que

separadas. A união perene é-lhes a aspiração suprema e indefinível. Milhares de seres, se transviados no crime ou na inconsciência, experimentaram a separação das almas

que os sustentam, como a provação mais ríspida e dolorosa, e, no drama das

existências mais obscuras, vemos sempre a atração eterna das almas que se amam

mais intimamente, envolvendo umas para as outras num turbilhão de ansiedades

angustiosas; atração que é superior a todas as expressões convencionais da vida

terrestre. Quando se encontram no acervo real para os seus corações – a da ventura

de sua união pela qual não trocariam todos os impérios do mundo, e a única amargura

que lhes empana a alegria é a perspectiva de uma nova separação pela morte,

perspectiva essa que a luz da Nova Revelação veio dissipar, descerrando para todos os

espíritos, amantes do bem e da verdade, os horizontes eternos da vida.

Enquanto os Espíritos Superiores respondem a Kardec que "elas" não existem (O Livro dos Espíritos, Q. 298, 299 e 300);

Allan Kardec completa os esclarecimentos ao final da Q. 303 dizendo: ..."A teoria das metades eternas7 é apenas uma figura que representa a união de dois Espíritos simpáticos. É uma expressão usada até mesmo na linguagem comum e não deve ser tomada ao pé da letra. Os Espíritos que dela se serviram certamente não pertencem a uma ordem elevada. A esfera de suas idéias é limitada e expressa seus pensamentos pelos termos de que se serviam durante a vida corporal. É preciso rejeitar essa idéia de dois Espíritos criados um para o outro, e que deverão, portanto, um dia, fatalmente, se reunir na eternidade, após estarem separados durante um espaço de tempo mais ou menos longo.

3. Emmanuel define as casas Espíritas como “Templos” (Fonte ?)enquanto Allan Kardec esclarece que no Espiritismo não tem Templos ("O Espiritismo em sua expressão mais simples" o seguinte esclarecimento:

2. Emmanuel é contrário às Evocações como ele recomenda no Livro O Consolador Q. 369 e 380, enquanto Allan Kardec orienta o contrário no Livro dos Médiuns (ou Guia dos Médiuns e dos EVOCADORES) que traz um capítulo inteiro dedicado às evocações. De fora a fora, ele não faz nenhuma referência contra tal procedimento, a não ser os cuidados que a equipe de desobsessão deva tomar. Vai mais longe, afirmando textualmente que, quando um centro espírita deixa de utilizar uma das duas formas de manifestações - as espontâneas e as evocadas - sofre prejuízos evidentes. Os dirigentes que estão se propondo a modernizar suas casas espíritas precisam deixar esta linha de raciocínio contrária às evocações. Que busquem um estudo metódico do Capítulo XXV de O Livro do Médiuns, onde a questão é tratada de forma madura e sensata;André Luiz também equivoca-se aconselhando aos Espíritas a não fazerem evocações: Livro Conduta Espírita, Cap. 11 e 25.

Enquanto numa matéria publicada na Revista Espírita, Allan Kardec entrevistando Bernard Palissy, habitante de Júpiter, encontramos:

32. — Lá são cultivadas algumas artes?

— Lá elas são inúteis. As vossas artes são brinquedos que distraem as vossas dores.

7. Emmanuel acredita em ASTROLOGIA

........

enquanto Allan Kardec diz........

A explicação para tantas contradições e para Emmanuel trazer ainda tantas tendências contrárias à Doutrina Espírita é que, segundo os Espíritos Superiores, levamos para o mundo espiritual as crenças que professamos nas existências anteriores. Admitindo que ele tenha sido realmente um Padre, tudo se encaixa. Podemos verificar que o Autor Júlio de Abreu Filho, no Livro "O Verbo e a Carne confirma este pensamento, mas de uma forma mais grave, pois, segundo ele alguns teriam a intenção de prejudicar a propagação do Espiritismo adulterando seus mais valiosos ensinamentos conforme abaixo:

O Verbo e a Carne – Parte II - Júlio de Abreu Filho – II Roustaing como encarregado da fé

O trabalho do clero católico – posto algumas confrarias já se dêem ao

estudo experimental do Espiritismo – é no sentido de sua destruição. E nós sabemos,

pelo conhecimento experimental, pelo lado prático, que os Espíritos levam para o

outro plano da vida as idéias os cacoetes e as idiossincrasias que os caracterizavam

como homens. Não é, pois, de admirar que os Espíritos de padres católicos estejam

empenhados nessa obra de mistificação e de desconhecimento da doutrina, para o que

está concorrendo grandemente a teoria de Roustaing e a orientação prática que os

magnatas do roustainguismo estão imprimindo nos espíritos mais ou menos

simplórios, que ainda mantém um respeito religioso pela antiga Casa de Ismael,

hoje transformada em Sinagoga de Satã, como se depreende dos dispositivos de seus

estatutos, que barram os kardecistas na participação de sua diretoria e exigem a

confissão expressa do credo roustainguista.

Vejamos também um trecho do Livro Curso Dinâmico de Espiritismo, em seu capítulo 17: Ação Espírita na Transformação do Mundo.

“As relações humanas se baseiam na afetividade humana. Não há afetos entre corações insensíveis. Por isso a dor campeia no mundo, pois só ela pode abalar os corações de pedra. Mas o Espiritismo nos mostra que o coração de pedra é duro por falta de compreensão da realidade, de tradições negativas que o homem desenvolveu em tempos selvagens e brutais. Essas relações se modificam quando oferecemos aos homens uma visão mais humana e mais lógica da Realidade universal. Essa visão não tem sido apresentada pelos espíritas que, na sua maioria, se deixam levar apenas pelo aspecto religioso da doutrina, assim mesmo deformado pela influência de formações religiosas anteriores. Precisamos restabelecer a visão espírita em sua inteireza, afastando os resíduos de um passado de ilusões e mentiras prejudiciais. Se compreenderem a necessidade urgente de se aprofundarem no conhecimento da doutrina, de maneira a fornecerem uma sólida e esclarecida doutrina espírita, poderão realmente contribuir para a modificação do mundo em que vivemos. Gerações e gerações de espíritas passaram pela Terra, de Kardec até hoje, sem terem obtido sequer um laivo de educação espírita, de formação doutrinária sistemática. Aprenderam apenas alguns hábitos espíritas, ouviram aulas inócuas de catecismo igrejeiro, tornaram-se, às vezes, ardorosos na adolescência e na juventude (porque o Espiritismo é oposição a tudo quanto de envelhecido e caduco existe no mundo), mas ao se defrontarem com a cultura universitária incluíram a doutrina no rol das coisas peremptas por não terem a menor visão da sua grandeza. Pais ignorantes e filhos ignorantes, na sucessão das encarnações inúteis, nada mais fizeram do que transformar a grande doutrina numa seita de papalvos (Parvo, pateta, boboca. Indivíduo que se deixa enganar facilmente.). Duras são e têm de ser as palavras, porque ineptas e criminosas foram as ações condenadas. A preguiça mental de ler e pensar, a pretensão de saber tudo por intuição, de receber dos guias a verdade feita, o brilhar inútil e vaidoso dos tribunos, as mistificações aceitas de mão beijada como bênçãos divinas e assim por diante, num rol infindável de tolices e burrices fizeram do movimento doutrinário um charco de crendices que impediu a volta prevista de Kardec para continuar seu trabalho. Em compensação, surgiram os reformadores e adulteradores, as mistificações deslumbrantes e vazias e até mesmo as séries ridículas de reencarnações do mestre por contraditores incultos de suas mais valiosas afirmações doutrinárias.

José Herculano Pires