Oficina 06D: 2017/2018: Flexibilização e Integração curricular

Data de postagem: May 10, 2018 3:25:39 PM

Oficina de Formação: 25HP+25TA, 2 UC

Registo de Acreditação: CCPFC/ACC-91102/17

Formadora: Ana Filipa Silva

Local: Colégio Militar

Grupos de recrutamento: Educadores de Infância, Ensino Básico, Secundário e Ensino Especial

Calendário: 25 de setembro a 23 de outubro de 2018

                                                                       

Descrição

As sociedades atuais debatem-se com questões como a imprevisibilidade do futuro e a sustentabilidade dos atuais padrões de desenvolvimento económico e social. 

Ao refletir sobre esta realidade a escola é desafiada a ampliar e diversificar as suas funções educativas, preparando os alunos para compreenderem e participarem na complexidade e dinamismo do mundo em que lhes é dado viver (Alonso, 2002). Neste contexto, a educação e a escola enfrentam novos desafios.

O debate sobre o que se aprende e como se aprende na escola do século XXI é hoje um tema de interesse do domínio público, sendo consensual que a escola é o 

território de eleição no desenvolvimento de competências para a sociedade do conhecimento e para o exercício de uma cidadania ativa e democrática.

Consciente destes desafios, o XXI Governo Constitucional estabeleceu, como prioritários na área da educação, entre outros, os seguintes objetivos:

Criar condições para que as escolas e agrupamentos possam gerir o currículo nacional de forma flexível e contextualizada, utilizando os métodos, as abordagens e os procedimentos que se revelarem mais adequados para que todos os alunos possam aprender;

Desenvolver ações para garantir que as aprendizagens dos alunos constituam o cerne dos projetos educativos das escolas e dos agrupamentos, considerando as salas

de aula como espaços privilegiados para aprender a descobrir, a analisar e a interpretar fenómenos científicos, sociais, artísticos, ambientais e tecnológicos;

Criar condições para que as escolas e os agrupamentos, em articulação com os centros de formação, as instituições do ensino superior e outros intervenientes, se assumam como espaços privilegiados para a formação contextualizada dos seus docentes;

(Programa do XXI Governo Constitucional)

Estes objetivos pressupõem uma conceção de currículo mais aberta e abrangente, associada à valorização de práticas de gestão curricular mais flexíveis e 

adequadas a cada contexto, entendendo as unidades organizacionais como espaços de construção partilhada do currículo. Assim, procura-se uma visão estratégica 

partilhada, centrada na qualidade das aprendizagens, construída com a participação de todos os atores, partindo da reflexão e avaliação continuada da ação (Alonso, 2002).

O documento “Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória” vem ainda definir várias competências-chave que os alunos devem desenvolver ao longo da 

sua escolaridade obrigatória, respondendo aos desafios da sociedade atual e futura. Tal assunção pressupõe “alterações de práticas pedagógicas e didáticas de

forma a adequar a globalidade da ação educativa às finalidades do perfil de competências dos alunos” (Martins, Guilherme d’Oliveira (coord.), 2017).

Reivindica-se um papel ativo do aluno, construtor do seu conhecimento, implicado no processo de construção do seu saber, cabendo ao professor o papel de facilitador e dinamizador das tarefas postas em ação e estimulador à participação e envolvimento dos alunos no processo de aprendizagem.

Pôr em prática a flexibilização e a integração curricular exige uma abordagem sistémica, que envolve os recursos humanos, a diferentes níveis, os recursos físicos 

e os recursos pedagógicos. Neste sentido, é dada margem de autonomia às estruturas organizacionais e pedagógicas das escolas, de modo a ajustar as experiências 

de aprendizagem dos alunos aos seus perfis e necessidades. Esta autonomia pressupõe uma maior responsabilidade por parte das equipas de docentes e coloca-lhes 

novos desafios, que carecem de um incremento ao nível da formação (Beane, 1995, 2003; Drake, & Burns, 2004).

No contexto escolar, a preparação do processo de ensino-aprendizagem por professores, em trabalho colaborativo, leva-os a envolverem-se em processos de 

reflexão, analisando em detalhe de que modo os seus objetivos se inserem no currículo, bem como o pensamento e as ações dos alunos. Assim, deve ser valorizado

o exercício reflexivo e crítico, decorrente de observações de processos de ensino-aprendizagem, numa ação conjunta, dialogada e que favoreça a compreensão das necessidades dos alunos, das suas potencialidades e dos seus mecanismos de aprendizagem. Este exercício induz o questionamento das práticas, pressupondo o 

seu enriquecimento, pelo que constitui um processo de desenvolvimento profissional dos professores (Baptista, Ponte, Velez, et al, 2012).

A importância do envolvimento do aluno no processo de aprendizagem é uma discussão amplamente aceite e há evidências consideráveis na literatura que mostram 

que os estudantes aprendem melhor quando se envolvem e participam ativamente na sua aprendizagem (Prince, 2004). Neste sentido, cabe ao professor ou à equipa 

de professores priorizar aprendizagens, definir estratégias, selecionar e/ou adequar tarefas e atividades, indo ao encontro de todos os alunos. Nos espaços de a

prendizagem, nomeadamente na sala de aula, durante a exploração das tarefas, o professor promove e estabelece uma comunicação que pode assumir um caráter 

unívoco ou dialógico, dependendo do maior ou menor espaço dado ao professor(es) ou aos alunos (Ponte, Quaresma, & Branco 2012). Num processo de aprendizagem

ativa, o papel do aluno é central, este aprende com os pares e a comunicação assume-se como interação social. Na comunicação como interação social, os alunos 

aprendem colaborativamente, interagindo e influenciando-se reciprocamente na construção de significados partilhados para uma compreensão acerca do mundo objetivo, 

social e subjetivo (Habermas, 2004).

Assim, esta oficina de formação tem como finalidade promover e apoiar: (i) A reflexão sobre as novas opções curriculares, a sua exequibilidade e adequação aos 

contextos de cada comunidade escolar, tornando os documentos curriculares num efetivo instrumento de promoção do sucesso escolar de todos os alunos. (ii) A reflexão 

sobre as práticas profissionais a desenvolver, planeando, concretizando e reformulando práticas letivas, tendo em conta as opções curriculares tomadas, para um ensino

centrado nas necessidades de cada aluno. (iii) O desenvolvimento de projetos de natureza disciplinar, multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar, tendo em conta a diversidade dos alunos e seus contextos, as áreas do saber e os recursos existentes, considerando e integrando práticas de ensino-aprendizagem centradas no aluno.

Seleção de formandos:

Detalhes da calendarização:

                                 

                             setembro: 25(terça feira) 17h00 - 20h30; 26(quarta feira) 17h00 - 20h30;

                                 outubro: 02(terça feira) 17h00 - 20h30; 09(terça feira) 17h00 - 20h30; 10(quarta feira) 17h00 - 20h30; 16(terça feira) 17h00 - 20h30

                                                   23(terça feira) 17h00 - 20h30.