vida_deserta
Poesia escrita sem data, em Campinas, SP. Esta fiz para Ana Lúcia, uma grande mulher. Namoramos escondidos de seus pais por dois anos, até que após combinar com ela quando e como falaria para seu pai, que era daqueles antigos que gostam das coisas certas. Namorei com Ana Lúcia e separei umas sete vezes. Namorava 1 mês, dava um tempo, depois 1 ano e 11 meses e ficamos noivos por um mês após falar com seu pai. Após um mês terminamos o noivado e demos um tempo, depois enviei-lhe um buquê de flores e voltamos a namorar e ficamos mais um tempo juntos e assim por diante... A gente não aguentava ficar muito tempo longe, um do outro.
Vida Deserta
A minha vida sem você
é um deserto imenso,
que as vezes penso
estar sozinho,
num mar bem denso,
sem peixinhos
e vida alguma
ou no céu azul,
sem aves ou ares.
Em certos lugares,
me sinto uma tocha apagada
sem gasolina, sem nada;
vivendo num circo de palhaços
sem palhaçada.
Vivendo na rua, sem calçada
caminhando na sua caminhada,
tentando e procurando te achar
e nada conseguindo,
vou seguindo o caminho
sem rumo, sem destino.
Somente pensamentos
invadindo-me de tormentos
e lamentos interiores
e exteriorizados pelos gritos
do meu coração palpitante
dessa saudade alucinante
que por dentro me arrebata,
esmaga, destrói.
Nada mais tem sentido,
cada dia que passa,
meu coração ferido
é dilacerado, despedaçado
por esse amor perdido,
perdido no tempo, no espaço.
Dúvidas me afligem
até uma vertigem,
achando que nunca mais
meu amor vai voltar
para novamente me amar
como dizia e algumas vezes
demonstrava com seus
carinhos
cada vez mais constantes.
Oh! droga de vida!
Tantas coisas, tantos
detalhes mesquinhos
que nos separam,
tão distantes ficamos
pelos golpes da vida,
essa vida incerta,
mas que vida deserta!