liberdade_de_amar

Poesia escrita sem data, em Campinas, SP. Leila Cardoso era meu amor secreto. Quando estava na igreja, só ficava junto com ela conversando sobre outras coisas e fingindo-nos apenas de amigos. Todas as pessoas que estavam lá não sabiam de nós, nem sua família e nem o seu noivo e nem o pessoal da Banda e nem os nossos e nossas fãs. Falávamos muito pelo telefone, mas não o suficiente. Somente um namoro de uns 35 minutos por dia no telefone e um encontro na cidade um dia sim outro não, por apenas 10 ou 15 minutos de beijos que nem dava tempo de conversar. E um dia sentamos num banco da praça e ela me chamou depois de 5 minutos pra gente ir embora. Depois ela explicou que no banco da frente estavam duas vizinhas dela. Veja só cada apuro que nós passávamos. E um dia estamos namorando e ela falou - Vamos embora já, rápido. O tio dela vinha vindo que quase nos pegou no flagra. Ela falava para mim que logo ia terminar com o noivo e depois poderíamos ficar mais tranqüilos.

Liberdade de Amar

Eu queria a liberdade de amar,

poder ir e vir quando bem entender

e você também poderia viver

com toda liberdade pra me amar.

Não termos que dar satisfação à ninguém

e todos sabendo de tudo,

não mais necessitando ficarmos mudos

com medo de aparecer alguém,

e tudo, tudo se acabar,

acabar no fundo de um poço

ou nosso amor ser levado pelas ondas do mar

ou pelos ventos uivantes do povo.

Ainda quero a liberdade de amar,

vou na tua casa, tu vens na minha,

passeamos na praça, pegamos um cineminha;

Te levo no baile, te carrego no colo,

te jogo pro alto, te pego no solo.

Tenho tanto pra te falar,

muito carinho para te dar,

mas ainda não temos tempo,

pois somente ele nos dirá

quando teremos a liberdade de amar.


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