Vida de Pobre Honrado
30/08/2016
Ser pobre é ficar feliz quando:
Se ganha um carrinho ou uma bola de plástico;
Se ganha uma arma feita com um puxador de porta;
Se come feijão, às vezes, feijão com farinha;
Se come chuchu, e considera como um frango de cerca;
Se bate uma bola com os amigos ou brinca com bolinhas de gude;
Se empinar uma capucheta de jornal ou quando faz uma pipa com jornal, bambu e cola de arroz ou farinha de trigo;
Se cria e constrói o seu próprio brinquedo;
Se faz a sua primeira caixa de engraxate;
Se ganha o seu primeiro dinheirinho engraxando sapatos e depois quando se trás o dinheiro para casa e começa a ajudar a família;
Se arruma o seu primeiro emprego e faz umas compras na Casas Bahia;
Se souber que conquistou uma mulher compreensiva e carinhosa.
Ser pobre é ficar triste quando:
Se percebe que hoje em dia não dá mais para comprar feijão, agora só a elite pode comê-lo;
Se observa os seus filhos ou filhas passando fome e sente que deve tirar da sua boca para dar a elas.
Ser pobre tem pequenos momentos de felicidade e grandes momentos de tristeza, mas o mais importante de tudo é que o pobre sempre se sai bem, é cheio de saúde, tem muita dignidade e respeita as outras pessoas conhecidas ou desconhecidas, além de sua família;
Ele nunca "pisa" nas pessoas e quando pode, e até às vezes quando não pode, ele dá um jeitinho para ajudar até um desconhecido.
Ser pobre é ser um santo milagroso que com apenas um salário mínimo faz o possível e o impossível para pagar todas as contas, comer e viver. O lazer fica por conta de quando pode e ganha um extra, comer um frango com farofa na praia junto de sua família, ao menos uma vez por ano.
Ser pobre não é uma doença e sim um mau que a corrupção produz com seus desmandos.