reflexao_da_troca_de_prisao

Poesia escrita em 20/01/1994, em Campinas, SP. Utilizei metáforas designando:

  • "Liberdade" - eu mesmo;

  • "Prisioneira" - Leila Cardoso;

  • "Advogado" - sua coragem;

  • "primeiro carcereiro" - seu Responsável; e,

  • "segundo carcereiro" - seu Noivo.

Reflexão da Troca de Prisão

Prisioneira em liberdade condicional

no seio do lar paterno;

hora marcada para sair, hora contada para chegar.

Se tarde voltar, o carcereiro irá castigar.

Aproveita uns míseros dez ou quinze minutos

para com a liberdade encontrar,

ao ar livre de uma praça,

sentindo o prazer puro e de graça

dos beijos, abraços e carícias

da liberdade feliz e apaixonada.

Momentos de minutos quarentônicos

que ela passa no aparelho telefônico

ouvindo a voz da liberdade ao longe

e bem perto do coração,

mas alguma coisa a constrange,

o carcereiro quer transferi-la!

dará todo o apoio que precisar,

porém, mais tarde se arrependerá!

O carcereiro da outra prisão mudou

seu tratamento, fez com que

a prisioneira se sentisse

mais segura ao seu lado,

fez com que achasse que sempre

iria ter a liberdade tão esperada,

mas estará se precipitando,

pois quando lá estiver

não terá mais retorno, estará enganada,

marcada e completamente magoada.

Pois sairá de uma prisão

que não é tão mal assim,

para entrar numa prisão pior

do que a anterior e descobrir tarde

que deveria seguir outro caminho,

o caminho da liberdade.

Após algum tempo fará planos escabrosos,

sem ter o menor remorso

e verá que um dos únicos caminhos

será a fuga ou a morte,

porém a fuga não será tão eficaz,

então a prisioneira cairá na razão

e contratará um advogado

para a liberdade poder encontrar

e mesmo por mais tarde que seja,

verá que valeu a pena se libertar

e perceberá de corpo e alma

o quanto ama a liberdade

e quanto a liberdade amava a prisioneira.

E a prisioneira sai de encontro

com a liberdade e vê com os olhos d'alma,

sente com o coração

e ouve com a voz da razão

o quanto a liberdade ainda a ama

e de tudo que se passou, nada reclama.

Se tiveres dúvida de qual será a sua liberdade

eu te digo, é quem lhe diz - SOU EU.


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