Saudades da roça

saudades da roça

A Conversa foi com a moradora da cidade de Igarapé/MG, Maria Auxiliadora de 68 anos. No áudio ela se equivocou e falou 78 anos. Como morei na cidade, converso muito com ela sempre que vou lá. Percebi uma saudade imensa, quando ela retrata sua infância vivida na roça, juntamente com seus pais e irmãos. Percebi melancolia em seu relato e também uma certa angústia por ela não poder ir até o local. Devido a Pandemia, ela disse que está sendo difícil ficar em casa, ela usa o tempo para ouvir músicas antigas e fazer seu tricô.

As histórias foram muitas, mais ela citou mesmo um resumo de como era sua vida na roça.



Segue o áudio transcrito:


“Eu tenho 78 anos, eu me chamo Maria Auxiliadora Batistele, eu fui criada na roça, tenho muita saudade da roça; a gente plantava milho, feijão, arroz, então capinava, buscava lenha na cabeça, era, tudo, varria aqueles terreiros grandes.

Quando era a noite eu e meus irmão sentávamos à noite num banquinho que tinha no terreiro e usávamos uma lamparina de querosene para clarear, porque não existia luz, não tinha rádio e não tinha nada....

Mas tenho muitas saudades da roça...dos meus pais...foi muito bom.

De vez em quando tinham uns bailes a gente ia, meu pai levava a gente. Foi muito bom.

Eu torrava café, socava café e arroz no pilão. Buscava lenha...foi muito bom...tenho muitas saudades da roça.

Com meu pai, minha mãe, meu pai toda a vida trabalhou na roça juntamente com meus irmãos e eu que era a mais velha sempre trabalhei muito na roça.

Como tenho saudades daquele tempo.”