A saudade de Dona Expedita Figueiredo

A saudade de Dona Expedita Figueiredo

A proposta de nossa atividade interdisciplinar é linda, encantadora e envolvente: “De que realmente você tem saudades na vida”. Pronto, revirando os arquivos de amigos idosos em mente recordei-me da Dona Expedita, mas conhecida por todos como “Tida”, há quem não conhece essa senhora moradora do bairro Catumbi de Três Pontas, não sabe o que é “bater um bom papo no fim de tarde” e enxergar a vida sempre com extremo otimismo, alegria e satisfação.

No vídeo “Tida” já inicia distribuindo bom dia para ela mesma, para o mundo e até para Deus. Logo em seguida de forma enfatizada pronuncia a palavra SAUDADE e afirma que tem saudades do minuto anterior vivido, então ela coleciona objetos para recordar, acreditando que com o pouco que foi conseguido e guardado dos avós, bisavós e dela mesma é sua história de saudades e boas lembranças, afirmando que seu fogão à lenha, suas panelas de ferro, o ferro de passar roupas de brasa. Enfatiza ainda que as marcas da pele, as marcas da idade, o cabelo branco e defende com grande fervor que tem orgulho de ter chegado até aqui para continuar contando história. Finaliza dizendo que tem saudades de: que saudade das músicas caipira raiz brasileira e afirma que gosta de músicas que tem histórias pra contar que seja de agora ou de sessenta anos atrás, afirma que gosta da vida, gosta de namorar pessoalmente e virtualmente. E de forma bem humorada diz que adora abraçar, namorar e não esqueceu como se beija, com se abraça enfim como se namora e como se ama. E, para enfatizar, disse estas palavras com imenso carinho, brilho no olhar e um lindo sorriso no rosto. Finaliza dizendo que ama as pessoas, a vida e o mato, a modernidade, enfim tudo que tem e que ainda deseja ter. E conclui ama viver e manda um beijão carinhoso para todos que iram curtir sua história. É uma mulher que ama viver, que gosta de costurar, e já entrou no ritmo de confeccionar as máscaras devido ao que estamos passando nesse momento de crise, devido ao covid 19.

Nas imagens do vídeo percebemos a linda retomada no arquivamento de objetos e costumes antigos colecionados por ela como: o ferro a brasa, às panelas de ferro, o mancebo e o bule de passar café, o forno à lenha para confeccionar quitandas, o fogão à lenha. Interessante que até a fumaça pairando em sua cozinha parece-nos trazer lembranças de casa de vovó, uma espécie de sinestesia – o cheiro que nos traz boas recordações de infância, com aquela quitanda quentinha e o delicioso leite com café ouvindo a moda de viola que ela diz que tanto ama neste vídeo. Comovemos e afirmamos que pessoas lindas e que amam viver assim deveriam ser eternas, mas como infelizmente não são temos que conviver e aprender sempre a essência do amor e da felicidade abordado por ela a todo momento.