Vamos iniciar pela solução mais conhecida para uma onda viajante,
φ(x,t) = Acos(k x + ω t) (1)
sendo k o número de onda dado por k = 2πσ = 2π λ e ω = 2πf = 2π/T a frequência angular. Lembrando que v = λf, então,
v = ω k (2)
Realizando a derivada parcial de segunda ordem na equação para φ com relação ao tempo e ao espaço, temos
conhecida como equação de onda linear. Ou seja, a equação (1) é na verdade uma das soluções que satisfaz a equação de onda linear. A derivação da equação de onda linear é baseada nas três suposições simplificadoras seguintes,
• Não há dissipação, ou seja, a equação é invariante com a inversão do tempo;
• Não há dispersão, ou seja, a velocidade de grupo, vg = ∂ω/∂k = v = constante.
• A amplitude de oscilação é pequena, e então, os termos não lineares (como φ², por exemplo) são omitidos;
Com o intuito de modificarmos a relação de dispersão, ω(k) = k v tal que ∂ω/∂k = v, uma das alterações mais imediatas a se fazer consiste na introdução um termo dispersivo, substituindo-a por,
ω(k) = (k − β k3 + ···)v.
Considerando que a dispersão introduzida é pequena, podemos manter apenas os dois primeiros termos, e a solução da equação de onda em sua forma complexa pode ser expressa como,
Pode-se então verificar que a equação satisfeita por essa onda tem a seguinte forma,
sendo conveniente notar que essa relação pode ser reescrita na forma da lei de conservação, em termos da equação de continuidade,
onde temos, por comparação,
Por outro lado, a fim de introduzir efeitos de não linearidade, introduzimos em J, acima, um termo quadrático em φ,
De modo que a equação resultante tem a seguinte forma:
Fazendo uma troca de variáveis e simplificando a equação acima obtemos:
Equação conhecida como equação de KdV. Onde a e b representam a não-linearidade e a dispersão respectivamente. A derivação original de Korteweg e de Vries traz esses parâmetros em termos de grandezas físicas como a aceleração da gravidade, a profundidade do canal, etc. Aqui, por simplicidade, manteremos a e b apenas como parâmetros genéricos.