A ILHA DE PÁSCOA
Em 1722, Jacob Roggeween, comandando uma frota de três navios, descobriu uma ilha especial em pleno oceano Pacífico. O dia anterior ao da descoberta tinha sido de Páscoa, por isso, em homenagem àquele dia, chamou "Páscoa" à ilha. Porém, o seu nome nativo é "Matakiterani" e significa "os olhos que fitam as estrelas".
Quando foi descoberta, a ilha de Matakiterani (ou Páscoa) encontrava-se habitada por uma população de nativos estimada em cerca de 5.000 almas. Sucessivas vagas de colonização desta ilha reduziram a sua população natural para cerca de 600 almas, destruíram a sua cultura e, o que é mais lamentável, toda a sua tradição a qual, provavelmente, nos daria algum esclarecimento sobre as misteriosas estátuas que povoam a ilha.
A "Ilha de Páscoa" figura, actualmente, nos roteiros do mundo como um dos locais mais enigmáticos devido aos "Gigantes de Pedra".
A ilha forma um triângulo de lava, com lados que medem 24, 18 e 16 quilómetros, o que dá uma área total de 19.000 hectares. Três vulcões, já extintos, assinalam nos vértices os pontos mais elevados da ilha. A área central é desértica e ventosa, cercada pelas aberturas das cavernas, entre as estátuas caídas, as plataformas de pedra e os passadiços de lajes que chegam até ao mar.
Os dados arqueológicos e etnológicos, bem como os trabalhos notáveis de Miss Routledge e de Alfred Métraux, concordam em que a Ilha de Páscoa terá sido povoada por polinésios no século XIII.
A Deslocação dos Gigantes de Pedra
Um dos grandes problemas que mais tem preocupado os arqueólogos que estudam a ilha consiste em saber como foram as estátuas transportadas até aos ahu, alguns situados a muitos quilómetros da pedreira. Este problema nunca foi resolvido, e mesmo os trabalhos da expedição norueguesa de 1956 não lhe deram nenhuma solução. De facto, o moai que Heyerdall tentou deslocar nada provou:
1.º, porque é dos mais pequenos e foi arrastado por meio de cordas num terreno muito especial que só existe em Anakena, constituído por areia fina, sem nenhuma aspereza de rochas.
2.º, as estátuas maiores, deslocadas para os ahu, atingem vinte toneladas e, na generalidade, o terreno era constituído por uma imensa camada de lava fendida. Para tentar resolver este problema, foram dadas muitas explicações, sendo umas delirantes e outras dificilmente válidas.
Alguns autores admitiram a hipótese de ter sido colocado debaixo da estátua um tapete de inhames. Imagine-se que espantoso puré ao longo de quilómetros!
Outros afirmaram que se metiam rolos de madeira sob as estátuas. Mas onde iam os pobres pascoanos encontrar a madeira necessária? Os trancos de toro-miro, deformados pelo vento, atingem, no máximo, a grossura de uma coxa.
Outros, ainda, falaram de trenós.
Sem dúvida que as cordas existiram, e até conhecemos a sua textura, sendo muito sólidas, mas quanto ao resto é impossível acreditar em semelhantes suposições. Além disso, surge um facto ainda mais notável: as estátuas não deixaram qualquer vestígio de pancada ou arranhadela. Ora, dada a relativa fragilidade do solo vulcânico, se tivessem sido arrastadas durante quilómetros, em cima de rolos de madeira, certamente teriam deixado no solo vestígios da sua passagem.
Evidentemente, a lógica não pode provar tudo, mas o mais espantoso é a resposta formal de todos os indígenas: as estátuas deslocaram-se pelo mana. Verdadeira ou falsa, a resposta é sempre a mesma. E especificam que apenas dois homens possuíam omana. A população tinha de trabalhar duramente para esculpir esses moai, mas quando tudo estava terminado, era o rei que ofertava o seu mana para eles se deslocarem. Entretanto, algo deve ter acontecido, pois nunca mais houve mana. Evitemos sorrir perante tal história, pois, se nenhuma outra explicação lógica é válida, porque razão recusar, em princípio, uma lenda que pode ser verificável?
E se determinados homens, em determinada época, tivessem podido utilizar forças electromagnéticas ou a levitação? Com certeza é uma hipótese louca, mas decerto menos estúpida que a dos inhames esmagados. Talvez tenhamos de interpretar o mana.
Seja como for, algo existe de terrivelmente anormal (paranormal?) na falésia do vulcão, pois houve estátuas que foram descidas por cima de dezenas de outras sem deixarem vestígios, isto agravado por cargas de dez a vinte toneladas, o que torna o problema ainda mais difícil.
Temos de nos abster da lógica a qual proclama que, se houve coisas tão excepcionais, a civilização que as concebeu era também excepcional. Ora, isto contradiz a própria História, dado saber-se que os pascoanos, quando foram descobertos, ainda se encontravam na idade da pedra polida. Contudo, todas as hipóteses possíveis nos causam inquietação, tanto mais que os indígenas dizem que tudo morreu na Ilha de Páscoa quando o mana desapareceu, o que nos leva a pressentir o assombroso testemunho de um passado totalmente anormal (paranormal?). Assim, talvez a parapsicologia encontre o seu eco nesta ilha de um magnetismo tão perturbante.
Evocamos também uma outra afirmação de um indígena o qual dizia que «as estátuas avançavam de pé, rodando em semicírculo sobre a sua base redonda». Perante tal revelação, não podemos deixar de pensar num mecanismo electromagnético de campo limitado.
Quanto à erecção das estátuas sobre os ahu, a experiência norueguesa pretendeu provar que isto teria sido conseguido através de um método lógico, o que é exacto e possível, mas a estátua que foi erguida é uma das mais pequenas, não devendo exceder as três toneladas. Além disso, foram utilizadas enormes alavancas rectilíneas de madeira de eucalipto, árvores estas recentemente plantadas em certos pontos da ilha. A verdade é que outrora não havia árvores nenhumas.
Podem-se admitir todas as hipóteses... mas o facto é que, perante uma estátua de 22 metros, ou seja, a altura de um edifício de sete andares, que permanece na falésia de Rano Raraku, já não há lugar para conclusões lógicas. Imagine-se as seguintes medidas: cabeça, sete metros e meio de altura; pescoço, um metro e meio de altura por três de diâmetro; comprimento do nariz, três metros e meio; altura do corpo, treze metros. Peso total, 50 toneladas! Mesmo actualmente, com a tecnologia disponível, não são muitas as gruas, em todo o mundo, capazes de erguerem um monobloco de pedra com tal massa, já para não falar na envergadura das instalações onde essas gruas teriam de trabalhar.
No entanto, a estátua está lá, rodeada pelos seus dois corredores de acesso. Certamente essa estátua não foi esculpida para ficar presa na rocha. Foi feita para ser destacada da rocha e erguida. Ora, o escultor chefe não criou uma obra de louco, tendo decerto resolvido dar vida a este gigante. Aparentemente, só faltou o mana. A que se deveu tal falha?
Sem árvores, nem grandes possibilidades de fabricarem constantemente novas cordas, não vemos de que maneira essas estátuas poderiam ter sido transportadas pelos pascoanos cuja ilha, com os seus 5.000 habitantes, aproximadamente, não era o Egipto ou o Tiahuanaco, onde alguns arqueólogos se comprazem ingenuamente em pensar que se podia empregar enormes exércitos de escravos a trabalharem debaixo de chicote.
Portanto, é preferível admitir que o mistério continua intacto ou que a sua solução é completamente diferente.
Os Orelhas Grandes
Observando, agora, de perto e com atenção, estas gigantescas cabeças de pedra, notamos que evidenciam, lateralmente, umas saliências que lhes valeram o nome de "orelhas grandes". Além disto, a forma destas cabeças, estreitas e alongadas, é bizarra, dado que as suas proporções não correspondem às das cabeças humanas tal como as conhecemos. Será que, verdadeiramente, retratam seres com esse aspecto fisionómico? Ou serão esculturas estilizadas? Com as suas nucas direitas e os altos da testa igualmente direitos, apenas se percebe a cara deformada longitudinalmente, como se o resto da cabeça tivesse sido intencionalmente ocultado. Porquê? O que falta nestas cabeças? Essas saliências laterais corresponderão mesmo a orelhas?
Aqui, onde a lógica humana actual não tem qualquer valor, só opiniões de visionários poderão rasgar os véus do mistério. Assim, porque somos visionários, aventuramo-nos a propor aos irmãos que observem as figuras inseridas e considerem que essas esculturas só fazem sentido se lhes acrescentarmos um capacete cuja viseira transparente lhes deforma a cara! Agora, aquilo que parecia "orelhas grandes" transforma-se em protecções laterais almofadadas, talvez incluindo auscultadores de comunicação radiofónica! Deuses astronautas? É mesmo de loucos...
Os "Gigantes de Pedra" da Ilha de Páscoa pertencem àquele conjunto de coisas que não deveriam estar ali. A ilha não fornece condições naturais e suficientes para que nela pudesse prosperar uma comunidade humana gozando de uma economia forte em todos os aspectos. Ali, sem apoios do exterior, apenas se pode sobreviver precariamente. Portanto, os escultores das estátuas vieram de outro lado e trouxeram consigo uma tecnologia de talhe e transporte que desconhecemos totalmente. Esses mesmo escultores não se radicaram na ilha: apenas pretenderam deixar ali um testemunho do seu poder tecnológico, dado que as estátuas, em si mesmas, não tinham nenhuma aplicação imediata, útil ou prática, para quem sobrevivesse na ilha. Obviamente, limitam-se a ser uma manifestação de poder através da arte escultórica em pedra. Tal como acontece com outros monumentos como, por exemplo, Gizeh, Baalbeque, Stonehenge, etc. São construções em pedra (obras de maçonaria) que testemunham um poder tecnológico desmesurado que os homens da antiguidade nunca possuíram!
Este perfil bizarro de uma cabeça de pedra só faz sentido se...
... lhe adicionarmos um capacete! Será a escultura estilizada da cabeça de um "Deus Astronauta"?
Bibliografia:
Francis Maziére ¾ FANTÁSTICA ILHA DE PÁSCOA ¾ Livraria Bertrand.
Paul Poësson ¾ O TESTAMENTO DE NOÉ ¾ Livraria Bertrand.
YOSEPH