A interpretação literal da doutrina dos chakras é um absurdo, excepto para a crença, de onde extraímos a alegoria dos chakras.
ALEGORIA DOS CHAKRAS
Segundo a doutrina do ocultismo, todas as reacções sensoriais são provocadas pelo "duplo etéreo".
O corpo etéreo recebe as correntes de força astral através de centros que se movem em turbilhão e que os videntes conseguem observar à superfície do duplo. Estes centros de forças são designados pelos Indianos como chakras ou rodas. Também se lhes chama lotus.
A finalidade dos exercícios do ioga é activar os chakras e desenvolver as pétalas do lotus.
RÁ é uma vocalização que, no esoterismo, refere a energia vibrante e luminosa da roda (ou arco).
Dividindo a palavra em sílabas temos Chak.Ra. No Egipto, Rá é um deus que está ligado ao Sol, fonte de energia vital.
Algumas palavras que contêm esta vocalização:
- RA (deus egípcio)
- RA.m (primeiro grande chefe dos árias que conquistaram a Índia)
- Ab.RA.m / Ab.RA.Am (primeiro patriarca na nação hebraica)
- RA.Ab (prostituta de Jericó que colaborou com os hebreus na conquista da Terra Prometida)
- B.RA.Ma (um dos grandes deuses do panteão hinduísta)
- Chak.RA (centro energético da serpente kundalini)
- G.RA.Al (vaso ou cálice místico de certas lendas medievais)
A localização anatómica dos sete chakras principais é impressionante, porque está absolutamente de acordo com a assinatura oculta na Árvore da Vida cabalista (observa as Figs. 1, 2 e 3):
A Fig. 4 representa um iogui na posição de lótus.
1. Chakra Raiz (Lótus de quatro pétalas) – Situado ao nível da ponta final do Cóccix. Preside aos órgãos da criação, da geração, onde reside a Força de Kundalini que é, também, denominada Poder do Espírito Santo, gerador da humanidade. A energia Kundalini mantém a vida biológica antropomórfica, logo, é o poder gerador universal em acção. É Deus agindo como poder criador. Instinto sexual de sobrevivência dos seres pensantes ligados à Terra-Mãe ou mundo inferior material.
2. Chakra Sacral (Lótus de sete pétalas) – Situado ao nível do osso Sacro. É denominado Centro de Força da Vitalidade, porque, nas fêmeas grávidas, está ligado à placenta, órgão alimentador da vida durante a gestação.
3. Chakra Umbilical (Lótus de dez pétalas) – Situado nas vértebras lombares, ao nível do Umbigo.
4. Chakra Cardíaco (Lótus de doze pétalas) – Situado nas vértebras torácicas, ao nível do Coração. Está ligado à simbologia dos doze Signos do Zodíaco.
5. Chakra Laríngeo (Lótus de dezasseis pétalas) – Situado nas vértebras cervicais, ao nível da Laringe.
6. Chakra Frontal (Lótus de noventa e seis pétalas) – Situado no cérebro, ao nível da Fronte. Centro de Força do Pensamento e da Consciência Espiritual.
7. Chakra Coronal (Lótus de 960 pétalas no círculo exterior e de 12 pétalas no círculo interior, num total de 972 pétalas) – Situado no ponto extremo superior do crânio, formando uma Coroa. É a Caverna de B.Rah.Man (Paraíso de Deus). A simbologia deste chakra é a mais complexa, constituindo o Supremo e Último Mistério e, por isso, o mais difícil de apreender.
Os chakras evocam simbolicamente os sete planos que compõem o cosmo.
Os planos astral e mental escapam completamente à observação do homem vulgar.
Só um vidente pode explorar a região astral. Estes verdadeiros videntes são raros. São ainda mais raros os videntes que podem ir mais além e conhecer as primeiras regiões do plano mental. Para além do plano mental, é impossível a exploração, mesmo para os videntes mais avançados. Alguns místicos conseguem chegar ao plano da intuição ou búdico e o relato das suas esplendorosas (gloriosas) visões são para os humanos vulgares como narrativas de viagens em regiões completamente inacessíveis, parecendo uma grandiosa fantasia que não conseguimos sequer compreender.
A ciência não tem instrumentos capazes de detectar os chakras. Só os videntes e os sensitivos o podem fazer. Se é legítimo depositar fé nestas pessoas de particulares e especiais dons, também é legítimo depositar fé noutras formas de interpretar os chakras. Eles podem ser alegorias ou símbolos de outras coisas.
É muito importante reter a exacta localização dos sete chakras principais no corpo humano, quatro dos quais na coluna vertebral, e constatar que coincidem rigorosamente com os sete pontos verticais do eixo da assinatura oculta da divindade.
O Tao direito é formado pelo lado superior do quadrado e o eixo vertical, simbolizando a descida da mónada. O Tao invertido é formado pelo lado inferior do quadrado e o eixo vertical, simbolizando a subida da mónada.
A Fig. 5 representa o Caduceu, um dos mais antigos símbolos esotéricos. Consiste em duas serpentes iguais enroscadas num bastão ou ceptro. Há uma relação entre este símbolo e o mito bíblico da serpente, bem como da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
O caduceu representa, também, kundalini. É significativo o facto de os ioguis se referirem ao kundalini como o "poder da serpente", o que faz do Caduceu uma representação perfeita do despertar dessa força destinada à sublimação sexual, a qual passa através de cada chakra, identificado por cada cruzamento das serpentes no ceptro, até chegar ao mais alto de todos, por cima da cabeça. Este processo é o regresso humano ao seu estado de perfeição original e corresponde à subida da mónada depois da descida.
A Fig. 6 ilustra graficamente esses ciclos misteriosos da descida e da subida da mónada ou faísca do divino.
Segundo a doutrina ocultista, a mónada ou faísca do divino passa sucessivamente pelos sete planos do cosmo, simbolizados pelos sete chakras, descendo ao mais baixo (involução) e subindo em seguida ao mais alto (evolução).
O Esoterismo Fundamental é um sistema filosófico cujo núcleo, onde se encontra a Gnose, só é acessível aos de dentro (ESO) na via da Espiritualidade. Do lado de fora (EXO) está a materialidade onde o conhecimento chega cifrado. Este texto situa-se a meio, em que a interpretação literal se converte em interpretação real mediante a descodificação dos símbolos.
José Curado
Fig. 1
Fig. 2
Fig. 3
Fig. 4
Fig. 5
Fig. 6
Fig. 7