A Espiritualidade em si não se corrompe.
Mas pode ser contaminada.
É necessário estudar este fenómeno, identificar os agentes contaminadores e esclarecer os Espirituais de boa fé.
Espiritualidade Contaminada
JOVEM ILUDIDA POR ESPIRITUALIDADE ALTERNATIVA
Depois de ter escrito o artigo “Católicos seduzidos por terapias da alma”, encontrei o testemunho pessoal de uma rapariga argentina que documenta bem o risco que constitui para um católico pouco formado a aproximação a certo tipo de espiritualidades ou mesmo simples exercícios mentais e físicos inspirados nas religiões orientais. Transcrevo do site espanhol “religionenlibertad.com” o relato da jovem:
“Sendo católica não praticante, entusiasmada pelas minhas amigas, só por curiosidade, fui a uma mulher que lançava as cartas. Depois, comecei a ler livros de auto-ajuda, um pouco de metafísica, espiritualidade da nova era, etc. Amante do desporto e cansada da rotina, comecei a praticar yoga numa fraternidade muito conhecida. Fiquei ali poucos meses, porque descobri que manipulavam a vontade das mulheres. Passei então para outro grupo de yoga ‘mais sério’, onde havia um mestre. Aprendi outro tipo de vida austera. Li muito sobre religiões orientais e técnicas do yoga. Tudo me parecia muito estimulante e novo.
Conheci gente muito destinta e todos me pareciam muito simpáticos. Durante 5 anos, aprendi e pratiquei diversas meditações, exercícios, vegetarianismo, jejuns, tai-chi… Em consequência, afastei-me da minha família e do mundo. Resultado: um dia acordei levitando sobre a cama… com uma criatura (espiritual) agarrada à minha cabeça. Então, para me libertar dessa coisa que me consumia toda a energia, procurei umas mulheres que curavam ou libertavam. Estas mulheres tinham imagens da Virgem ou iam à igreja. Assim era difícil desconfiar. Fizeram-me de tudo o que o ‘mercado espiritual’ oferece como ‘alternativo’ em termos de comunicar ou libertar energias: reiki, bioenergética, energia universal… Se conseguia algumas melhoras, eram somente momentâneas. Contaminação e mais contaminação espiritual. Como não se vê…
Finalmente, por graça de Deus, descobri a Igreja Católica. A salvação chegou-me através dos grupos católicos que conheci, de retiros que fiz, da ajuda de um sacerdote, das experiências de oração que vivi e muitos outros bens que encontrei… A minha vida foi verdadeiramente difícil neste período, mas senti-me sempre acompanhada e consolada por Jesus e Maria.
Quero partilhar o que vi e o que há por detrás das ofertas espirituais alternativas. As meditações e exercícios espirituais de origem oriental que pratiquei, como o yoga, produzem uma grande confusão de valores, roubo de energia e total perda da liberdade. Não se pode pôr a mente em branco durante as meditações e nos exercícios de relaxe, porque é perigoso. Há já 5 anos que estou a procurar curar-me, tendo passado por muitos momentos mentais e espirituais críticos. Recebi ajuda de um psiquiatra e de vários sacerdotes… Consegui muita libertação de todo o mal que me fizeram. Quero que saibam que nem tudo o que brilha é ouro”.
O testemunho é impressionante e elucidativo. Nem todas as propostas de terapia da alma, de alargamento da consciência ou de desenvolvimento espiritual são boas ou fazem bem. A espiritualidade é como a água. Toda ela tem a mesma composição, mas nem toda ela é boa para consumo humano. Há águas poluídas e contaminadas que provocam doenças ou até matam. Assim pode acontecer com certas propostas ditas espirituais e aparentemente boas.
Um psiquiatra francês que residiu na Índia durante alguns anos escreveu um livro alertando para o impacto da mística oriental sobre os ocidentais. O livro tem o significativo título “Loucos da Índia. Delírios de ocidentais esentimento oceânico”. Ele observava que naquele país, em contacto com o seu mundo religioso, mais do que em qualquer outro lugar e de maneira espetacular, “a nossa identidade vacila”. E concluía que tal experiência transformava o indivíduo em profundidade quanto à sua visão do mundo. É isso que acontece por vezes em quem mergulha em certas espiritualidades ou exercícios espirituais: a pessoa pode ser invadida “por um sentimento de estranheza e uma perda de contacto com o real” (J. Vernette, Só a religião salvará o século XXI, p. 57ss).
Como em tantas outras coisas da vida, também no mundo da religião e da espiritualidade, é preciso manter o espírito crítico e aprender a distinguir a realidade da aparência, o genuíno da imitação, o verdadeiro do falso, o saudável do doentio… Jesus é luz. Quem tem a mente e o coração iluminado por Ele é capaz de discernimento e de identificar onde está a verdade e o bem para a sua alma.
A Espiritualidade consiste, também, em exercitar A MENTE SÃ EM CORPO SÃO, combatendo os vícios, quer mentais quer corporais.