Colisão com pássaros - informe!!!

Maioria das ocorrências não é informada

Estado de Minas

Publicação: 17/01/2010 08:13

O CENIPA está prestes a assinar convênio com o Ministério da Defesa e com a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul para identificar as aves que estão mais envolvidas com incidentes aeroportuários. Segundo o representante do Cenipa na Comissão de Controle do Perigo Aviário no Brasil, major Henrique de Oliveira, a maioria dos incidentes não é informada ao CENIPA. Quando isso ocorre, faltam detalhes sobre a ocorrência. Das 804 colisões relatadas de janeiro a novembro de 2009, 416 não identificam o tipo de ave. A partir do exame de DNA, coletado das penas ou restos mortais no avião, é possível identificar a espécie do pássaro e ir além. “Vou poder estudar a fundo e saber até o que está atraindo a ave”, comenta. O trabalho terá início este ano.

Atualmente, os campeões das colisões com aeronaves são o quero-quero e o urubu. O major explica que o quero-quero é uma espécie que gosta de grandes gramados, cenário comum em aeroportos. “Eles também se adaptam bem ao barulho. É muito comum encontrar ninhos de quero-quero nos gramados dos aeroportos”, afirma o major. Já o urubu é atraído por lixo, problema da maioria dos centros urbanos.

O motor é a parte mais atingida em colisões entre aeronaves e pássaros, seguida da asa/rotor e da fuselagem. Se considerado o momento de voo na hora da colisão, o maior perigo está na decolagem. É quando mais de um quarto dos incidentes ocorreram. O major explica o porquê. “O motor está acelerado e as palhetas das turbinas estão girando em altíssima velocidade.”

Terminais mineiros serão piloto

Estado de Minas

Publicação: 17/01/2010 08:17

Mesmo sem operação, aterro sanitário da BR-040, na capital, atrai centenas de urubus diariamente, representando risco para aeródromos.

Os aeroportos Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, Carlos Drummond de Andrade, no Bairro Aeroporto, na Região da Pampulha, e Carlos Prates, no bairro de mesmo nome, na Região Noroeste de Belo Horizonte, serão os primeiros a ganhar um estudo da Área de Segurança Aeroportuária (ASA). Com isso, vai ser dado o pontapé inicial do trabalho encabeçado pelo Ministério Público na definição do raio de 13 a 20 quilômetros de distância de segurança para que haja ocupação das áreas no entorno dos terminais aéreos. No caso de Confins, um projeto como esse ganha mais importância, visto que o terminal é vizinho de uma área de proteção ambiental federal, a APA Carste de Lagoa Santa, onde foram encontradas algumas centenas de artefatos paleontológicos e arqueológicos de grande importância para entender a história de ocupação dos homens na região e também nas Américas, há mais de 11 mil anos.

O pior quadro de acidentes envolvendo aeronaves e pássaros no Brasil é no Aeroporto Antônio Carlos Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro. Ali ao lado há um lixão e a Baía de Guanabara, que atraem diversas aves. O risco de incidentes envolvendo aves é de 8,2 a cada 1 mil movimentações aéreas, segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). Os aeroportos de Minas estão em situação melhor, o que não significa estar longe do perigo. Confins tem índice de 2,08 por mil movimentações.

De acordo com o gerente de Defesa Vegetal do Instituto Mineiro de Agropecuária, Thales Fernandes, o aeroporto está localizado no cinturão verde da Região Metropolitana de BH, rodeado de propriedades rurais, desde pequenas culturas agrícolas a criações de animais. “Não há grandes empreendimentos rurais, mas temos avicultores e suinocultores”, afirma. No entanto, ele ressalta que as carcaças dos animais são prato cheio para pássaros de várias espécies, principalmente os urubus. Outro problema é o depósito inadequado de lixo na cidade de Vespasiano, distante menos de 20 quilômetros do aeroporto.

Na capital, a proximidade do Aeroporto Carlos Prates com o aterro sanitário da BR-040, no Bairro Califórnia, na Região Noroeste, é sinal de perigo. Ali, o índice de colisões com aves é de 1,28. Mesmo desativado, o depósito recebe a visita sistemática dos urubus. “A segurança de voo é uma das razões de ele ser desativado”, afirma o subsecretário de Gestão Ambiental Integrada, Ilmar Santos. Situado ao lado da Lagoa da Pampulha, onde há registro de avistamento de mais de 120 espécies de aves, o aeroporto da Pampulha tem índice de perigo aviário de 1,66.

Colaboraram nesta matéria: Cmte Frassão e Rodrigo Global/Realy Táxi Aéreo