Conclusão

Conclui-se que o gerenciamento do controle do perigo aviário representado pela presença do Coragyps Atratus no entorno dos aeroportos brasileiros é tarefa complexa que demanda inúmeras medidas mitigadoras conexas e considerável mobilização de recursos e pessoal especializado. Contudo, devido ao elevado risco de colisão com aeronaves, mormente concentradas nas fases mais críticas do vôo, aproximação e a decolagem, demonstra-se claramente, que todo o esforço é justificável.

Dentre as medidas analisadas, foi citada que a mais eficiente é a da instalação e operação, dentro dos padrões requeridos, de aterros sanitários controlados, conforme adotado no município de Salvador/BA.

Entretanto, uma condição ideal só será alcançada quando forem combinadas ações de estrito cumprimento da legislação que normatiza a ocupação do uso do solo com a redução das condições ambientais e sanitárias degradadas. Esse esforço, certamente, passa por uma melhoria significativa do nível educacional e de vida das populações que habitam o entorno da maioria dos aeroportos brasileiros.

Mundialmente, os especialistas estimam que apenas uma em cada cinco colisões são reportadas ao órgão oficial. Assim, no Brasil, estaríamos em torno das 1000 colisões anuais (BRASIL, 1997). Considerando esta informação, os administradores aeroportuários devem ter ampla consciência do risco de incidentes/acidentes representado pela presença do Coragyps Atratus nas Áreas de Segurança Aeroportuária – ASA. Necessitam conjugar esforços permanentes de controle, monitoramento e espantamento dessas aves, bem como de acompanhamento das atividades antrópicas que degradam o meio ambiente nessas áreas.

Finalizando, interações e parcerias com os órgãos governamentais, notadamente dos municípios, devem se constituir em rotina, haja vista a necessidade de absorção da legislação federal concernente à proteção do entorno aeroportuário pela legislação municipal de uso do solo.