"Ciscando" de C-525

Gravadores de Vôo

A aeronave (C-525) estava equipada com um “Cockpit Voice Recorder” (CVR). Em decorrência do impacto, ficou parcialmente destruído, todavia estava funcionando adequadamente. Pelos registros, ficou evidenciado que a tripulação encontrava-se voando em condições meteorológicas por instrumentos (IMC) sob regras de vôo Visual (VFR).

As informações disponíveis no METAR das 16:00 UTC, o qual se supõe que a tripulação tenha consultado, não restringia o vôo sob condições visuais na região do aeródromo de Jacarepaguá. No entanto, de acordo com os registros do CVR, foi possível verificar que a tripulação estava ciente da entrada de uma frente fria prevista para aquela tarde e pôde-se perceber, também, que os mesmos foram supreendidos pela intensidade da frente.

Constatou-se que havia certa informalidade dentro da cabine de comando, o que concorria para com que a tripulação não realizasse alguns dos “briefings” previstos ou que os executassem de maneira incompleta.

A aeronave decolou do aeródromo do Rio de Janeiro (Santos Dumont) e manteve o corredor “Bravo” a 1500 pés. Pela leitura do CVR ficou evidente que as condições meteorológicas, após a Pedra da Gávea, estavam impróprias para o vôo em condições visuais e a aeronave voava dentro de nuvem.

O co-piloto entrou em contato com a Torre de Jacarepaguá e informou que estava livrando o litoral para ingressar no circuito de tráfego para pouso em Jacarepaguá. Ao ingressar na “perna do vento”, houve uma preocupação dentro da cabine, em relação à correta posição que se encontravam. O comandante, na posição de co-piloto, chegou a informar que iria baixar o trem de pouso, com a finalidade de reduzir a velocidade.

Ainda houve o alerta sonoro do sistema de alerta de altitude, que soou por cerca de 8 segundos, sem que houvesse aparente reação por parte dos pilotos. A colisão com o solo ocorreu na proa de 20 graus, a 1380 pés de altitude, e a cerca de uma milha e meia à direita da posição correta.

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