Manual do Professor

O objetivo deste pequeno manual é apresentar algumas diretrizes e dicas para a criação e aplicação de atividades curriculares integrantes de um plano de aprendizado. A primeira diretriz é deixar claro que não é um plano de ensino, já que o objetivo não é ensinar ao aluno, e sim fazer com que o aluno aprenda a aprender fazendo e fazer aprendendo; tendo como alvo a construção do conhecimento com foco no aluno. Dito isso seguem algumas diretrizes e dicas.

A Tríade (Conteúdo, Atividades e Produtos)

No contexto dos conceitos de Hands On e PA, o problema tem como objetivo "materializar, despertar e/ou ativar" o conhecimento prévio do aprendiz, propiciando assim a base necessária aos elementos formadores ao aprendizado significativo. No contexto deste projeto, observa-se que o problema será representado pela proposição de execução de atividades e avaliação de produtos; com o objetivo de preparar o aluno para a "absorção" dos conceitos, ou seja, antes da apresentação dos conceitos relacionados à uma atividade curricular, deve-se preparar o aluno provendo a base necessária para que este possa dar significado ao conteúdo.

De modo geral o modelo tem como base a tríade Conteúdo, Atividades e Produtos. As atividades têm como foco apresentar problemas a serem analisados, os quais necessitam da absorção do conteúdo para serem plenamente compreendidos; e os produtos se apresentam como o resultado tangível da relação direta entre as atividades e o conteúdo proposto. Desta maneira, os produtos, tanto relacionado às atividades, quanto relacionado os seus resultados tangíveis, são os principais componentes do modelo Hands On do Fazer, pois a partir deles, o aprendiz poderá ter algo para observar, analisar, validar e assim, gerar conhecimento de forma significativa.

Concluindo, o modelo usa de atividades (preferencialmente materializadas por oficinas) propondo problemas que são usados para despertar os conhecimentos prévios do aprendiz, de modo que este possa compreender (relação entre atividades e conteúdo) os produtos apresentados e gerar assim, conhecimento novo. Ainda pode ser destacado o foco no produto, o qual pode ser usado como: i) algo que pode ser materializado com o aprendizado do conteúdo; ii) objeto para avaliação e validação do conhecimento internalizado; iii) recurso usado na avaliação de aprendizagem.

Selecionando Produtos

No âmbito deste projeto podem-se ter produtos gerados através da execução de uma atividade, ou produtos usados como exemplos de artefatos desenvolvidos a partir dos conceitos da atividade curricular. Outra observação a ser feita é que podem existir produtos relacionados à componente curricular (disciplina) ou à atividade curricular (aula). No âmbitos da seleção de um componente curricular ressalta-se a necessidade da observação prévia do objetivo geral da mesma e do perfil do público-alvo. De modo geral, a apresentação a seguir mostra algumas diretrizes e exemplos.

3a. Produtos para Componentes Curriculares

Quanto aos produtos usados em atividades curriculares, além do já citado para os produtos de componentes, deve-se observar principalmente a relação com o conteúdo programado para a aula e o tempo necessário para o seu desenvolvimento e/ou compreensão. A apresentação a seguir mostra as diretrizes básicas para a tarefa.

3b. Produtos para Atividades Curriculares

Obtenção e Uso de OAs

Atualmente a Web é repleta de sites como este (ou até melhores que este), repletos dos mais diversos OAs e/ou instruções sobre as técnicas de desenvolvimento e uso destes. Então, qual a métrica usada para seleção destes sites? Para não alongar demais, pode-se reduzir a duas, a saber: i) relação e adequação dos OAs disponibilizados com o objetivo das atividades curriculares; e ii) a quantidades de informações disponíveis sobre o OA.

Com relação ao item (i) do parágrafo anterior pode-se dizer que é auto explicativo. No entanto, quanto ao item (ii), observa-se que, quanto mais ricas forem estas informações (no catálogo de OAs), mais fácil será a tarefa de seleção e adequação do OA à atividade curricular.

Ressalta-se ainda que alguns professores tem uma certa dificuldade em adaptar OAs desenvolvidos por outros profissionais, para uso em suas atividades curriculares. Outro problema está no perfil do público-alvo, que muitas vezes torna difícil a tarefa de adequação do produto. A solução para estes problemas está no desenvolvimento, pelo próprio professor, destes OAs. Obviamente nem todos estão capacitados para esta atividade e muito menos conhecem ferramentas que possam auxiliá-los na tarefa. Felizmente, no âmbito do desenvolvimento de OAs computacionais esta tarefa está ficando cada dia mais simples. De modo específico destacam-se os laboratórios virtuais de física, química, biologia, matemática e outros. Estes laboratórios são de fácil uso e permitem o rápido desenvolvimento de tarefas e a fácil disponibilização das mesmas; e melhor, muitos deles são gratuitos. De modo geral existem ferramentas computacionais que permitem o desenvolvimento de OAs que vão destes pequenos experimentos, como a "Sacola Flutuante"; até simuladores complexos, como a "Memória RAM de 1024x8". Algumas destas ferramentas podem ser encontradas no tópico "Para Fazer e Saber Mais".

O Processo de Avaliação

Este processo deve ser totalmente integrado ao modelo de aprendizado, sendo implementado através de métodos e ferramentas que permitam a externalização do conhecimento. Observando esta premissa, o aprendiz deve ser conduzido a materializar o conhecimento produzido no momento em que este esta efetivamente sendo concebido.

Um exemplo dessas ferramentas vem do uso de aplicativos computacionais de produção coletiva de texto (formulários e textos compartilhados na Web), onde o aprendiz, normalmente em equipe e de maneira sequencial: socializa, externaliza, combina e internaliza conhecimento. Sempre que o aprendiz insere algo que a coletividade possa observar (compartilhamento), ele também pode destacar suas características e funcionalidades (articular), assim como pode avaliar (conectar) as inserções de outros participantes, e consequentemente gerar (incorporar) novo conhecimento, através da validação dos conceitos apresentados.

No contexto da avaliação de aprendizado, o tutor, observando atentamente todo o processo descrito no parágrafo anterior, conta com recursos para efetivamente mensurar o gradiente de aprendizado, o qual pode ser observado com o uso de ferramentas adequadas, tanto a produção, quanto a evolução da produção do conhecimento.

Em resumo, é fortemente sugerido que o aluno seja constantemente avaliado pela sua produção, O seja, o professor deve planejar e implementar estas avaliações, de acordo com o perfil de seus alunos e com as características das atividades propostas. Ou seja, infelizmente não existe uma receita para isso; mas como exemplo pode-se destacar o seguinte. Em aulas de eletricidade e magnetismo, os alunos foram incentivados a desenvolver um produto para explicitar os conceitos absorvidos. Ao invés de simplesmente apresentar o trabalho em sala de aula, os mesmos foram orientados a desenvolver um vídeo (a seguir) sobre o assunto e publicá-lo na Internet. O professor mostrou o vídeo em sala de aula e solicitou que o restante da turma apresentasse comentários ao mesmo, tendo assim, mais um recurso para avaliação do aluno, ou equipe.