Rastreando um Ancestral
10 Dicas para Rastrear seu Ancestral
Como Descobrir a Cidade do Antepassado
Eis um dos maiores desafios da pesquisa genealógica.
Um fim de linha intimidante que muitas pessoas que pesquisam sua história familiar é descobrir a a origem de seus ancestrais. Saber a cidade de onde vieram é imprescindível para prosseguir na pesquisa, especialmente a quem busca a cidadania.
Realmente, pode ser muito difícil saber de onde os antepassados vieram. Especialmente porque não sabe por onde começar a procura nos registros a fim de encontrar seus primeiros antepassados que imigraram para o Brasil.
Contudo, não desalente. Há há muitas dicas e técnicas que você pode usar para começar a pesquisar essa origem.
1. Inicie-se por se fazer cinco perguntas, ou dirigi-las aos mais velhos da família. Qualquer pista é boa!
De que cidade vieram esses meus ancestrais? Ou ao menos de que região?
Vieram casados ou se casaram aqui?
Os filhos desse casal (dentre os quais meu ancestral) nasceu lá ou aqui?
O meu ancestral estrangeiro mais próximo se casou onde? (Vá atrás da certidão de casamento, ou melhor, peça no cartório do Registro Civil algo mais barato e mais eficiente: o Processo de Habilitação de Casamento). Nem sempre é fácil, mas se achar é uma fonte imensa de informações.)
Tenho em casa um quadro, um postal, uma fotografia, uma lembrança, uma música, um instrumento musical, um suvenir que possa me fornecer uma pista de que região eram?
2. Estabeleça o que você já sabe com um cronograma claro
Ao usar o termo "cronograma", estamos falando mesmo de "crono - grama" uma linha de tempo. Tenha um intervalo de datas aproximado de quando o seu antepassado imigrou. Exemplo
Depois da Abolição?
No fim do século 19?
Na virada do 19 para o 20?
Antes da I Guerra?
No entre-guerras?
Na guerra civil espanhola?
Antes da II Guerra?
No período após II Guerra?
Em alguma guerra no país de origem? (Ex.: sírios-libaneses, armênios, espanhóis, judeus...)
Ter definido o intervalo de tempo a ser estudado é fundamental para iniciar a sua pesquisa, a fim de restringir a pesquisa e não ficar buscando a esmo.Não adianta procurar no século XIX, uma pessoa que viveu no XVII!
3. Olhe naqueles guardados
Você sabe que toda família tem uma caixa de papelão, um baú, uma pasta antiga ou um álbum ou então até um gaveteiro onde se guardam documentos antigos. Se não está com você essa fonte de informação, ligue para os tios, para os primos. Vá escarafunchar essas antigualhas.
Dá trabalho mergulhar de cabeça nos registros e tentar achar uma pista. Mas vale a pena.
Certidões de Casamento e especialmente as habilitações para casamento (nos cartórios)
Certidões de óbito
Inventários
Fotografias (especialmente o que foi escrito no verso das fotos)
Cadernos de receita
Livros de oração e bíblias
'Santinhos' de comunhão, crisma, missas, funerais
Cartõezinhos de lembranças, 'pour memoires', antigos convites de casamento e de formatura
Velhos crachás de empresas, carteiras de aposentadoria
Procure bíblias de família, heranças de outro país, cartões postais, jornais, livros com inscrições e dedicatórias escritas, fotografias, etc. não deixe pedra sobre pedra, você nunca sabe o que pode ser a chave para descobrir detalhes vitais sobre seus antepassados.
Muitas vezes há pistas nesses vetustos documentos.
4. Veja e reveja os registros
Se você puder identificar onde seu antepassado imigrante viveu antes de imigrar para o Brasil. Isso ajudará você a restringir sua pesquisa. Muitas vezes, você pode encontrar essas informações em documentação que você provavelmente já pesquisou anteriormente. Leia cuidadosamente cada linha desses documentos. Algumas informações que inicialmente não foram consideradas úteis poderiam acabar sendo um elemento-chave em sua pesquisa. Registros da igreja, registros escolares, assentos de casamento, de óbitos, inscrições de lápides, etc. podem revelar pistas sobre onde seu ancestral pode ter vivido antes de viajar para o exterior. Os registros do censo podem ajudá-lo a diminuir pelo menos o país.
5. Recorra aos Museus da Imigração
Pesquise o sobrenome da família nos Museus de Imigração ou nos Arquivos Públicos dos Estados. Muitas dicas AQUI.
6. Não despreze os registros militares
Os antepassados homens não são difíceis de serem encontrados nas listas de alistamento militar. Na Itália, procure por "Leva Militare" nos arquivos de estado de cada Região. Veja AQUI.
7. Procure nos cemitérios
Muitas informações não estão nos registros oficiais, nem em jornais, mas na quietude dos cemitérios. Vá ao cemitério, procure o túmulo, fotografe as lápides. Indague na administração do cemitério se há parentes sepultados em outros túmulos que não o mais conhecido por você.
8. Tenha um pouco de paciência (e esperteza) ao verificar o nome de seus antepassados.
Procure em certidões de casamento, óbito, nas certidões dos filhos e netos do ancestral pesquisado as diversas variações de grafia...
E mantenha olho-vivo!
a. Compare os nomes e sobrenomes de indivíduos de uma mesma família
b. Desconfie de nomes muito "modernos" (ou "pagãos") em pessoas antigas. Judeus têm nomes bíblicos. Cristãos têm nomes bíblicos ou de santos, ou os clássicos.
c. Verifique se aquele sobrenome aparece em registros de uma determinada região do país se referência. Para sobrenomes italianos utilize Cognomi in Italia.
9. Certifique-se de usar as funções 'curingas' dos buscadores, para abranger variações de grafia
Muita gente tem seus nomes grafados de forma quase indistinguível do idioma de origem. Isso tem razões diversas:
a) As listas de passageiros geralmente estavam corretas, pois eram produzidas nos países de origem.
b) Quando aqui chegavam, essas listas eram transcritas, na maioria das vezes à mão, e ora as letras eram trocadas, ora a grafia ficava ilegível.
c) Ao se converterem em documentos locais, os nomes eram realmente interpretados de maneiras diferentes. Não por má vontade dos funcionários da Imigração ou da Identificação: era o que eles liam... Uma grande ironia reside na história familiar do próprio Ricardo Gumbleton Daunt, jurista, pesquisador genealógico e inovante diretor do Instituto de Identificação do Estado de São Paulo (que emite os R.G. paulistas) e que hoje leva seu nome. Ricardo era filho de Rogério O'Connor de Camargo Dauntre — grafia original e correta, conforme o próprio Daunt explica, em sua obra genealógica!
d) Outro costume do fim do século 19 e começo do 20 era os padres escrivães e os escreventes dos cartórios "aportuguesarem" ou melhor, "abrasileirarem" os nomes próprios dos imigrantes. Isso fazia parte da política de "aclimatação e aculturamento dos imigrantes para branquear o Brasil". Mas isso é outra história. Todos os Giuseppes Italianos viravam José, as Luigia, Luiza (com z, na época); os espanhóis Juan se transformavam em João e as espanholas Andresa em Andreza e as María Soledad em Maria Soledade. Alemães então! Jurgen virava Jorge, Sofie, Sophia.
e) Mesmo quando era indagado pelos funcionários aos imigrantes para conferirem seus nomes, a maioria dos recém-chegados concordava de pronto com o que estava escrito. Seja porque eram analfabetos e não sabiam soletrar, seja porque não queriam nenhum ponto de atrito com servidores da Imigração — talvez qualquer um de nós fizesse o mesmo após passar dias e dias balançando na terceira classe de um navio, com crianças chorando, idosos reclamando e o chefe de família preocupadíssimo com o sustento de toda aquela gente!
f) Muitos imigrantes "abrasileiravam" seu nome algum tempo depois de chegados para facilitar as comunicações e os negócios. Ex: Agostino = Agostinho ou Augusto / Benedetto = Benedito / Beniamino = Benjamim / Caterina = Catarina etc/ Michael= Miguel/ Ibrahim = Ebraim ou Ibraim, Pietro =Pedro. É o caso do bisavô do presidente Jair Bolsonaro. O antepassado era Angelo BOLZONARO.
Dica: Certifique-se de usar a ferramenta curinga ou pesquisar com variantes de nome, pois em alguns casos, o nome do seu antepassado pode ter mudado devido à falta de comunicação, diferenças de idioma ou até abrasileirado as grafias.
A função de caractere curinga é uma ferramenta para ajudar a exibir resultados variantes adicionais em suas pesquisas. A ferramenta curinga permite pesquisar com dados fragmentados ou partes de nomes. Use um asterisco (*) ou um ponto de interrogação (?) Dentro de qualquer termo de pesquisa.
10. Procure por uma família e não por um indivíduo
É sempre regra de ouro procurar por todos os membros da família, porque a cidade de nascimento pode estar no registro de um deles, os colaterais, mas não do antepassado que você procura.
Muita gente, ao montar sua árvore, lança apenas as linhas ancestrais diretas e não as dos colaterais. Isso é desperdiçar energia e informação.
Por exemplo, a cidade natal do seu bisavô pode estar citada na certidão de casamento da irmã dele e não constar do documento do seu próprio ancestral. Os parentes próximos de podem fornecer pistas preciosas que vão ajudar você a encaixar as peças do quebra-cabeça. Você, afinal, está fazendo uma árvore genealógica.
Árvore Genealógica inclui todos os colaterais: tios primos, tios e primos por afinidade, pais e mães de todo mundo. Você não está trabalhando numa simplória Árvore de Costados como as que fazia na escola. Está fazendo uma Árvore Genealógica.
Na Genealogia, não há exclusões, quando temos provas ou conhecimento da existência de uma pessoa.
Inclua na sua árvore todos os colaterais que souber ou descobrir, seus cônjuges e filhos. Genealogia não admite exclusões. A pista tão procurada pode estar naquele parente que você negligenciou.