Genealogia nas Redes Sociais

É muito bom participar de grupos de Genealogia nas Redes Sociais, especialmente no Facebook e nas listas — sim, há quem ainda participe das listas de grupos e associações de história da família.

Mas existem alguns fatos que você deve saber a fim de tornar sua participação colaborativa, obter colaboração real, conseguir um círculo de pessoas com o mesmo interesse e especialmente não ficar no vácuo.

Dicas para participar de fóruns e listas de discussão

É muito bom participar de grupos de Genealogia nas Redes Sociais, especialmente no Facebook e nas listas — sim, há quem participe das listas de grupos e associações de história da família.
Mas existem alguns fatos que você deve saber a fim de tornar sua participação colaborativa, obter colaboração real, ter respeito e especialmente não ficar "no vácuo".

1 A primeira providência é usar de polidez

  • Ninguém que participa dos fóruns e lista tem obrigação de ajudar. As pessoas participam porque gostam do assunto. Peça por favor, agradeça, curta.

  • Mas não fique exigindo e cobrando respostas se elas não vierem. Às vezes, as pessoas não as sabem!

  • Ao responder dúvidas, é dispensável zombar da ingenuidade, da ignorância ou do pobre português dos participantes.

  • Ajude o quanto puder, se não lhe for custoso.

  • Cada pessoa está lista por um objetivo específico, que provavelmente não é o seu. Temos de respeitar todos os anseios.

  • Outros acabaram de ingressar nesse universo. Estão cheios de dúvidas. E suas indagações podem parecer pueris. Há de se ter um comportamento paciente e de prestação de serviço, auxiliando a todos, quando se sabe e se pode.

  • Não se ofenda quando alguém ensinar o que você realmente nunca soube. Se a pessoa sabe ela está compartilhando seu conhecimento — o que é uma postura intelectualmente generosa.

  • Esses grupos — listas ou páginas — se chamam de discussão que aqui tem o sentido de argumentação, debate de ideias, troca de informações, e não o sentido de disputa, altercação, bate-boca.

  • Se você não gostou de uma opinião por ser arrogante ou deseducada, basta não responder. Não é porque está no grupo que precisa responder todas as postagens.

  • Se alguém for muito grosseiro, a ponto da ofensa, comunique os administradores do grupo.

  • Seja você sempre gentil e cortês.


2 A segunda providência é ser específico

  • De nada adianta entrar num fórum ou lista de discussão e perguntar coisas do tipo "eu descendo de uma família Oliveira, do Paraná, podem me indicar minha genealogia?" Ou: "Podem me ajudar a localizar Floriano Ferreira, do Paraná?"

  • Quanta ingenuidade! Quantos Ferreiras existem em todo o Paraná?

Quantos já passaram por lá e deixaram o Estado?

Quantos Ferreiras foram e vieram? Quantos deixaram de assinar esse nome?

Quantos ramos de Ferreira vieram de Portugal? Quantos foram "inventados" aqui? Quantos Ferrari e Herrera não foram "transformados" em Ferreira?

Quantos Florianos Ferreiras já existiram ou existem no Paraná? E você está falando de um Floriano de Oliveira que nasceu em 1942 ou de um que nasceu em 1872?

E o seu Floriano Ferreira é de que lugar do Paraná?

O Paraná tem quase 200 mil km². O Paraná, como Estado, é maior que a Síria enquanto País!

• Você tem de usar mais de mais precisão, mais especificidade:
«Procuro se alguém teria dados de Floriano de Oliveira, nascido em Paranaguá, por volta de 1890, que foi casado com Joaquina Maria da Conceição, por volta de 1915, provavelmente em Curitiba. Ele é filho de um "Capitão Ferreira", de quem não tenho outros dados, nem o nome da mãe.»
• Se tiver o nome dos pais, forneça Do que não tiver certeza, também esclareça.
«casado com Joaquina Maria da Conceição, ou Joaquina Maria da Encarnação» (talvez ambos os nomes sejam válidos), «com primeiro filho nascido em 1917 em Curitiba e os demais, a partir de 1919, em Piraquara. Só sabemos o nome do primeiro filho: Antônio Ferreira, que como dissemos nasceu em Curitiba em 1918.»

  • Por favor, use a melhor construção de frases que puder. Às vezes, se você escrever de maneira confusa, as pessoas não vão entender sua dúvida ou sugestão, e você ficará «no vácuo», sem resposta.

  • Lembre-se sempre de tentar "cercar" as seguintes informações — perguntando ou respondendo:
    → quem
    → de quem
    → com quem
    → quando
    → onde
    → o quê
    (qual o evento)

  • Assim, que sabe, alguém possa lhe ajudar de verdade.

“Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães…”

João Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas — pág. 1
  • Você não precisa ter opinião sobre tudo. Vivemos numa época em que todo mundo quer ter uma opinião. Nós não precisamos ter opiniões sobre tudo.

  • Ainda em relação a opinião e a informação, estamos num momento de ajuste entre direito e dever. Sim! Todo mundo tem direito a uma opinião. No entanto, temos de assumir maior responsabilidade sobre nossas opiniões e informações. O que estou dizendo tem base em quê? Essa é a primeira pergunta que se deve fazer aos seus botões antes de emitir uma opinião e fornecer uma informação. E quando a emitir, explique a base do raciocínio. Essa atitude confere lógica e credibilidade a tudo o que você fala e escreve.


3. A terceira providência é usar uma terminologia correta

Use sempre a terminologia correta para o ramo da ciência que você aborda

A velha questão «tataravô»


Não existe tataravô em genealogia. Porque tataravô (ou tataravó) é a uma forma paralela, não culta, de tetravô.

Tetravô é o pai do trisavô
Trisavô é o pai do bisavô.

Há, contudo, dicionários que aceitam amnas as aceçpcões populares, tanto o pai do trisavô, como pai do bisavô.


Mas na genealogia não pode haver essa confusão. Afinal, se você não é seu pai, porque razão seu trisavô seria o mesmo que seu tetravô?

Por essa razão, nenhum genealogista sério fala
tataravô, considerado termo sem exatidão.

A partir de tetravô/ tetravó, raramente se diz pentavô. São utilizados, simplesmente, os numerais ordinais seguido de "avô/avó" ou "neto/neta":
Exemplos:
«Meu quinto-avô era da Guarda Nacional»
« Sou sétima-neta de um ourives.»
«Minha sexta-avô foi uma escravizada que ganhou alforria»
«Com certeza tenho uma sétima-avó indígena.»

Ascendentes • Descendentes — Ascendência • Descendência

As pessoas também se confundem muito com os termos ascendente - descendente e ascendência – descendência.

Ascendência refere-se aos seus antepassados, seus ancestrais. Ascendentes são os que "sobem" na árvore em relação a você.

Descendência refere-se à sua prole, sua posteridade. Descendentes são os que "descem" na árvore em relação a você.

Exemplos

Se seus bisavós são italianos, por exemplo, você deve dizer:


  • Meus ascendentes SÃO italianos = Meus antepassados são italianos

  • Eu TENHO ascendência italiana = Eu TENHO ancestrais / antepassados italianos

  • Eu SOU descendente de italianos

  • Eu TENHO ascendentes italianos


Quando uma pessoa fala «Eu tenho descendência italiana.» ela está dizendo que seus filhos ou netos nasceram na Itália!
Pode até ser, mas será que é isso?

Avôs ou avós?

As duas palavras existem na língua portuguesa e estão corretas. Porém, precisam ser usadas com vigilância!


A palavra avós é o plural tanto de avó quanto de avô, quer sejam pessoas do sexo feminino ou do sexo masculino.

Avôs é palavra que existe sim! Mas apenas quando for plural da palavra avô, exclusivamente para pessoas do sexo masculino.


Se quisermos referir duas pessoas do sexo feminino, como a avó materna e a avó paterna, formamos o plural com a palavra avós, ou seja, as avós.

Se quisermos referir duas pessoas do sexo masculino, como o avô materno e o avô paterno, formamos o plural com a palavra avôs, ou seja, os avós. Se quisermos referir ao mesmo tempo pessoas do sexo feminino e do sexo masculino, como a avó materna e o avô materno, devemos formar o plural com a palavra avós, ou seja, os avós. Isso se deve ao fato de a forma masculina plural da palavra avô não ter mantido a vogal tônica aberta, como aconteceu também em outras palavras como: ovo (ô) e ovos (ó) • osso (ô) e ossos (ó), tijolo (ô) e tijolos (ó) • porco (ô) e porcos (ó).

Então, fica assim:

Avó + avó = avós = minhas avós
Avô + avô = avôs = meus avôs
Avó + avô = avós = meus avós


Exemplos:

  • Minhas avós, a materna e a paterna, estão patrocinando minha viagem de estudos.

  • Minhas duas avós estão patrocinando minha viagem de estudos.

  • Meus avôs, o materno e o paterno, estão patrocinando minha viagem de estudos.

  • Meus dois avôs estão patrocinando minha viagem de estudos.

  • Meus avós, avó materna e avô materno, estão patrocinando minha viagem de estudos.

  • Meus avós, avó paterna e avô paterno, estão patrocinando minha viagem de estudos.


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