Pesquisando > Apps para Smartphones

Preservando Memórias

Estas sete dicas vão orientar você e sua família numa jornada pelas memórias

1 . As memórias mais urgentes a serem preservadas são os filmes caseiros antigos. Eles estão se deteriorando a cada dia que passa. Todos os dias eles perdem as cores. Não existe no Brasil um serviço grande (como o LegacyBox na América do Norte. Eu não conheço), mas uma busca simples no Google permite que você encontre profissionais que fazem conversão de filmes para CD e daí você coloca na nuvem atrelado ao seu e-mail como Google Drive, One Drive e Dropbox, por exemplo. Um bônus adicional de digitalizar filmes antigos é que eles podem ser transformados em fotos estáticas, e foi assim que descobri a única foto que meu pai tinha com seu primo Hélio.

2 . Se você tem um álbum de fotos antigo, não tente remover fotos para enquadrá-las ou distribuí-las em outro álbum. Se você desmontar esse álbum, perderá o contexto das fotos e poderá até danificá-las. Em vez disso, para preservar o álbum, pegue um pedaço de musselina (mousseline) de algodão cru — que não foi tratada com amaciantes — embrulhe o álbum para manter todas as peças soltas juntas e guarde-o em uma caixa de papelão sem ácido, também chamadas caixas de arquivo fotográfico. Se você tiver fotos antigas e soltas, armazene-as num envelope grande ou saco de polipropileno (PP), incluindo um pedaço de papel alcalino para anotar qualquer informação conhecida sobre a imagem.

3 . Faça backup de suas imagens em pelo menos dois serviços em nuvem, como Dropbox ou Google Drive ou One Drive. Documentos como registros da igreja, cartórios ou do hospital, cartas antigas, cartões de pêsames, luto e felicitações podem ser compartilhados com plataformas de genealogia, como o FamilySearch , MyHeritage ou Ancestry . Se algo acontecer, como fogo, mofo, vazamento e enchentes, essas memórias não ficarão perdidas para sempre.

Você não precisa de um escâner sofisticado para enviar suas fotos e registros antigos: o Google PhotoScan é um aplicativo gratuito que funciona em seu smartphone. Use o seu scanner da impressora: Epson, HP, Brother etc. Se você tiver muitas fotos, poderá levá-las a um Centro de História da Família do FamilySearch para acessar um de seus scanners de alimentação automáticos. Telefone antes para o CHF mais próximo para se informar se dispõem desse serviço.

Numa reunião de família, quarto primos meus (primos de diferentes gêneros e em diferentes graus de parentesco) levaram seus escâneres e notebooks e fizemos uma espécie de mutirão para escanear muitas fotos. Colocamos num arquivo único: uma conta do Google que todos os que sabem acessar têm acesso. Se a família tiver facilidade, outra ideia é, nessas reuniões, alugar em escâner de alta velocidade, para um fim de semana, com impressora de saída. Todos terão fotos de todos sem abrir mão dos originais e “sem depender da internet”, com dizem os bem idosos, com menos habilidades informáticas.

4 . Recrute parentes mais jovens para entrevistar os mais velhos, a fim de obter um maior contexto familiar em vídeo ou áudio. Os idosos têm histórias incríveis que serão perdidas para sempre se não gravá-los. E os jovens têm muita facilidade para usar seus smartphones. Hoje qualquer smartphone faz boas gravações. Não seja muito exigente: o bom é o inimigo do ótimo, diz o ditado popular. Esses arquivos de áudio ou vídeo podem ser enviados para Dropbox ou Google Drive, One Drive, tal como as fotos.

5. Guarde suas cópias impressas com cuidado. Verifique se as fotos e os documentos estão fora do chão (em caso de inundações) e, se possível, fora de porões ou sótãos e longe de respiradouros e salas que compartilham uma parede externa onde as variações de temperatura ou umidade podem causar danos.

6 . Linque as fotos contemporâneas das mídias sociais aos arquivos da sua família. Se você usa sistema IOS e o Family Search existe o aplicativo para iPhone MemoryWeb. Esse app sincroniza com várias mídias sociais e aplicativos em nuvem, bem como e permite que você armazene no Family Search, identificando nomes e locais de assuntos. Ao sincronizar suas fotos, o app solicita que você marque rostos e locais reconhecidos. Não existe ainda (janeiro de 2021) que eu saiba app similar para Android.

7 . Não jogue fora fotos antigas, ainda que você não saiba quem estão nelas. Mas não se sinta na obrigação de manter as coisas apenas por mantê-las. No espírito de Marie Kondo, autora do livro A mágica da arrumação, “se algo não lhe dá mais alegria, é hora de seguir em frente”. Confira as ideias:

• A primeira providência é tentar doar fotos e documentos para alguém da família que você sabe que vai preservar a memória. Eu mesma acabei de receber de uma prima uma caixa de fotos que pertenceu à minha bisavó, depois à prima de meu pai e em seguida à sua filha, esta que me deu tudo.

• Se você fizer aquele “drive de fotos na família”, pode descarregar suas imagens e perguntar se alguém quer o original. E também vai descobrir, certamente, quem é quem naquela foto.

• Como última opção, doe suas fotos de “gente desconhecida” para um parente, para a sociedade histórica local, os arquivos públicos ou o Museu da Imigração, O Museu da Pessoa. Indague para ver se estão interessados nos tesouros da sua família.