Ô trem bão...
Por João Conte
18/08/2023
E de repente, assim do nada, recebo a notícia do falecimento de Etevaldo José de Miranda.
Mineiro de quatro costados, daqueles de uma mineirice imensa, “quando de vez” acendia um cigarro de palha no canto da boca e falava uma linguagem que, embora fosse português, a gente não conseguia decifrar.
Conheci Etevaldo há muito tempo atrás, desde quando a ABENDI iniciou suas atividades no estado de Minas Gerais. Ele foi presidente em (algumas ocasiões) da nossa regional, sempre colaborando, sempre contribuindo, sempre pacato, cordato, um sujeito suave.
Dono de uma imensa sabedoria, especialista em ultrassom na indústria ferroviária, num tempo em que poucos sabiam sobre este tema.
Etevaldo, além de inspecionar, ensinava; alguém sempre muito preocupado em transmitir conhecimentos e em disseminar aquilo que ele havia aprendido nas noites de inspeção, muitas vezes estudando sozinho debaixo da chuva, molhando as folhas do caderno de anotações.
Uma vez, aqui em São Paulo, provou uma pizza paulistana e logo disse:
“O trem bão sô !”
Etevaldo vai deixar muitas saudades.
A partir de agora, o veremos apenas em seus retratos...
É o ciclo natural da vida.
Daqui a pouco todos nós também seremos retratos...