Papel crescente da inteligência artificial (IA) nos Ensaios Não Destrutivos

Por João Conte

A Inteligência Artificial (IA) é um ramo da ciência que tem por objetivo criar sistemas capazes de um comportamento inteligente, simulando funções cognitivas humanas como a aprendizagem, a resolução de problemas e o reconhecimento de padrões. No domínio dos ensaios não destrutivos (END), o potencial da IA é vasto. Os algoritmos de inteligência artificial, especialmente os modelos de aprendizagem automática e de aprendizagem profunda, têm o potencial de analisar determinados conjuntos de dados complexos muito mais rapidamente e com maior precisão do que os operadores humanos.
A IA nos métodos de END, como Ultrassom, Radiografia e a Termografia, não só aumenta a eficiência e a precisão das inspeções, como também proporciona uma visão abrangente das condições dos materiais.
O avanço contínuo da inteligência artificial promete um futuro em END onde a segurança e a eficiência operacional serão substancialmente melhoradas.
A evolução da IA nos Ensaios Não Destrutivos passou das suas fases iniciais de análise de dados básicos e reconhecimento de padrões para se tornar parte integrante do processo. Este fato é surpreendente para muitos profissionais de END que ainda não veem esta tecnologia no seu trabalho diário. Mas, tal como acontece com muitas inovações disruptivas, as taxas de adoção são exponenciais.
A IA já não está confinada a uma aplicação autônoma.  Está agora integrada em vários métodos de ensaios não destrutivos, criando sistemas híbridos que podem tirar partido dos pontos fortes da inteligência artificial e dos métodos tradicionais de END.
Esforços estão sendo feitos para normalizar a aplicação da inteligência artificial em END, assegurando a consistência e a confiabilidade em toda a indústria.
Em primeiro lugar, foram desenvolvidos guias ASTM (por exemplo, E3327: Standard Guidefot the Qualification and Control of the Assisted Defect Recognitionof Digital Radiographic Test Data).
O advento da IA nos END destina-se a melhorar e não a substituir o operador humano, servindo como uma ferramenta poderosa que aumenta as capacidades humanas. A inteligência artificial é excelente no tratamento de tarefas repetitivas e de grande volume e na análise de conjuntos de dados complexos, o que liberta os técnicos de ensaios não destrutivos para se concentrarem em aspectos mais críticos do processo de inspeção. O operador humano continua a ser vital na interpretação dos resultados da inteligência artificial, na aplicação de conhecimentos contextuais e na tomada de decisões finais.

Nota : Baseado em artigo da última edição da Revista Materials Evaluation da ASNT.
Autores : Lennart e Daniel Grollmisch.