A síndrome do Carnaval e a produtividade brasileira

Por João Conte

09/02/2024

 

Uma das “frases feitas” mais utilizadas, sem dúvida alguma, é a aquela em que alguém afirma: “No Brasil tudo começa só depois do Carnaval”.

E via de regra, falamos isso de boca cheia, com um certo júbilo, como se fosse absolutamente normal perder-se 2 meses do ano.

O reflexo mais direto é na produtividade nacional, um índice altamente preocupante:

O Brasil ocupa a 61 posição de um total de 64 países pesquisados. (Educação executiva suíça IMD - Institute for Management Development).

Com o fim do bônus demográfico, a única forma de aumentar a renda per capita e gerar crescimento sustentável no Brasil nas próximas décadas será por meio da elevação da produtividade do trabalho. Por isso, discussões sobre o tema de produtividade ganham cada vez mais importância.

O único setor que apresentou crescimento robusto desde 1995 foi a agropecuária.

O desempenho da produtividade da indústria desde meados da década de 1990 foi muito negativo, com queda de 0,2% ao ano entre 1995 e 2021, passando de R$ 38,8 por hora trabalhada para R$ 36,6 por hora trabalhada. Os dados mostram que entre 1995 e 2023 houve uma redução de 2,1% ao ano na produtividade deste 2003-2007 (1,1% a.a.), porém acima do observado entre 2007-2014 (0,2% a.a.). Já no ano de 2021, após elevação expressiva de 11,7% em 2020, houve uma forte queda de 9,4% na produtividade deste setor.

A produtividade do setor de serviços, que concentra cerca de 70% das horas trabalhadas e 73% do também tem apresentado um fraco desempenho. O baixo crescimento desde 1995, de cerca de 0,4% ao ano, fez com que a produtividade por hora trabalhada crescesse pouco ao longo de todo o período.

 

Os principais indicadores de produtividade:

* Taxa de conversão;

* Grau tecnológico;

* Capacidade de produção;

* Lucratividade;

* Índice de turnover.


Confira os principais elementos que podem levar à baixa produtividade em equipes:

1. Problemas no planejamento.

2. Comunicação ineficiente.

3. Processos muito manuais.

4. Liderança falha.

5. Desmotivação desgastes.

6. Cobranças em excesso.

7. Falta de treinamento adequado.

 

O que mais preocupa é exatamente o fato de que não vemos qualquer tipo de reação do governo federal.

 Não temos um plano, nem metas, objetivos, e o pior de tudo: falta uma política pública para nos respaldar.

Um país como o Brasil não pode simplesmente aceitar a antepenúltimo lugar no ranking mundial de produtividade como se nada estivesse acontecendo.