CD-i sobre Lisboa: história breve

O disco compacto interactivo sobre a cidade de Lisboa foi uma encomenda da Philips Media ao C.I.T.I. Na época Pedro Reuter era Director Geral da Divisão IT da Philips, encarregue de promover e divulgar o CD-i. No catálogo City Portraits, Lisboa é o número dois da colecção, sendo o primeiro título sobre a cidade de Veneza. O desenvolvimento da aplicação decorreu entre Março de 1991 e Agosto de 1993. Recorreu-se à cooperação científica internacional, em especial com o laboratório sediado em Milão da Philips Interactive Media, dirigido por Mario Fumagalli, que na altura desenvolvia o CD-i sobre Veneza e com o qual o Centro de Investigação para Tecnologias Interactivas da Universidade Nova de Lisboa estabeleceu um protocolo de cooperação. O designer norte-americano Jim Hoekema, supervisionou o desenho interactivo dos projectos português e italiano, atendendo à desejável uniformização do figurino dos dois primeiros títulos que iriam dar corpo ao catálogo da multinacional. Foi a primeira publicação multimédia CD-i realizada e comercializada em Portugal. Dado o seu caracter pioneiro teve um processo de produção sui generis: foi evoluindo ao ritmo que chegava do estrangeiro parte do equipamento tecnológico do Centro e, consequentemente, à medida que se concretizavam as etapas da investigação sobre multimédia, nas componentes teóricas e práticas: concepção, design, interface, modelização interactiva, e tecnologia CD-i.

A investigação fundamental que se realizou sobre a área teórica (princípios, conceitos, modelos) confrontou-se com com a experimentação no domínio das modalidades de participação, de novas máquinas, programas e respectivos meios de operação e esta metodologia foi em boa parte determinante do ritmo de produção.Foi preocupação dominante transmitir o saber experimental a um grupo inicial de estudantes universitários, que adquiriram formação enquanto participavam na elaboração do projecto. O binómio ensino/aprendizagem realizou-se globalmente nesta experiência, dado que aprender e ensinar para participar num trabalho/projecto concreto foram duas faces da mesma moeda e o processo de investigação evoluiu numa linha de tensão em que o saber teórico e a experimentação confluíram num objectivo muito concreto. De algum modo, o disco sobre Lisboa foi, neste contexto, cadinho seminal de algumas experiências sobre educação e multimédia.

A aplicação tem um total de duas horas e quarenta minutos de sequências audiovisuais: 1600 fotografias agrupadas em 81 sequências audiovisuais, 6 vídeos com depoimentos de Jorge Amado, José Saramago, Amália Rodrigues, Mário Soares, Jorge Sampaio, Francisco Pinto Balsemão e um conjunto de cerca de 100 páginas de texto.

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