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O estudante que em 1967 decidiu estagiar no República o jornal da oposição a Salazar levava na bagagem dos seus vinte anos a força combativa de quem viveu o final da década de 60 e os primeiros anos de 70 correndo os riscos inerentes ao exercício da actividade política de combate ao regime ditatorial.
Portugal afundava-se nas dificuldades crónicas do seu subdesenvolvimento mental e material, agravadas com os problemas da guerra colonial mantida em três frentes de batalha, em África, com a emigração intensiva e uma ditadura em boa parte sustentada pela censura e polícia política.
Aprender a fazer política e jornalismo no "República" foi privilégio excepcional. E para que a memória não esqueça, eis os nomes das pessoas cujo exemplo de honradez, verticalidade e jornalismo isento marcaram os momentos mais importantes da formação: são eles os jornalistas Miguel Serrano, Figueiredo Filipe, Afonso Cautela, Eduardo Valente da Fonseca, o escritor Manuel da Fonseca, o chefe de redacção Marcelino Mesquita e os directores Alfredo Guisado e Carvalhão Duarte, entre outros. A fim de que a memória dos tempos da ditadura não seja branqueada, eis alguns exemplos de artigos proibidos pelos serviços de censura de Oliveira Salazar e, depois, de Marcelo Caetano.