Por Danielly Nunes
Enviado em: 23/11/2022
Parágrafo de contexto: Narrativa em versos sobre a sensação de ser uma escritora. Feita em uma aula de teatro, mas nunca entregue ao professor.
Eu sou uma contadora de histórias.
Conto o que me contam através das vozes que invadem minha mente.
Conto verdades. Conto mentiras.
Conto histórias.
Conto histórias que me são ditas.
Conto histórias inventadas.
Conto histórias verídicas.
Sou manipuladora de palavras.
Mas não me tenha como uma vilã.
Eu apenas conto histórias.
Toda história é um ponto de vista.
Todo ponto de vista é uma história.
A princesa que foi resgatada pelo príncipe que enfrentou bravamente o dragão.
A princesa que foi afastada de seu amigo dragão por um homem que nunca viu na vida.
Aquele garoto era perfeito, nunca fez nada de errado e tinha tudo o que poderia ter.
Aquele garoto era terrível, cometeu tantos erros que faltam dedos na humanidade para contar e sempre achou que lhe faltava tudo.
Toda história é um ponto de vista. Todo ponto de vista é uma história.
Toda palavra significa algo até não significar nada.
Toda história significa algo até não significar nada.
O que essas histórias querem de mim?
Ouça atentamente as vozes delas.
Essas histórias querem florescer.
Essas histórias querem ser contadas.
E eu sou uma contadora de histórias.
Eu escuto suas vozes, seus pedidos, suas imagens e desenhos.
Elas me mostram e delimitam o caminho.
Elas tiram o fôlego, trazem lágrimas aos olhos, fazem um nó na cabeça.
Escondem seus segredos ocultos que estão expostos em todos os lugares invisíveis.
Elas querem serem contadas.
Eu sou uma contadora de histórias.
Eu vou contá-las mesmo que não signifiquem nada.
Mesmo que não façam sentido.
Eu vou dançar essas palavras.
Eu vou encenar essas palavras.
Eu vou escrever essas palavras.
Eu vou falar essas palavras.
Não posso ignorar as histórias presas de mim.
Eu penso que as manipulo
mas elas que me manipulam.
Eu manipulo palavras.
Eu digo verdades. Eu digo mentiras.
Eu conto histórias.