NOME POPULAR
maparajuba, maçaranduba, maçaranduba-da-várzea, massaranduba, balata, parajuba.
NOME CIENTÍFICO
Manilkara bidentata (A.DC.) A.Chev.
FAMÍLIA
Sapotaceae
DESCRIÇÃO
Características morfológicas - A Maparajuba é uma árvore de grande porte, podendo atingir imponentes 30 a 50 metros de altura. Seu tronco é retilíneo, com casca grossa, fissurada e de coloração marrom-avermelhada. As folhas são simples, coriáceas (com textura de couro), e se agrupam nas pontas dos ramos, apresentando uma coloração verde-brilhante na face superior e uma tonalidade ferrugínea na face inferior, devido à presença de pelos densos. Suas flores são pequenas, de cor creme ou amarelada. Os frutos são bagas globosas, com 2 a 4 cm de diâmetro, possuindo uma polpa amarela, doce e comestível, que contém de 1 a 3 sementes achatadas, brilhantes e marrons.
Utilidade - A madeira da Maparajuba é uma das mais valiosas da Amazônia, sendo extremamente densa, dura e durável, com alta resistência ao ataque de cupins e fungos. É amplamente utilizada na construção civil e naval, para dormentes ferroviários, postes e marcenaria fina. Seus frutos são comestíveis e apreciados tanto pela fauna silvestre quanto por populações humanas. Historicamente, a árvore é fonte de um látex abundante, conhecido como "chicle" ou "balata", utilizado na fabricação de goma de mascar e outros produtos industriais. Ecologicamente, é uma espécie-chave para projetos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.
OCORRÊNCIA
A espécie é nativa da Amazônia brasileira, ocorrendo nos estados do Amazonas, Pará, Acre e Rondônia. Sua distribuição também se estende por outros países da Bacia Amazônica, como Guianas, Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia. É encontrada principalmente em florestas de terra firme, notadamente em várzeas altas e solos argilosos.
SUCESSÃO ECOLÓGICA
A Maparajuba (Manilkara bidentata) é classicamente enquadrada como uma espécie secundária tardia ou climácea, pertencente ao grupo ecológico das espécies climáxicas.
FRUTO COMESTÍVEL?
Sim
ÉPOCA DE FRUTIFICAÇÃO
Os frutos amadurecem predominantemente entre janeiro e abril. (*Nota: As épocas podem variar ligeiramente dependendo da região e condições climáticas específicas).
ÉPOCA DE FLORAÇÃO
Geralmente ocorre entre os meses de setembro e novembro.
DISPERSÃO DE FRUTOS E SEMENTES
A dispersão é zoocórica, ou seja, feita por animais. Uma grande variedade de mamíferos (como macacos, antas e quatis) e aves consomem a polpa doce do fruto. As sementes são eliminadas intactas nas fezes desses animais, o que promove a germinação a longas distâncias da árvore-mãe.
VETOR DE POLINIZAÇÃO
A polinização é realizada principalmente por abelhas, que visitam as flores para coletar néctar e pólen.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CARVALHO, P. E. R. Espécies Arbóreas Brasileiras. Vol. 1. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2003.
LORENZI, H. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. Vol. 1. 8ª ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2020.
Flora e Funga do Brasil. Manilkara bidentata. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020.
Mapa de localização da espécie no campus da Unicamp / Campinas-SP (CAVALHERI, 2025)