NOME POPULAR
cancorosa, cancrosa, espinheira-santa, falsa-espinheira-santa, coração-de-bugre, folha-de-serra, pau-de-serra, canchim, guatambu-de-espinho
ORIGEM DO NOME
O nome genérico Maytenus provém de maitén, termo aborígene chileno (mapuche), que designa uma celastrácea arbórea do Chile (Maytenus boaria L.).
NOME CIENTÍFICO
Monteverdia truncata (Nees) Biral
FAMÍLIA
Celestraceae
DESCRIÇÃO
Características morfológicas - Características morfológicas - Altura de 2-12 m, dotada de copa estreita e pequena, com folhagem perene, com ramos novos cilindricos-achatados e glabros, tronco curto, de 15-25 cm de diâmetro, revestido por casca fina e quase lisa de cor acinzentada. Folhas simples, cartáceas, com pecíolo de 0,5-1,0 cm de comprimento e estípulas pouco visíveis, com lâmina elíptica e cartácea, glabras em ambas a s faces, de 6-9 cm de comprimento por 2-6 cm de largura, com nervuras secundárias subsalientes e margens com espinhos. Inflorescências em fascículos multifloros axilares, com flores andróginas pequenas e amareladas. Frutos orbiculares, do tipo cápsula bivalar de cor castanho-alaranjada (LORENZI, 1992).
Utilidade - A madeira, pelas pequenas dimensões disponíveis, pode ser empregada apenas na carpintaria leve e confecção de utensílios agrícolas, bem como para lenha e carvão. A árvore, de pequeno porte e produtora de frutos consumidos pela avifauna, possui atributos ornamentais e pode ser aproveitada para cultivo na arborização urbana.
Sua grande utilidade, contudo, está na medicina caseira onde vem sendo empregada de longa data no tratamento de problemas estomacais (gastrite e úlceras).
Propriedades medicinais - As pesquisas com esta planta iniciaram na década de 60 estimuladas por sua eficácea no tratamento de úlceras e até mesmo do cancêr. Estudos iniciais revelaram que esta planta, bem como outras do gênero Maytenus, contém compostos antibióticos que mostraram potente atividade anti-tumral e anti-leucêmica em doses muito baixas.
Na medicina tradicional é usada atualmente o emplasto de suas folhas aplicado localmente no tratamento de cancêr de pele. O decocto de suas folhas é usado em lavagens para o mesmo tratamento. Ainda que usado no tratamento do câncer, seu uso mais popular é no ratamento de úlceras, indigestão, gastrites crônicas e dispepsia.
Contra afecções gástricas (atonia, hiperacidez, úlceras gástricas e duodenais e gastrite crônica) é indicado o seu chá, reparando adicionando-se água fervente em 1 xícara (chá) contendo 1 colher (sobremesa) de folhas picadas, na dose de 1 xícara (chá) antes das principais refeições.
Sua potente atividade anti-ulcerogênica foi comprovada num estudo farmacológico de 1991, confirmando que um simples extrato de água quente de suas folhas foi ão eficaz quanto duas das principais drogas usadas para este tratamento: Ranitidina e Cimetidina, causando um aumento em volume e pH do suco gástrico. Estudos toxológicos publicados no mesmo ano demonstraram a segurança a segurança do seu uso sem efeitos colaterais. A eficácia e popularidade desta planta relatadas nas pesquisas conduzidas recentemente tem tornada-a cada vez mais conhecida e usada na medicina herbalística dos EUA, onde o extrato de suas folhas vem sendo empregado para o tratamento de úlceras, para recomposição da flora intestinal e inibição de bactérias patogênicas, como laxante, para eliminar toxinas atravéz dos rins e pele, para regular a produçãodo ácido clorídrico do estômago e para tratar vários outros males.
Informações ecológicas - Planta secundária, esciófita e seletiva higrófita, ocorre predominantemente na bacia do Paraná entre 100 m a 1.000 m de altitude, porém apresentando geralmente frequência bastante iregular ao longo de sua área de distribuição. Produz anualmente moderada quantidade de sementes viáveis (LORENZI, 1992).
OCORRÊNCIA
Sul e Sudeste do país, principalmente na floresta semidecídua de altitude e da Bacia do Paraná (LORENZI, 1992).
SUCESSÃO ECOLÓGICA
Maytenus aquifolia é uma espécie sem classificação sucessional (SILVA et al., 2003), (CARVALHO, 2008), essa espécie ocorre predominantemente no sub-bosque da Floresta Estacional Semidecidual.
FRUTO COMESTÍVEL?
Não
ÉPOCA DE FRUTIFICAÇÃO
Frutos maduros ocorrem de outubro a março no Estado de São Paulo (CARVALHOOKANO, 2005).
ÉPOCA DE FLORAÇÃO
De junho a outubro, no Estado de São Paulo (CARVALHO-OKANO, 2005).
DISPERSÃO DE FRUTOS E SEMENTES
Principalmente zoocórica, notadamente pela avifauna.
VETOR DE POLINIZAÇÃO
Essencialmente abelhas e diversos insetos pequenos.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CARVALHO, Paulo Ernani Ramalho. Espécies Arbóreas Brasileiras / por Paulo Ernani Ramalho Carvalho. Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica ; Colombo, PR : Embrapa Florestas, 2008. 3v. (1.039p.) ; (Coleção Espécies Arbóreas Brasileiras).
LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do brasil. Nova Odessa, Sp: Editora Plantarum, 1992. 352 p.
Mapa de ocorrência natural da espécie (CARVALHO, 2003)
Mapa de localização da espécie no campus da Unicamp / Campinas-SP (CAVALHERI, 2025)