NOME POPULAR
jatobá, jataí, jataí-amarelo, jataí-peba, jataí-vermelho, jitaí, farinheira, jataíba, burandã, imbiúca, jatobá-míudo
ORIGEM DO NOME
Hymenaea deriva do grego (hymen), “deus do matrimônio” e faz alusão aos dois folíolos pareados das folhas; courbaril é nome comum; stilbocarpa significa “fruto duro”. O nome popular jatobá vem da língua tupi, va-atã-yba, que significa “árvore de fruto duro”.
NOME CIENTÍFICO
Hymenaea courbaril var. stilbocarpa
FAMÍLIA
Fabaceae
DESCRIÇÃO
Características morfológicas - Forma biológica: árvore semicaducifólia, com 8 a 15 m de altura e 40 a 80 cm de DAP, podendo atingir até 20 m de altura, em matas do Brasil Central (Bobrowiec et al., 2000) e 35 m de altura e 120 cm de DAP, na idade adulta, no Paraguai (Lopez et al., 1987).
Tronco: reto, cilíndrico. Fuste com até 15 m de altura.
Ramificação: racemosa e irregular. Copa grande e arredondada, com folhagem densa.
Casca: com espessura de até 10 mm. A casca externa é cinza-clara, quase lisa a áspera, com pequenos sulcos superficiais. A casca interna é rosada e exsuda resina cor de vinho.
Folhas: alternas, compostas, coriáceas, com dois folíolos brilhantes, de bases desiguais, com 6 a 14 cm de comprimento por 3 a 5 cm de largura.
Flores: brancas a bege, reunidas em inflorescências racemosas terminais, tendo em média 14 flores.
Fruto: vagem lenhosa, indeiscente, meio cilíndrica, dura, pouco comprimida, de coloração marrom-brilhante, internamente revestida por polpa carnosa, farinácea, com odor adocicado característico e comestível. O fruto mede 9 a 17 cm de comprimento e 4 a 5,5 cm de largura e contém 2 a 8 sementes. O peso dos frutos varia de 42 a 107 g.
Semente: cor de vinho, ovalada, com 2 cm de diâmetro. (CARVALHO, 2003)
Utilidade - A madeira é indicada para a construção civil, como vigas, caibros, ripas, batente de portas e janelas, para confecção de móveis e peças torneadas, como coronhas de armas, cabos de ferramentas e de vassouras, para carrocerias, miolo de portas e painéis, lambris, tábuas para assoalhos, etc. Fornece o bálsamo ou óleo de copáiba, um líquido transparente e terapêutico, que é a seiva extraida mediante a aplicação de furos no tronco até atingir o cerne. A árvore fornece ótima sombra e pode ser empregada na arborização rural e urbana. É também útil para plantios em áreas de preservação permanente (LORENZI, 1992)
Propriedades medicinais - Ação adstringente, antibacteriana, antidepressiva, antiespasmódica, antifúngica, anti-inflamatória, antioxidante, aperiente, balsâmica, descongestionante, diurética, estimulante, estomáquica, expectorante, fortificante, hepatoprotetora, laxativa, peitoral, tônica e vermífuga.
1- Combate a anemia: Fonte de vitamina C e minerais essenciais, como cálcio, ferro, fósforo, magnésio e potássio, o jatobá contribui efetivamente com a manutenção da boa saúde humana. A farinha de jatobá preparada com o fruto e a casca apresenta elevado teor de ferro, o que auxilia no combate à anemia.
2- Fortalece os ossos: O elevado teor de cálcio do jatobá é bem maior que o do leite. Por esse motivo em especial, ele fortalece os ossos e previne doenças como osteoporose. Já o potássio presente no jatobá alivia câimbras e controla a pressão arterial. Uma dica importante é tomar o chá das folhas e da casca do jatobá.
3- Cura a depressão: Outro benefício do jatobá é a cura da depressão segundo pesquisas realizadas pela Universidade Federal de Mato Grosso. Tudo se deve aos flavonoides encontrados no jatobá, que agem no sistema nervoso central, assim como os flavonoides encontrados nas uvas e nas frutas vermelhas.
4- Alivia dores nas costas: Como é considerado um potente anti-inflamatório, o jatobá alivia as dores nas costas, mais especificamente na coluna vertebral. Para isso, basta ferver 2 colheres (sopa) das lascas da casca do jatobazeiro em um litro de água. Após amornar, deve-se tomar uma colher (sopa) do líquido 3 vezes ao dia.
5- Chá de jatobá e seus benefícios: O chá das folhas ou da casca de jatobazeiro apresenta propriedades diuréticas, o que auxilia no combate a infecções urinárias. Além disso, como ele elimina o excesso de água e o inchaço do organismo, ele ajuda no emagrecimento. Fora que combate diarreia, fortalece o sistema imunológico, elimina a micose das unhas, reduz a glicemia e melhora as funções hepáticas.
Já o chá do fruto jatobá reduz o PSA alto, o que previne o câncer da próstata e a prostatite. Sem falar que a ingestão do chá do fruto também cura problemas estomacais, úlceras e gastrites, bem como reduz os gases.
6- Xarope de jatobá e seus benefícios: O xarope da casca de jatobazeiro combate bronquite, asma, tosse, além de gripes e resfriados. Basta triturar uma lasca de 15 cm da casca da árvore, ferver em 1 litro de água com algumas ervas expectorantes, coar e depois deixar reduzir pela metade com açúcar. Após esfriar, deve-se acrescentar mel. Em seguida, deve-se tomar uma colher (sopa) do xarope de 3 a 4 vezes por dia. Se não desaparecerem os sintomas, deve-se procurar um especialista.
Informações ecológicas - Planta decídua ou semidecídua, heliófita, seletiva xerófita, característica das formações de transição do cerrado para a floresta latifoliada semidecídua. Ocorre tanto na mata primária como nas formações secundárias. produz anualmente grande quantidade de sementes, amplamente disseminadas por pássaros que comem o arilo envolvente.
OCORRÊNCIA
Piauí até o norte do Paraná, na floresta semidecídua, tanto em solos de alta como média fertilidade (cerradões).
SUCESSÃO ECOLÓGICA
Espécie secundária tardia (Durigan & Nogueira, 1990) ou clímax exigente de luz (Davide & Faria, 1997).
O jatobá é característico do interior da floresta primária. Na floresta, os indivíduos encontram-se distanciados uns dos outros. É árvore longeva.
FRUTO COMESTÍVEL?
Sim, a polpa farinácea
ÉPOCA DE FRUTIFICAÇÃO
Os frutos amadurecem de junho a dezembro, no Estado de São Paulo; de julho a agosto, no Distrito Federal; de dezembro a abril, em Minas Gerais e, de novembro a dezembro, no Paraná. O processo reprodutivo inicia por volta dos 10 anos de idade, em plantios.
ÉPOCA DE FLORAÇÃO
De setembro a novembro, em Minas Gerais; de setembro a dezembro, no Ceará e em Pernambuco e, de outubro a fevereiro, no Estado de São Paulo.
DISPERSÃO DE FRUTOS E SEMENTES
Autocórica, principalmente barocórica, por gravidade e zoocórica, principalmente por mamíferos grandes, destacando-se a anta (Tapirus terrestris), a paca (Agouti paca), a cutia (Dasyprocta azarae) e o macaco-prego (Cebus apella nigritus) (Pedroni & Galetti, 1995). Na natureza, a semente passa pelo trato digestivo dos animais, superando a dormência (Costa & Kageyama, 1987).
VETOR DE POLINIZAÇÃO
Principalmente os morcegos (Bobrowiec et al., 2000), mas também os beija-flores (Crestana, 1983/1985).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil, vol. I, pag. 152, Harri Lorenzi. -- Nova Odessa, SP : Editora Plantarum, 1992.
Plantas medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas, vol. I, pags. 279-280, Lorenzi et al. -- Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2002.
CARVALHO, P. E. R. Copaíba: Copaifera langsdorffii. In: CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Colombo: Embrapa Florestas, 2003. v.1, p. 395-404. (Coleção espécies arbóreas brasileiras, v. 1).
Mapa de ocorrência natural da espécie (CARVALHO, 2003)
Mapa de localização da espécie no campus da Unicamp / Campinas-SP (CAVALHERI, 2025)
Fonte: UM PÉ DE QUÊ? Jatobá. YouTube, 01 ago. 2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FvN7pATnRo4&t=103s