JERIVÁ

NOME POPULAR

jerivá, coquinho-gerivá, baba-de-boi, coco-catarro, palmeira-jerivá.

ETIMOLOGIA DO NOME POPULAR

A palavra "jerivá" vem do tupi-guarani, significando "fruta gomosa de cacho" ou "fruto que escorre". A formação da palavra pode ter vindo de iara'yba ("fruto") ou de yariva ("fruta em cacho que escorre"), ou ainda de yary'wa ("fruto gomoso"). 

NOME CIENTÍFICO

Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman.

Sinonímia: Arecastrum romanzoffianum (Cham.) Becc.

FAMÍLIA

Arecaceae

DESCRIÇÃO

Características morfológicas - 

• Porte: Palmeira de estipe (caule) solitário, podendo atingir 10 a 20 metros de altura.

• Estipe: Liso, cinza, marcado pelos anéis deixados pela cicatrização das folhas antigas.

• Folhas: Pinadas (como uma pena), com 2 a 4 metros de comprimento, formando uma copa arredondada e densa. As folhas são arqueadas e os folíolos (pínulas) são inseridos em diferentes planos ao longo da raque (nervura central), conferindo um aspecto plumoso.

• Flores: Inflorescências interfoliares (surgem entre as folhas), ramificadas, com até 1,5 metro de comprimento. As flores são unissexuais, de cor amarelo-creme, com as flores masculinas localizadas na extremidade dos ramos e as femininas na base.

• Frutos: Drupas globosas a ovóides, de cor amarelo-alaranjada quando maduros, com polpa fibrosa e doce, envolvendo uma única semente (endocarpo lenhoso).

Utilidade - 

• Paisagismo: Muito utilizada na arborização urbana e em paisagismo de grandes áreas, como parques e praças, devido ao seu aspecto ornamental e imponente.

• Alimentação Humana: O fruto é comestível in natura e pode ser utilizado para a produção de geléias e licores. O palmito, embora comestível, não é amplamente explorado.

• Alimentação Animal: Os frutos são muito apreciados por aves (como papagaios, maritacas e tucanos) e por outros animais silvestres, sendo uma importante fonte de alimento.

• Artesanato e Uso Rural: As folhas são utilizadas para a confecção de chapéus, bolsas e esteiras. O estipe pode ser usado na construção rural.

Informações ecológicas - 

• É uma espécie heliófila (exigente em luz), típica de formações florestais abertas e bordas de matas.

• Desempenha um papel crucial na alimentação da fauna, sendo considerada uma espécie-chave para a dispersão de fauna em seu habitat.

• É resistente a períodos de estiagem após bem estabelecida.

OCORRÊNCIA

Nativa do Brasil, com ampla distribuição. Ocorre naturalmente em diversas formações florestais, como Mata Atlântica, Cerrado e Matas de Galeria, desde o Nordeste até o Sul do país. Também é encontrada no Paraguai, Argentina e Uruguai.

SUCESSÃO ECOLÓGICA

É classificada como uma espécie pioneira a secundária inicial. Por ser heliófila e de crescimento relativamente rápido, é uma das primeiras espécies lenhosas a colonizar clareiras e áreas abertas, ajudando a criar condições para o estabelecimento de espécies mais tardias (secundárias e climáx).

FRUTO COMESTÍVEL?

O fruto é comestível e possui uma polpa adocicada, podendo ser consumido diretamente ou processado na forma de geléias e bebidas.

ÉPOCA DE FRUTIFICAÇÃO

A frutificação também é prolongada, ocorrendo principalmente no Outono e Inverno (de março a agosto), com variações regionais.

ÉPOCA DE FLORAÇÃO

Floresce durante praticamente o ano todo, mas com maior intensidade na Primavera e Verão (de setembro a março).

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

GLASSMAN, S. F. Re-evaluation of the Genus Syagrus. Fieldiana, Botany, v. 32, n. 6, p. 181-232, 1968. Disponível em: https://www.biodiversitylibrary.org/page/2771212. Acesso em: 23 out. 2023.

LORENZI, H. et al. Palmeiras no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2010. 

REITZ, R. (Ed.). Flora Ilustrada Catarinense. Parte I. As Plantas: Fasc. ARE. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1974.