Os programas de contraturno da Secretaria de Educação de Joinville promovem a integração e a socialização dos estudantes por meio da arte-educação. Essa abordagem contribui significativamente para o desenvolvimento de habilidades e competências essenciais à sua formação integral.
Desde 1999, as iniciativas "Dança na Escola", "Ateliê de Arte" e "Música na Escola" oferecem aos estudantes das escolas municipais a oportunidade de vivenciar experiências artísticas e culturais enriquecedoras. Atualmente, esses programas de contraturno atendem aproximadamente 3,8 mil estudantes da Rede Municipal de Ensino, demonstrando sua relevância e alcance na comunidade escolar.
A missão de contribuir para o desenvolvimento integral dos estudantes no contraturno escolar pode apresentar desafios significativos. No entanto, o Plano Municipal de Educação contempla estratégias que visam otimizar o tempo de permanência dos estudantes na escola, direcionando a expansão da jornada para um trabalho escolar efetivo, integrado a atividades recreativas, esportivas e culturais. Nesse contexto, a implementação de programas de contraturno na Rede Municipal de Ensino contribui fortemente para o cumprimento dessa missão.
A oferta de atividades no contraturno escolar frequentemente esbarra na indisponibilidade de espaço apropriado nas unidades escolares e nas restrições na contratação de profissionais para atender a essa demanda. Diante desse cenário, tornou-se necessária a criação de uma política que permitisse que a parcela dos programas de contraturno que não pudesse ser gerida por servidores da própria Rede Municipal fosse conduzida por profissionais contratados por instituições parceiras. Essas instituições atuariam nas escolas cuja comunidade manifestasse interesse e que dispusessem de espaço físico adequado para o desenvolvimento desses programas.
OBJETIVOS
Os programas de contraturno da Secretaria de Educação de Joinville – "Música na Escola", "Ateliê de Arte" e "Dança na Escola" – possuem como intuito primordial fomentar a união e a interação social dos estudantes através do ensino artístico. Tal método auxilia de maneira relevante no aprimoramento de aptidões e capacidades cruciais para a educação completa das crianças e jovens envolvidos.
O programa Música na Escola, da Rede Municipal de Joinville, oferece atividades musicais no contraturno escolar. Seu objetivo principal é incentivar e expandir a prática musical, desenvolvendo talentos, promovendo o aprendizado de instrumentos (como em fanfarras e outros projetos), utilizando a música como ferramenta pedagógica para o desenvolvimento integral (cognitivo, social, emocional) e proporcionando socialização e contato cultural.
Outra iniciativa de contraturno é o programa Ateliê de Arte, que proporciona, no período extracurricular, atividades de artes visuais direcionadas ao desenvolvimento integral dos estudantes. Isso ocorre por meio de práticas pedagógicas não formais, aplicadas ao contexto diário, que exploram o ensino da arte. Seu propósito primordial é estimular a inventividade, a manifestação individual e o aprimoramento do senso estético dos estudantes, através da investigação de variadas formas de expressão artística, como desenho, pintura, colagem e modelagem, dentre outras. O programa almeja oferecer um ambiente propício à experimentação, ao aprendizado e à criação artística, além de promover a interação social e o contato com o universo da arte.
O terceiro e último programa é o Dança na Escola, que oferece aulas e oficinas de dança no contraturno escolar. Esse programa surgiu com o intuito de promover o acesso à dança e desenvolver a expressão corporal dos estudantes, estimulando a coordenação, o ritmo, a criatividade, a socialização e a autoconfiança, além de utilizar a dança como ferramenta de aprendizado e desenvolvimento integral.
O processo de implementação dos programas de contraturno inicia-se com a manifestação de interesse por parte de uma unidade escolar que disponha de espaço físico adequado para recebê-los.
A natureza dos programas influencia suas necessidades logísticas: alguns requerem espaços e horários específicos, enquanto outros podem ser realizados em momentos e locais alternativos dentro da escola, o que simplifica sua implementação.
O programa “Ateliê de Arte”, por exemplo, acontece em uma sala específica e é conduzido por profissionais da própria rede municipal. Já os programas “Dança na Escola” e “Música na Escola” podem utilizar espaços multiusos; contudo, devido à produção de ruído, são geralmente alocados em áreas mais afastadas das salas de aula ou em horários distintos, como durante o almoço ou após o término das aulas regulares.
Visando aprimorar ainda mais a vivência dos estudantes, no segundo semestre de 2023, a Prefeitura de Joinville estabeleceu parceria com duas instituições com expertise em suas respectivas áreas: o Instituto Arte Maior, no campo da música, e o Instituto Festival de Dança. Nos primeiros três meses de atuação, essas parcerias já beneficiaram, aproximadamente, 1,5 mil alunos da Rede Municipal de Ensino.
Considerando a gratuidade dos programas de contraturno, as parcerias com os Institutos Arte Maior e Festival de Dança abrangem, além dos custos com recursos humanos, a aquisição de camisetas personalizadas, figurinos completos sob medida para a dança, uniformes de fanfarra completos para três unidades escolares (por ano), formação continuada para os profissionais e a estrutura necessária para a realização de mostras anuais de música e dança.
Os programas “Música na Escola” e “Dança na Escola” foram estruturados com base em um plano orçamentário que estabelece metas quantitativas para o número de estudantes e professores envolvidos. Caso haja necessidade de expansão, um plano de trabalho aditivo ao Termo de Colaboração original poderá ser elaborado.
Após a manifestação de interesse da unidade escolar – ou o convite formal da Secretaria de Educação –, o próximo passo consiste em identificar os profissionais da rede que possuem carga horária disponível para atender à nova demanda do programa de contraturno. Em seguida, as informações levantadas são alinhadas com a gestão escolar, o programa é divulgado internamente para a comunidade escolar e, se necessário, uma reunião é organizada com os pais ou responsáveis pelos alunos interessados.
Com o interesse da comunidade escolar identificado, o planejamento concluído e a devida divulgação realizada, a etapa seguinte é o início da execução dos programas de contraturno.
MÚSICA NA ESCOLA
O programa “Música na Escola” é uma iniciativa da Secretaria de Educação de Joinville que tem como objetivo fomentar e ampliar o envolvimento musical dos estudantes da rede municipal de ensino.
O programa tem carga horária de três horas semanais (1 hora e 30 minutos, duas vezes por semana), sendo seu funcionamento condicionado à disponibilidade de espaço e à carga horária dos professores. O Instituto Arte Maior conta com um coordenador pedagógico responsável por orientar os profissionais e estudantes do programa, além de manter contato direto com a Comissão de Monitoramento e Avaliação da Secretaria de Educação. É importante ressaltar que o programa “Música na Escola” é gratuito, sendo expressamente proibida a cobrança de qualquer tipo de taxa, seja de matrícula, rematrícula, mensalidade, ou para custeio de material, instrumento musical ou uniforme.
O “Música na Escola” é realizado diariamente nas escolas pelo Instituto Arte Maior e profissionais parceiros, em estrita conformidade com o calendário escolar da Rede Municipal de Ensino de Joinville e a carga horária definida para o programa. Além disso, a frequência de todos os estudantes é monitorada, e as escolas são notificadas em caso de três faltas consecutivas ou oito alternadas.
Após o início da execução dos programas, a Comissão de Monitoramento e Avaliação do Setor de Contraturno e Educação em Tempo Integral realiza visitas técnicas e de fiscalização in loco de maneira frequente. Nessas ocasiões, são verificados aspectos documentais e estruturais, visando assegurar que os estudantes recebam um atendimento de qualidade e em conformidade com o estabelecido no termo de parceria firmado com a instituição. Essas visitas, análises e acompanhamentos são indispensáveis para que a instituição receba mensalmente os recursos financeiros previstos na parceria.
Desde outubro de 2023, o programa “Música na Escola” é desenvolvido em parceria com o Instituto Arte Maior. O programa oferece, de modo geral, as seguintes atividades:
Formação de fanfarras e "fanfarrinhas": para os alunos mais novos (do 3º ao 5º ano), são ensinadas práticas percussivas de forma lúdica. Já para os estudantes mais velhos (do 6º ao 9º ano), o foco é em toques marciais e repertório popular.
Aulas de instrumentos musicais: incluem violino, canto coral e outros instrumentos, sendo oferecidas diretamente em algumas escolas ou em parceria com instituições, como o Instituto Arte Maior.
Projetos musicais específicos: a exemplo do projeto "Meu Primeiro Violino", implementado em algumas unidades escolares.
Apresentações e concertos: proporcionam aos estudantes a oportunidade de compartilhar seu aprendizado com a comunidade.
Participação em concursos de bandas e fanfarras: estimula o desenvolvimento musical e o trabalho em equipe.
Projetos de música clássica nas escolas: visa o contato dos alunos com este gênero musical.
Musicais infantis: apresentados nas próprias escolas, promovendo o acesso à cultura e à arte.
ATELIÊ DE ARTE
O programa “Ateliê de Arte” tem como principal objetivo oferecer aos estudantes da Rede Municipal um ambiente propício à exploração, experimentação e aprendizado nas variadas formas de expressão das artes visuais.
Os ateliês têm duração de 1 hora e 30 minutos cada, sendo seu funcionamento condicionado à disponibilidade de espaço e à carga horária dos professores. São disponibilizadas, no máximo, 15 vagas por ateliê e os estudantes serão organizados em grupos com faixas etárias semelhantes.
No programa “Ateliê de Arte”, a comunicação da Secretaria de Educação ocorre diretamente com os professores responsáveis pelos ateliês. É importante ressaltar que o programa é gratuito, sendo expressamente proibida a cobrança de qualquer tipo de taxa, seja de matrícula, rematrícula, mensalidade, ou para custeio de material.
O “Ateliê de Arte” é realizado diariamente nas escolas por profissionais da própria rede, em estrita conformidade com o calendário escolar da Rede Municipal de Ensino de Joinville e a carga horária definida para o programa. Além disso, a frequência de todos os estudantes é monitorada, e as escolas são notificadas em caso de três faltas consecutivas ou oito alternadas.
O funcionamento geral do programa (podendo haver adaptações conforme a escola e o ano letivo) tipicamente envolve:
Oficinas e aulas de arte: são oferecidas atividades práticas de artes visuais no período do contraturno escolar, conduzidas por professores de arte, arte-educadores ou instrutores com especialização na área.
Diversidade de linguagens: as atividades abrangem um amplo espectro de expressões visuais, incluindo desenho, pintura, colagem, modelagem, gravura, fotografia, arte digital e instalações artísticas, entre outras.
Exploração de materiais e técnicas: os estudantes têm a oportunidade de manusear diversos materiais, como tintas, argila, papéis e materiais reciclados, e de aprender diferentes técnicas artísticas.
Projetos temáticos: as atividades podem ser estruturadas em torno de temas específicos, o que possibilita uma investigação mais aprofundada de conceitos e técnicas artísticas.
Visitas a espaços culturais: em algumas ocasiões, o programa pode incluir visitas a museus, galerias de arte e outros locais de interesse cultural, com o intuito de ampliar o contato dos estudantes com o universo artístico.
Exposições escolares: os trabalhos artísticos criados pelos estudantes são frequentemente exibidos nas dependências da escola, valorizando a produção individual e coletiva e incentivando a participação.
Parcerias: a Secretaria de Educação (SED) pode estabelecer colaborações com artistas locais, instituições culturais e outras organizações, enriquecendo as atividades oferecidas pelo programa.
DANÇA NA ESCOLA
O programa “Dança na Escola” surgiu com o objetivo de inserir, estimular e aprimorar a prática da dança como um componente essencial na formação integral dos estudantes da rede municipal de ensino.
O programa tem carga horária de três horas semanais (1 hora e 30 minutos, duas vezes por semana), sendo seu funcionamento condicionado à disponibilidade de espaço e à carga horária dos professores. O Instituto Festival de Dança conta com um coordenador pedagógico responsável por orientar os profissionais e estudantes do programa, além de manter contato direto com a Comissão de Monitoramento e Avaliação da Secretaria de Educação. É importante ressaltar que o programa “Dança na Escola” é gratuito, sendo expressamente proibida a cobrança de qualquer tipo de taxa, seja de matrícula, rematrícula, mensalidade, ou para custeio de material ou figurino.
O “Dança na Escola” é realizado diariamente nas escolas pelo Instituto Festival de Dança e profissionais parceiros, em estrita conformidade com o calendário escolar da Rede Municipal de Ensino de Joinville e a carga horária definida para o programa. Além disso, a frequência de todos os estudantes é monitorada, e as escolas são notificadas em caso de três faltas consecutivas ou oito alternadas.
Após o início da execução do programa, a Comissão de Monitoramento e Avaliação do Setor de Contraturno e Educação em Tempo Integral realiza visitas técnicas e de fiscalização in loco de maneira frequente. Nessas ocasiões, são verificados aspectos documentais e estruturais, visando assegurar que os estudantes recebam um atendimento de qualidade e em conformidade com o estabelecido no termo de parceria firmado com a instituição. Essas visitas, análises e acompanhamentos são indispensáveis para que a instituição receba mensalmente os recursos financeiros previstos na parceria.
O programa “Dança na Escola” é realizado em parceria com o Instituto Festival de Dança desde setembro de 2023. O funcionamento do programa (sujeito a variações entre escolas e anos) geralmente envolve:
Oficinas e aulas de dança: são oferecidas atividades de dança no período do contraturno escolar, ministradas por professores de educação física, arte-educadores (ou instrutores de dança) parceiros.
Diferentes modalidades: uma variedade de estilos de dança pode ser explorada, incluindo ballet, jazz, danças urbanas, dança contemporânea e danças folclóricas brasileiras, entre outros. A disponibilidade de profissionais e os interesses dos estudantes influenciam a oferta de modalidades.
Integração com o currículo: em algumas situações, a dança pode ser integrada a outras disciplinas, enriquecendo a experiência de ensino-aprendizagem de forma interdisciplinar.
Apresentações e eventos: os estudantes têm a chance de participar de apresentações escolares, festivais e outros eventos culturais, onde podem compartilhar o resultado de sua dedicação e aprendizado.
Parcerias: a Secretaria de Educação (SED) pode colaborar com outras instituições e profissionais da área da dança para expandir a oferta e elevar a qualidade das atividades proporcionadas.
Em resumo, os programas de contraturno procuram empregar a linguagem artística como um instrumento para o desenvolvimento global dos estudantes da Rede Municipal de Joinville, proporcionando benefícios nos âmbitos físico, cognitivo, social e emocional, além de facilitar o acesso à cultura e à arte.
Ao longo dos anos, os programas de contraturno têm demonstrado uma expansão constante no número de estudantes atendidos. Desde o início da política, há 26 anos, quando alcançaram aproximadamente 600 alunos, essas iniciativas cresceram significativamente, acolhendo atualmente cerca de 3,8 mil estudantes em toda a Rede Municipal de Ensino. Esse aumento expressivo evidencia a crescente relevância e o amplo alcance dos programas na comunidade escolar.
Por meio de visitas técnicas presenciais, enriquecidas por entrevistas com gestores, professores e alunos, observações detalhadas das atividades, e análise dos portfólios dos estudantes, a Comissão de Monitoramento e Avaliação da Secretaria de Educação de Joinville tem acompanhado de perto o desenvolvimento integral dos participantes dos programas de contraturno. Esse acompanhamento sistemático revela uma significativa evolução dos alunos, especialmente nos seguintes aspectos diretamente relacionados às iniciativas:
Expressão artística, criatividade e desenvolvimento socioemocional
Competências transversais como colaboração, disciplina, expressão corporal e comunicação
Elevação da autoestima, autoconfiança, socialização, respeito, capacidade de atuação em grupo e bem-estar emocional
Além disso, vale ressaltar que as iniciativas de contraturno ofertadas potencializam o aprendizado, proporcionando vivências que têm contribuído significativamente para que os estudantes assistidos tornem-se mais seguros, responsáveis, autônomos, participativos e cientes de seu valor pessoal.
Alguns diferenciais destacam-se em relação aos programas de contraturno da rede municipal de ensino de Joinville.
1. Ampla oferta e diversidade de programas:
A variedade de programas oferecidos (Música na Escola, Ateliê de Arte, Dança na Escola) demonstra uma preocupação em atender a diferentes interesses e aptidões dos estudantes
A descrição detalhada de cada programa, com suas atividades específicas e público-alvo, indica um planejamento cuidadoso e direcionado
2. Gratuidade total e acessibilidade:
A ênfase na gratuidade total, vedando qualquer tipo de cobrança, é um diferencial crucial para garantir a equidade e o acesso de todos os estudantes da rede, independentemente de sua condição socioeconômica. Essa política elimina barreiras financeiras que frequentemente limitam a participação em atividades extracurriculares
3. Parcerias estratégicas com instituições especializadas:
As parcerias com o Instituto Arte Maior (Música na Escola) e o Instituto Festival de Dança (Dança na Escola) demonstram uma busca por expertise e qualidade nas atividades oferecidas. Essas instituições trazem conhecimento especializado e profissionais qualificados para enriquecer a experiência dos alunos
4. Processo de implementação estruturado:
O processo de implementação bem definido, desde a manifestação de interesse da escola até o alinhamento com a gestão e a divulgação, sugere uma organização eficiente e transparente. A realização de reuniões com os responsáveis, quando necessário, demonstra a preocupação em envolver a comunidade escolar
5. Monitoramento e avaliação contínuos:
A existência de uma Comissão de Monitoramento e Avaliação que realiza visitas técnicas e de fiscalização in loco é um forte indicativo do compromisso com a qualidade e a efetividade dos programas. A verificação de questões documentais e estruturais, bem como o acompanhamento para a liberação de recursos, garante que os programas estejam funcionando conforme o planejado e atendendo às necessidades dos estudantes
6. Atenção à logística e necessidades específicas:
A consideração das necessidades específicas de cada programa em relação a espaço e horário dos programas de contraturno demonstra um planejamento logístico atento e que busca otimizar o ambiente de aprendizado
7. Controle de frequência e comunicação:
O controle de frequência dos estudantes e a comunicação com as escolas em caso de ausências reiteradas demonstram um acompanhamento do engajamento dos alunos e uma preocupação em identificar possíveis problemas ou desinteresse
Em resumo, os principais diferenciais da política de programas de contraturno de Joinville, são:
a abrangência e a qualidade da oferta de programas artísticos e culturais;
o compromisso com a gratuidade total e a acessibilidade para todos os estudantes da rede;
as parcerias estratégicas com instituições culturais renomadas;
um processo de implementação bem definido e transparente;
um sistema robusto de monitoramento e avaliação para garantir a qualidade e a efetividade dos programas desenvolvidos;
a atenção às necessidades logísticas e ao acompanhamento do engajamento dos estudantes participantes dos programas.
Esses elementos, em conjunto, sugerem uma política de contraturno bem planejada, com foco na qualidade, na equidade e no acompanhamento contínuo.
Os programas de contraturno fazem parte de uma política bastante eficaz, contribuindo no desenvolvimento da educação da Rede Municipal de Ensino como um todo. Para implantar um (ou mais) programas com êxito, são necessários alguns cuidados:
Realizar um diagnóstico detalhado: identificar os interesses, necessidades e recursos disponíveis na sua rede (espaço físico, profissionais, orçamento) colabora para fundamentar a criação de programas de contraturno mais eficazes e alinhados com a realidade local, otimizando o uso dos recursos existentes e maximizando o impacto positivo nos estudantes.
Definir objetivos claros: estabelecer o que se deseja alcançar com os programas (desenvolvimento integral, socialização, acesso à cultura e arte, etc.) ajuda a direcionar o planejamento e a implementação das atividades, definindo o foco das ações, os resultados esperados e os critérios para avaliar o sucesso das iniciativas de contraturno.
Diversificar a oferta: considerar oferecer uma variedade de programas que atendam a diferentes interesses e faixas etárias dos estudantes garante maior adesão e engajamento dos alunos nas atividades de contraturno, promovendo uma experiência mais personalizada e relevante para cada um, além de ampliar o alcance da política para atender às diversas necessidades da comunidade escolar.
Buscar parcerias estratégicas: colaborar com instituições culturais, ONGs, universidades e profissionais especializados que possam agregar expertise e qualidade aos programas propicia o enriquecimento das atividades oferecidas, a diversificação de conhecimentos e abordagens pedagógicas, o acesso a recursos e metodologias inovadoras e o fortalecimento da rede de apoio para a implementação e sustentabilidade dos programas de contraturno.
Garantir a gratuidade e a acessibilidade: eliminar barreiras financeiras para a participação dos estudantes, torna os programas acessíveis a todos porque assegura a equidade e a inclusão, garantindo que todos os alunos da rede, independentemente de sua condição socioeconômica, tenham a oportunidade de se beneficiar das atividades de contraturno, potencializando seu desenvolvimento integral e reduzindo as desigualdades no acesso a experiências enriquecedoras.
Planejar a logística com atenção: considerar as necessidades de espaço, horários e materiais de cada programa é essencial para garantir a viabilidade e a qualidade da execução das atividades de contraturno, otimizar o uso dos recursos disponíveis, criar ambientes de aprendizagem adequados e seguros, e evitar interrupções ou dificuldades que possam comprometer a experiência dos estudantes e dos educadores.
Estabelecer um processo de implementação claro: definir as etapas desde a manifestação de interesse das escolas até o início das atividades, incluindo a divulgação e o alinhamento com a gestão escolar garante um processo de implementação organizado, transparente e eficiente dos programas de contraturno, facilitando a adesão das escolas, o engajamento da comunidade escolar e a comunicação clara sobre os objetivos e o funcionamento das iniciativas.
Investir na formação dos profissionais: oferecer capacitação e suporte contínuos aos educadores e instrutores envolvidos nos programas assegura a qualidade pedagógica das atividades de contraturno, atualiza os conhecimentos e as práticas dos profissionais, estimula a inovação e a troca de experiências e contribui para o desenvolvimento profissional e o engajamento da equipe, refletindo positivamente na aprendizagem e no desenvolvimento dos estudantes.
Implementar um sistema de monitoramento e avaliação: acompanhar regularmente o desenvolvimento dos programas, coletando dados sobre a participação dos alunos, a qualidade das atividades e o alcance dos objetivos garante a possibilidade de avaliar a efetividade das iniciativas de contraturno, identificar pontos fortes e áreas que necessitam de melhoria, tomar decisões para otimizar os programas e prestar contas à comunidade escolar e aos órgãos competentes sobre os resultados alcançados.
Manter uma comunicação transparente: informar regularmente a comunidade escolar (alunos, pais, professores, gestores) sobre os programas, seus objetivos, atividades e resultados é essencial para que haja transparência, engajamento e corresponsabilidade de todos os envolvidos, fortalecendo o apoio aos programas de contraturno, facilitando a participação dos alunos e a compreensão dos benefícios para seu desenvolvimento integral.
Assegurar o transporte e a alimentação (se necessário): considerar as necessidades de deslocamento e nutrição dos alunos que participam das atividades no contraturno, buscando soluções para facilitar seu acesso e permanência nos programas, ajuda a minimizar as barreiras logísticas que poderiam impedir a sua participação, especialmente de alunos em situação de vulnerabilidade social, garantindo que todos tenham condições de aproveitar integralmente as oportunidades oferecidas pelos programas, sem que o transporte ou a alimentação sejam um obstáculo.
Buscar sustentabilidade financeira: elaborar um planejamento financeiro claro e buscar diferentes fontes de recursos garante a continuidade e a expansão dos programas.
Documentar e compartilhar as boas práticas: registrar o processo de desenvolvimento e implementação, os resultados alcançados e os aprendizados é fundamental para que sirvam de referência para outras iniciativas e permitam o aperfeiçoamento contínuo dos programas de contraturno.
Ser flexível e adaptável: estar aberto a ajustar os programas com base no feedback dos participantes e nos resultados do monitoramento e avaliação assegura que as iniciativas de contraturno se mantenham relevantes, eficazes e alinhadas com as necessidades e os interesses da comunidade escolar, promovendo a melhoria contínua e a otimização dos recursos investidos.
Conheça os principais documentos que poderão auxiliar na elaboração de políticas públicas semelhantes em seu município ou Estado.
Constituição Federal: assegura a Educação Básica para todos os estudantes. Estabelece a educação como direito de todos e dever do Estado e da família, promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Garante o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, e o acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um. (artigo 205) Embora não específico ao contraturno, fundamenta a necessidade de uma educação integral e inclusiva. (artigo 208) (acesse aqui)
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990): define como dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente o ensino fundamental. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Programas de contraturno se inserem nesse contexto de garantia de direitos. (artigo 4º) A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao seu pleno desenvolvimento, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes, entre outros, currículo adaptado, condições adequadas para o aprendizado e oportunidades de convivência social. (artigo 53) (acesse aqui)
Lei de Diretrizes e Bases Nacional (Lei nº 9394/1996): a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais e artísticas. Isso legitima a importância de atividades complementares à escolarização formal. (artigo 1º) Os ciclos básicos de ensino fundamental e médio devem ser organizados de maneira a garantir a progressividade do aprendizado e a adequação às características do aluno, o que pode ser complementado por atividades no contraturno. (artigo 27) Estabelece a necessidade de ampliar progressivamente o tempo de permanência dos alunos na escola, como parte da busca pela melhoria da qualidade do ensino fundamental. Embora focado no ensino fundamental, o princípio se aplica à educação integral. (Artigo 87, § 2º, III) (acesse aqui)
Base Nacional Comum Curricular (Resolução CNE/CP nº 2/2017): a BNCC define as aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo da Educação Básica. Os programas de contraturno podem complementar e aprofundar essas aprendizagens, especialmente nas áreas de linguagens (artes), ciências humanas e desenvolvimento socioemocional. (acesse aqui)
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (Resolução CNE/CEB nº 4/2010): embora não detalhem especificamente o contraturno, as diretrizes enfatizam a importância da articulação entre as diferentes áreas do conhecimento e a necessidade de uma formação integral, o que pode ser alcançado por meio de atividades complementares. Seções sobre organização do tempo e espaços pedagógicos podem ser relevantes. (acesse aqui)
Resolução nº4, de 13 de julho de 2010, do Conselho Nacional de Educação: define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Enfatiza a importância dos sistemas educacionais definirem programa de tempo integral (artigo 12 - § 1º e § 2º) (acesse aqui)
Plano Nacional de Educação (Lei nº 13.005/2014): metas mais diretamente relacionadas à ampliação da jornada escolar e, consequentemente, à oferta de programas de contraturno (em especial, as metas 4, 6 e 7 e suas estratégias) (acesse aqui)
Regimento Único das Unidades de Ensino da Rede Municipal de Joinville: discorre sobre o direito a recuperação da aprendizagem visando a reorientação dos estudos. (acesse aqui)
Modelo de Relatório de Visita Técnica e Fiscalização in loco: mensalmente a Comissão de Monitoramento e Avaliação do setor de Contraturno realiza visita técnica às unidades escolares que participam dos programas “Música na Escola” e “Dança na Escola”. (acesse aqui)
Modelo de Pesquisa de Satisfação Aplicada aos Estudantes do programa “Dança na Escola”: a pesquisa de satisfação é aplicada aleatoriamente a alguns estudantes participantes do programa “Dança na Escola”. (acesse aqui formulário/acesse aqui PDF)