PROJETOS DE INFRAESTRUTURA
PROJETOS DE INFRAESTRUTURA
Os projetos de infraestrutura da Secretaria de Educação proporcionam à comunidade escolar acesso a infraestrutura de qualidade com espaços planejados, seguros e confortáveis. Uma das premissas desse programa é atender as demandas de vagas da Rede Municipal de Ensino de Joinville.
Em 2021, a Secretaria de Educação de Joinville realizou um diagnóstico que evidenciou uma série de desafios no setor de infraestrutura escolar. Foram identificados diversos projetos executivos parados, sem encaminhamentos adequados para o processo licitatório de obras. Além disso, a equipe técnica disponível era insuficiente, contando com apenas três pessoas para gerenciar uma grande quantidade de projetos, o que tornava inviável atender às demandas existentes.
O histórico do setor apontava que, desde 2018, não haviam sido construídas escolas municipais ou Centros de Educação Infantil (CEIs), nem realizadas reformas significativas nas unidades escolares. Um dos problemas detectados era a falta de padronização nos projetos, já que cada escola tinha uma empresa diferente responsável por elaborar os projetos, muitas vezes com critérios distintos. Isso dificultava a análise técnica e a execução das obras. Além disso, não havia um cuidado prévio em adequar os projetos às normas da Lei de Ordenamento Territorial, o que impedia a aprovação nos órgãos competentes, inviabilizando a execução das obras.
Nos últimos dez anos, a maioria das intervenções de infraestrutura realizadas na Rede Municipal de Ensino consistia em reformas pontuais, que não atendiam ao crescimento da demanda. O descompasso entre a expansão populacional e a construção de novas unidades agravava o déficit de vagas na rede municipal.
Outro ponto crítico era a falta de alinhamento entre as áreas técnicas da Secretaria de Educação e as gestões escolares, que nem sempre eram informadas sobre as obras em suas unidades, comprometendo o planejamento e a gestão integrada das intervenções.
Esse cenário refletia uma necessidade urgente de reestruturação do setor para garantir maior eficiência e atender às demandas educacionais da cidade.
Diante dos desafios identificados, tornou-se evidente a necessidade de elaborar uma política pública estruturada para superar as limitações e alcançar um nível de qualidade adequado nas infraestruturas escolares. O programa desenvolvido tem como objetivo criar e aprimorar espaços e equipamentos escolares, garantindo segurança e funcionalidade para toda a comunidade escolar. A iniciativa busca alinhar o planejamento à expansão da cidade e ao crescimento do número de alunos, promovendo uma abordagem sustentável capaz de atender às demandas atuais e futuras.
A partir de 2021, foi realizada uma reestruturação significativa na equipe e nos processos da Secretaria de Educação, visando aprimorar a gestão de infraestrutura escolar. Para compor uma equipe qualificada, foi implementado um processo seletivo com critérios técnicos baseados na experiência profissional, considerando a quantidade de Anotações de Responsabilidade Técnica (ART) emitidas ao longo da carreira. Isso permitiu a contratação de engenheiros, arquitetos, engenheiro eletricista, engenheiro florestal e estagiários, garantindo uma equipe técnica capacitada.
O fluxo de trabalho também foi reorganizado em 2021, com a separação das atividades por coordenação (engenharia, arquitetura, elétrica e obras) e a definição de níveis de trabalho. Antes, as tarefas eram realizadas de forma dispersa, sem atribuições claras. A nova estrutura garantiu uma sequência construtiva entre projetos e obras, além da implementação de checklists com critérios bem definidos para padronizar os projetos e facilitar o trabalho das empresas contratadas.
Ao mesmo tempo, a equipe de infraestrutura da Secretaria de Educação realizou um mapeamento para identificar todas as unidades escolares e seu potencial construtivo. Neste primeiro levantamento, foram analisadas as estruturas escolares a fim de identificar a possibilidade de ampliação das escolas e centros de educação infantil (CEIs).
Diante deste cenário, foi formulado um plano de expansão de vagas analisando o crescimento da comunidade escolar. Esse plano de expansão também gerou uma necessidade de aquisição de terrenos para construção de novas unidades, levando em consideração o uso e ocupação do solo das unidades existentes.
Em seguida, para qualificar o trabalho de infraestrutura, a Secretaria de Educação adotou o Building Information Modeling (BIM), uma ferramenta de modelagem baseada em informações que integra e comunica os projetos simultaneamente, aumentando a qualidade e a eficiência do trabalho. A estruturação para implantação do BIM começou em 2023, com o projeto-piloto desenvolvido em 2024 para a construção de uma quadra na Escola Municipal Doutor Ruben Roberto Schmidlin. Para complementar toda essa inovação, foram adquiridos novos softwares para qualificar ainda mais os trabalhos da equipe.
Além disso, 13 novos Centros de Educação Infantil (CEIs) que já estão em construção ou em processo de licitação pela Secretaria de Educação também tiveram os projetos desenvolvidos com BIM, porém de maneira terceirizada em parceria com a Associação dos Municípios do Nordeste de Santa Catarina (Amunesc). Os mesmos CEIs também foram desenvolvidos com um sistema construtivo inovador, sendo pré-moldado e garantindo maior qualidade e agilidade na execução das obras. O projeto chegou a ser reconhecido com um prêmio nacional de arquitetura.
Além das melhorias técnicas, foi adotado um modelo de desenvolvimento de projetos mais colaborativo. Diferentemente do passado, quando os projetos eram feitos sem diálogo com as áreas de ensino ou com as unidades escolares, atualmente eles são elaborados em parceria com as partes interessadas e a comunidade escolar, alinhando expectativas e necessidades de forma integrada.
O processo de construção ou reforma realizado pela Secretaria de Educação segue uma sequência estruturada para garantir eficiência e qualidade. O fluxo inicia com a concepção de um plano de expansão, focado na lista de espera por bairros e regiões da cidade, que resulta na definição da demanda. Em caso de construção de uma nova unidade, o processo inclui a verificação da disponibilidade de um terreno - caso não haja, inicia-se o processo de desapropriação. Em seguida, é realizado o estudo do potencial construtivo do terreno, avaliando a área possível para construção e o gabarito permitido.
Com o terreno definido, o próximo passo é o desenvolvimento do anteprojeto, que consiste em um esboço inicial da proposta arquitetônica. Esse anteprojeto é apresentado às áreas envolvidas para validação e ajustes necessários. Após isso, a coordenação de arquitetura desenvolve o projeto básico. Em seguida, o setor de engenharia elabora os projetos complementares, como estrutural, hidráulico e elétrico, além do memorial descritivo. A etapa final dessa fase é a elaboração do orçamento, também realizada pela equipe de engenharia.
Concluídos os projetos, toda a documentação é reunida para a montagem do processo licitatório, que envolve outras áreas da Prefeitura de Joinville, como a Secretaria de Administração e Planejamento e a Procuradoria-Geral do Município. A licitação é conduzida com base no critério de menor preço unitário, sendo avaliadas tanto as propostas comerciais quanto a documentação das empresas participantes. Após a análise, a empresa vencedora recebe o contrato e a ordem de serviço, dando início à execução da obra.
Durante a obra é realizado o acompanhamento pelo setor de fiscalização, que registra diariamente as atividades no canteiro em relatórios detalhados. Esses registros são fundamentais para monitorar o andamento físico e financeiro da obra. Mensalmente, são realizadas medições para certificar a execução dos serviços, com os dados registrados em um sistema utilizado pela Prefeitura e utilizados como base para os pagamentos aos fornecedores.
Além disso, é produzido um relatório mensal com fotos e informações sobre o progresso das obras, que é apresentado ao secretário de Educação e ao prefeito, garantindo transparência e controle durante todo o processo.
Desde de 2021, a Secretaria da Educação, por meio da gerência de Infraestrutura, investiu aproximadamente R$271 milhões em reformas, ampliações, quadra cobertas, novas unidades educacionais como Centro de Educação Infantil (CEIs) e escolas municipais. Deste valor, foram desembolsados R$ 4,1 milhões em 2022, outros R$ 43 milhões em 2023 e mais R$ 83 milhões em 2024, o que mostra uma evolução nos investimentos anualmente.
Ao todo, são 14 CEIs em construção, o que supera o número de centros de educação infantil construídos ao longo dos dez anos anteriores à atual gestão. Também foi inaugurado um novo CEI e uma nova escola, além de estar em andamento a construção de um centro de inovação da Secretaria de Educação.
Além disso, estão em andamento cinco obras de reforma e ampliação de CEIs e escolas, enquanto cinco já foram inauguradas durante a gestão. Por fim, o município tem dez quadras cobertas entregues ao longo dos últimos quatro anos, além de uma que está em construção e uma em reforma e ampliação.
Com todos os investimentos em novas unidades e reformas e ampliações, a Secretaria de Educação conseguiu reduzir o déficit de vagas para atendimento da demanda, principalmente na Educação Infantil, com queda de aproximadamente 35% na fila de espera nos últimos três anos.
Equipe multidisciplinar formada por equipe técnica setorizada e com definição de níveis de trabalho para garantir uma sequência construtiva entre projetos e obras
Implantação da metodologia BIM (Building Information Modeling) assegurando uma maior qualidade e eficiência na elaboração dos projetos
Planejamento estratégico anual com foco no plano de expansão e atendimento de vagas
Melhoria nos processos internos para celeridade do fluxo de projeto e obras
Aqui estão algumas sugestões para implementar o programa:
Definir quais são os seus objetivos e necessidades relacionadas a sua demanda ajuda na estruturação do planejamento
Procurar apoio e investir em capacitação permite uma equipe com alto nível de engajamento e produtividade
Conhecer o maior número possível de alternativas tecnológicas auxilia na aplicação de ferramentas nos processos internos
Elaborar um BIM Mandate e fazer um projeto-piloto ajuda na maturidade da ferramenta
Investir em colaboração faz com que as melhorias continuem nos fluxos de trabalho
Lei Complementar Nº 610, de 27 de Junho de 2022: altera a Lei Complementar nº 470, de 09 de Janeiro de 2017 para aprovação de projetos de ampliação de edificações destinadas à prestação de serviços educacionais. (acesse aqui)
Caderno de Especificação de Projetos BIM: aborda os procedimentos adotados nas licitações para contratação de projetos e “As Built” em BIM. (acesse aqui)