Quando escolhi ser professora tinha como objetivo maior transformar a vida de meninas e meninos através da educação. Ao longo de minha trajetória fui compreendendo que a aprendizagem só se dá pela afetividade, empatia e identificação. Não há possibilidade de aprender se o sujeito não se entende parte essencial de todo o processo de construção do conhecimento e se não se reconhece capaz de transformar a sociedade em que vive.
Lutar contra toda forma de discriminação é parte indispensável do desenvolvimento dessa prática voltada para além das habilidades cognitivas. Por isso, foi crucial que iniciasse minha formação sobre as Relações Étnico Raciais.
A ideia do site surge como uma resposta à constante busca por materiais de qualidade que pudessem dar suporte às práticas pedagógicas antirracistas. É muito fácil encontrar materiais de qualidade duvidosa, cheios de equívocos e carregados de estereótipos. Aqui, a proposta a facilitar o acesso a conteúdos que potencialize o trabalho com os/as/es estudantes.
Criado em 2020, a Rede Nea Onnim vem tecendo laços e criando parcerias com diverses atories para a expansão de seu conteúdo e de seu alcance.
Sawabona*! Sou Psicopedagoga, Bióloga e Professora na Rede Municipal de Belo Horizonte há 28 anos, onde já atuei em todo o Ensino Fundamental e na Educação de Jovens e Adultos. Atualmente atuo como Referência Pedagógica para a Educação das Relações Étnico-Raciais, junto às escolas de uma das nove regionais da cidade. Fui membra do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Belo Horizonte - COMPIR/BH, no mandato 2021/2022, participo do Fórum da Educação Básica da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros - ABPN e componho a coordenação do Grupo de Estudos Afropedagógicos Sankofa - GEAPS.
Sempre me dediquei a buscar alternativas para que minha prática pedagógica fosse uma ponte para a transformação da vida dos estudantes e da sociedade, lutando, todos os dias, por um mundo mais justo, onde todos tenham possibilidades, vez e voz! Tenho convicção de que isso só é possivel se conseguirmos educar para o antirracismo, anti-machismo e anti-homofobia.
Nessa caminhada vou me descontruindo e recontruindo todos os dias. Reconheço, assumo e enfrento os privilégios da branquitude para buscar a verdadeira reparação histórica, social e cultural devida aos povos negros e indígenas.
A batalha é árdua e sofrida, mas indispensável para a eliminação do racismo e superação das desigualdades raciais. Então, sigamos!
*Sawabona é uma saudação zulu que significa "Eu vejo você, você é importante para mim e eu valorizo você".