Alessandra Munduruku, 35 anos, é uma líder indígena da aldeia Praia do Índio, e hoje cursa Direito na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Sua maior inspiração é o mito de Wakoburun, a primeira guerreira munduruku, que teve seu irmão morto em batalha. Para resgatar a cabeça de seu irmão, ela invadiu a aldeia inimiga e matou os guerreiros que a detinham.
Assim como a lendária guerreira, Alessandra é uma das mulheres em destaque na luta indígena. Ela é uma das 14 mil pessoas da etnia munduruku que vivem às margens do rio Tapajós, local que está no epicentro de grandes empreendimentos do setor exportador.
Além de ser a primeira mulher na presidência da Associação Pariri, que representa o povo munduruku no médio Tapajós, Alessandra é líder das Mulheres Guerreiras que, além de cuidarem da casa e dos filhos, ainda atuam no enfrentamento pela defesa de seu território. Alessandra já atuou em Brasília para derrubar projetos que propiciaram uma exploração desenfreada e discursou para projetos que propiciariam uma exploração desenfreada e discursou para mais de 270 mil pessoas na Marcha Pelo Clima 2019 em Berlim, na Alemanha. Além do arco e flecha, também usa o papel e a caneta como suas armas.
Texto adaptado do site: https://bemglo.com/alessandra-korap-munduruku/QUER SABER MAIS?
https://www.instagram.com/alessandra_korap/
https://igarape.org.br/alessandra-korap-pela-defesa-dos-povos-indigenas-e-do-meio-ambiente/
https://globoplay.globo.com/v/10686602/ (para acessar esse conteúdo é preciso ter conta no stream Globoplay)
https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=IR9iYy8Hlkk
A curta vida da química Alice Ball deixou um grande legado para as ciências médicas. Nascida em 1892, formou-se em Química e Farmácia na Universidade de Washington. Ela foi responsável por introduzir um novo tratamento para a hanseníase ao isolar componentes do óleo da semente de chaulmoogra. Sua técnica permaneceu em uso até os anos 1940 e salvou milhares de vidas.
Mesmo assim, Ball só foi reconhecida por sua descoberta muitas décadas após sua morte, que ocorreu em 31 de dezembro de 1916, por turbeculose, quando a pesquisadora tinha apenas 24 anos.
Texto retirado do site: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2020/03/5-cientistas-negras-que-mudaram-historia-da-ciencia.htmlQUER SABER MAIS?
https://www3.unicentro.br/petfisica/2020/03/20/alice-augusta-ball/
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/02/ciencia/1520007783_804680.html
https://periodicos.utfpr.edu.br/cgt/article/view/9346
Alice Pataxó é uma jovem ativista e comunicadora da etnia Pataxó. Em 2021, ela participou da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP26, e defendeu a preservação das florestas. Ela usa as redes sociais, nas quais tem milhares de seguidores, para falar sobre temas ligados à luta dos direitos indígenas.
Na COP26, Alice foi citada como uma das mulheres com uma das maiores vozes do evento pela, também ativista, Malala Yousafzai, que ficou conhecida no mundo inteiro após ter sido alvo de atentado or defender o direito à educação das meninas no Paquistão.
Texto retirado do site: https://www.dicasdemulher.com.br/mulheres-indigenas/QUER SABER MAIS?
https://www.instagram.com/alice_pataxo/
https://twitter.com/alice_pataxo
https://cimi.org.br/2022/06/alice-pataxo-jovem-indigena-e-protagonista-na-luta-pelos-territorios/
Angélique Namaika é é uma freira congolesa que atua na remota região nordeste da República Democrática do Congo (RDC) ajudando milhares de mulheres vítimas da brutal violência sexual e de gênero praticada pelo Exército de Resistência do Senhor (LRA, em inglês) e outros grupos.
À frente do Centro para Reintegração e Desenvolvimento, a Irmã Angélique Namaika já ajudou a transformar a vida de mais de duas mil mulheres e meninas que foram forçadas a deixar suas casas e sofreram abusos, principalmente pelo grupo rebelde LRA. Muitas destas mulheres trazem histórias de sequestro, trabalho forçado, espancamento, assassinato, estupro e outras violações de direitos humanos. Estima-se que aproximadamente 350 mil pessoas tenham sido forçadas a deixas suas casas na região de Dungu – e 70% delas devido a atividades relacionadas com o LRA ou com ameaça de ataques. A brutalidade do LRA é bastante conhecida, e depoimentos de mulheres mostram a terrível natureza de seu abuso. A abordagem individual adotada pela Irmã Angélique no seu trabalho ajuda as vítimas a se recuperarem de seus traumas. Além do abuso que sofreram, essas mulheres e crianças vulneráveis são frequentemente condenadas ao ostracismo por suas próprias famílias e comunidades. É necessário um tipo especial cuidado e carinho para ajudá-las a curar suas feridas reconstruir suas vidas despedaçadas.
A própria Irmã Angélique foi deslocada pela violência em 2009. Ela sentiu na pele o trauma de fugir de casa. Isso faz parte da lista de motivações que a levam a trabalhar dia após dia percorrendo muitos quilômetros em sua bicicleta, por estradas esburacadas, para chegar a todos os necessitados.
Nessa remota parte do nordeste do Congo, a irmã dedicou sua vida a ajudar mulheres e crianças deslocadas a serem novamente aceitas por suas comunidades, curar suas feridas, e se tornarem autossuficientes.
Em 2013 ela ganhou o prêmio Nansen.
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https://news.un.org/pt/tags/freira-angelique-namaika
Nascida em 11 de julho de 1901, Antonieta de Barros foi a primeira a primeira mulher negra a ser eleita no país,. Educadora e jornalista atuante, teve que romper muitas barreiras para conquistar espaços que, em seu tempo, eram inusitados para as mulheres – e mais ainda para uma mulher negra. Instituiu o marco para que os educadores passassem a ser vistos como importantes agentes de mudanças na sociedade. Pela Lei nº 145, de 12 de outubro de 1948, Antonieta criou o Dia do Professor e o feriado escolar em Santa Catarina. Vinte anos depois, em outubro de 1963, o então presidente João Goulart tornou a lei nacional.
Deu início às atividades como jornalista na década de 1920, criando e dirigindo em Florianópolis, onde nasceu, o jornal A Semana, mantido até 1927. Na mesma década, dirigiu o periódico Vida Ilhoa, na mesma cidade. Como educadora, fundou o Curso Antonieta de Barros, que dirigiu até a sua morte, em 1952, além de ter lecionado em outros três colégios.
Manteve intercâmbio com a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino e, na primeira eleição em que as mulheres brasileiras puderam votar e receberem votos, filiou-se ao Partido Liberal Catarinense, que a elegeu deputada estadual. Tornou-se, desse modo, a primeira mulher negra a assumir um mandato popular no Brasil, trabalhando em defesa dos diretos da mulher catarinense.
Texto adaptado do site: http://www.palmares.gov.br/?p=26651#:~:text=Nascida%20em%2011%20de%20julho,ainda%20para%20uma%20mulher%20negra.QUER SABER MAIS?
http://antigo.acordacultura.org.br/herois/heroi/antonietadebarros
http://www.afreaka.com.br/notas/antonieta-de-barros-protagonista-de-uma-mudanca/
A história de Aqualtune é singular na memória afro-brasileira. Sua vida começa no continente africano, no Congo, no século XVI. Era princesa, filha do rei Mani-Kongo, respeitada por seu papel nas terras congolesas.
Veio ao Brasil após ver seu pai e seu reino derrotados na Batalha da Ambuíla, contra as forças angolanas e portuguesas pelo controle do território de Dembos, que separava Angola e Congo.
Historiadores afirmam que durante os confrontos, Aqualtune liderou 10 mil pessoas durante uma invasão contra seu reino. Entretanto, a resistência não foi capaz de frear os angolanos e os interesses portugueses.
Ao fim da guerra, seu pai foi decapitado e ela foi capturada por forças portuguesas. Foi vendida à senhores de escravos brasileiros junto de seus compatriotas.
Uma vez no Brasil, mais especificamente no Recife, foi vendida como escrava reprodutora para uma fazenda em Porto Calvo no Pernambuco, onde foi estuprada para dar origem a novos cativos de acordo com os interesses dos senhores de escravos.
No entanto, sua força se fez presente mais uma vez. Ao ouvir falar da resistência negra no Brasil, constituída em quilombos, Aqualtune não perdeu tempo e junto de outros escravos lutou pela liberdade e fugiu da fazenda em que estava aprisionada.
Mesmo no Brasil, a fama de Aqualtune entre a população negra era grande. Seu passado e sua realeza foram importantes para que em Palmares ela logo assumisse novamente uma posição de liderança. A partir das tradições de sua cultura, comandou o maior Quilombo da história brasileira.
Com o passar dos anos tornou-se mãe. Seu filho e herdeiro veio a ser conhecido como Ganga Zumba. Tempos depois tornou-se avó. E seu neto era nada mais nada menos que Zumbi do Palmares.
A data de sua morte e o fim de sua vida são incertos. Relatos apontam que aconteceu depois de anos como forte liderança da resistência negra local. Há quem diga que morreu durante uma emboscada paulista para destruir o Quilombo dos Palmares, durante um incêndio. Outras teorias afirmam que ela teria fugido e vivido seus últimos dias de vida em paz em outra comunidade.
Pouco lembrada pelos livros e pelas escolas do Brasil, Aqualtune foi uma figura importante para a resistência afro-brasileira no período colonial. Simbolizou liderança e luta diante do sistema escravocrata e fez questão de passar isso adiante, seja através de seus filhos ou de seus seguidores em Palmares.
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https://www.youtube.com/watch?v=9EwWIRUlMg8
https://www.huffpostbrasil.com/entry/aqualtune-mancha-verde_br_5c7ef536e4b0e62f69e771b5
Avelin Buniacá Kambiwá é da etnia Kambiwá do Sertão de Pernambuco. Socióloga, professora, especialista em Gestão de políticas públicas em gênero e raça, foi a primeira candidata declaradamente Indígena em BH. Fundadora do comitê mineiro de Apoio ás Causas indígenas.
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Benilda Brito é de Belo Horizonte/MG. Estudou Pedagogia e especializou-se em Psicopedagogia, Políticas Públicas e Direitos Humanos. É militante do Movimento Negro e feminista, desde a década de 80. Mãe de Addaê Abaré, Alayê Imirá e Ayana Odara, Avó de Enan Miguel, coorde nou o Nzinga – Coletivo de Mulheres Negras de Belo Horizonte e mantém sua dedicação incansável na luta contra o racismo, a homofobia e todas as formas de preconceito e discriminação. Mestranda em Gestão Social/CIAGS – UFBA, coordenadora do Programa de Direitos Humanos do ODARA – Insti tuto da Mulher Negra e membro do Grupo Assessor da Sociedade Civil da ONU Mulheres.
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https://www.instagram.com/benilda_brito/
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Célia Nunes Correa, também conhecida como Célia Xakriabá, é uma professora ativista indígena do povo Xacriabá em Minas Gerais. A luta dela centra-se na reestruturação do sistema educacional, no apoio às mulheres e à juventude dentro dos Xakriabá; e na mudança das fronteiras geográficas para manter seu território.
Célia Xakriabá fez os seus estudos de Educação Básica na Escola Indígena Estadual Xukurank em São João das Missões. Depois, ela foi parte da primeira turma de Educação Indígena da Universidade Federal de Minas Gerais em 2013. Obteve um mestrado em Desenvolvimento Sustentável,Areá de Concentração em Sustentabilidade Junto a Povos Tradicionais.[Universidade de Brasília]], onde estudou por dois anos entre 2016 e 2018.[4]Primeira mestre de seu povo, atualmente cursa o doutorado em Antropologia na UFMG.
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https://www.instagram.com/celia.xakriaba/?hl=pt-br
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https://www.youtube.com/watch?v=tEVmqJmJj64
https://yam.com.vc/sabedoria/791662/celia-xakriaba-curando-a-terra-curamos-a-nos-mesmos
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https://noticias.unb.br/67-ensino/2439-a-universidade-como-rito-de-passagem
Maria da Conceição Evaristo de Brito nasceu em Belo Horizonte, em 1946. De origem humilde, migrou para o Rio de Janeiro na década de 1970. Graduada em Letras pela UFRJ, trabalhou como professora da rede pública de ensino da capital fluminense. É Mestre em Literatura Brasileira pela PUC do Rio de Janeiro, com a dissertação Literatura Negra: uma poética de nossa afro-brasilidade (1996), e Doutora em Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense, com a tese Poemas malungos, cânticos irmãos (2011), na qual estuda as obras poéticas dos afro-brasileiros Nei Lopes e Edimilson de Almeida Pereira em confronto com a do angolano Agostinho Neto.
Participante ativa dos movimentos de valorização da cultura negra em nosso país, estreou na literatura em 1990, quando passou a publicar seus contos e poemas na série Cadernos Negros. Escritora versátil, cultiva a poesia, a ficção e o ensaio. Desde então, seus textos vêm angariando cada vez mais leitores. A escritora participa de publicações na Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. Seus contos vêm sendo estudados em universidades brasileiras e do exterior, tendo, inclusive, sido objeto da tese de doutorado de Maria Aparecida Andrade Salgueiro, publicada em livro em 2004, que faz um estudo comparativo da autora com a americana Alice Walker. Em 2003, publicou o romance Ponciá Vicêncio, pela Editora Mazza, de Belo Horizonte.
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http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/188-conceicao-evaristo
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https://www.facebook.com/ceicaoevaristo/
https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/conceicao-evaristo.htm
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa6851/conceicao-evaristo
https://brasilescola.uol.com.br/literatura/conceicao-evaristo.htm
Você provavelmente sabe quem foi Zumbi dos Palmeres, o que ele fez e qual o seu significado na nossa história e na luta negra, certo? E Dandara dos Palmares, você sabe quem foi?
Além de esposa de Zumbi e mãe de 3 filhos, ela lutou com armas pela libertação total das negras e negros no Brasil, liderava mulheres e homens, também tinha objetivos que iam às raízes do problema e, sobretudo, não se encaixava nos padrões de gênero que ainda hoje são impostos às mulheres. É exatamente por essa marca do machismo que Dandara não é reconhecida nem estudada. A maior parte da sua história é envolta em grande mistério.
Texto retirado do site: https://nossacausa.com/negros-no-brasil-quem-foi-dandara-dos-palmares/QUER SABER MAIS? Acesse:
https://revistaforum.com.br/noticias/e-dandara-dos-palmares-voce-sabe-quem-foi/
https://www.youtube.com/watch?v=hOoLuLfaoHQ
https://www.geledes.org.br/dandara-a-face-feminina-de-palmares/
https://www.geledes.org.br/dandara-ficcao-ou-realidade/
https://theintercept.com/2019/06/03/dandara-luisa-mahin-historia/
Djamila Taís Ribeiro dos Santos é uma importante voz contemporânea em defesa dos negros e das mulheres.
Filósofa, ativista social, professora e escritora, Djamila corajosamente denuncia a violência e a desigualdade social - principalmente contra negros e mulheres - tão características da sociedade brasileira.
O seu livro Pequeno manual antirracista, que trata do racismo estrutural arraigado no Brasil, recebeu o prêmio Jabuti.
A ativista nasceu em Santos, São Paulo, no dia 1 de agosto de 1980.
Djamila Ribeiro tornou-se um nome conhecido quando se fala em ativismo negro no Brasil, tudo isso sob um espectro popular: presença ativa nas redes sociais, possuindo mais de 800 mil seguidores, somente no Instagram. Conhecida como filósofa pop, já que alguns de seus feitos englobam uma presença em diversos meios de comunicações populares.
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https://www.ebiografia.com/djamila_ribeiro/
https://www.geledes.org.br/tag/djamila-ribeiro/
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/djamila-ribeiro/
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/14/politica/1468512046_029192.html
https://www.youtube.com/watch?v=jn1AtnzTql8
https://www.youtube.com/watch?v=Al365qzdjZE
https://www.youtube.com/watch?v=opiKgtWVvBE
https://www.youtube.com/watch?v=AINEmjM4Ki4
O ano era 1770 e uma mulher negra, mãe, escravizada, escreveu uma carta em 6 de setembro, endereçada ao governador da capitania do Piauí. Em ato de insurgência às estruturas que a desumanizavam, ela denunciava as situações de violência que ela, as companheiras e seus filhos sofriam na fazenda de Algodões, região próxima a Oeiras, a 300 quilômetros da futura capital, Teresina.
O documento histórico é uma das primeiras cartas de direito que se tem notícia. É um símbolo de resistência e ousadia na luta por direitos no contexto do Brasil escravocrata no século XVIII – mais de cem anos antes de o Estado brasileiro reconhecê-los formalmente.
Esperança Garcia possivelmente aprendeu a ler e escrever português com os padres jesuítas catequizadores. Após a expulsão dos jesuítas do Brasil, pelo marquês de Pombal e a passagem da fazenda para outros senhores de escravo, ela foi transferida para terras do capitão Antônio Vieira de Couto. Longe do marido e dos filhos maiores, usou a escrita como forma de luta para reivindicar uma vida com dignidade.
A carta foi encontrada em 1979 no arquivo público do Piauí, pelo pesquisador e historiador Luiz Mott. Em reconhecimento da importância histórica do documento escrito por Esperança, atendendo às reivindicações do movimento negro no Piauí, a data de 6 de setembro foi oficializada como o Dia Estadual da Consciência Negra, em 1999. Em setembro de 2017, duzentos e quarenta e sete anos depois da escritura da carta, através de solicitação da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra do Piauí, Esperança Garcia foi reconhecida pela OAB/PI como a primeira advogada piauiense.
A narrativa de Esperança é marcada pela indignação e a coragem de resistir. Denuncia os maus tratos, o autoritarismo e requer o direito de viver livre de violência para si e para os outros. É uma singular expressão da luta por direitos humanos que nasce das senzalas, das ruas, dos lugares onde as sujeitas historicamente oprimidas se insurgem por liberdade e igualdade.
Conhecer, lembrar e compartilhar a voz de Esperança Garcia é um imperativo para a luta contra o racismo e por igualdade de gênero, raça e classe no Brasil. É também alimento para a força e coragem de resistência do povo brasileiro ao perigo de uma única história, a do colonizador. É peça fundamental para compor as memórias de luta e resistência do povo negro e construir as caixas amplificadoras de vozes historicamente silenciadas.
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http://antigo.acordacultura.org.br/herois/episodio/esperancagarcia
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Hamangaí, de 22 anos, é uma jovem que tem sangue Terena pela parte materna e Pataxó Hã-Hã-Hãe pela paterna. Sua avó era benzedeira e deixou um legado para toda a comunidade, trazendo inspiração, fé, coragem e sabedoria para a neta. Para completar, sua mãe é parteira.
Hamangaí nasceu e cresceu na Terra Indígena Caramuru/Paraguassu, no município de Pau Brasil, Bahia. Há três anos saiu da aldeia e hoje faz Medicina Veterinária na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), contudo, sempre que pode volta para casa. Foi em sua primeira participação no Acampamento Terra livre em Brasília, em 2015, que sentiu a importância da luta dos povos indígenas e o quanto ela também precisava contribuir. Já em 2016, conheceu o Engajamundo, rede brasileira de jovens que dissemina mudanças em seus entornos. Foi convidada a entrar e hoje trabalha na área de Clima e Gênero da rede.
Como parte da delegação do Engajamundo, em 2018 foi à Polônia participar da 24ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP24). No ano seguinte, esteve em Roma participando do Villagio Ler La Terra, onde falou para jovens italianos da importância de se unirem em defesa da mãe Terra. Ainda no fim de 2019, foi à Suíça em cerimônia que reuniu jovens mulheres ativistas do mundo todo.
“A luta maior é dentro de casa porque para a minha mãe certos espaços não é para a mulher. O meu pai me incentiva, mas minha mãe não. Isso me deixa mal, porque eu não consigo fazer outra coisa a não ser contribuir em algo. Motivar outros jovens e principalmente outras meninas. Eu nasci para isso. Estou organizando um encontro na minha aldeia para podermos compartilhar experiências e contribuir no protagonismo dos jovens locais em defesa do nosso território e direito. Quero muito que dê certo, pois é uma forma de motivar e encorajar outros jovens.”
Pelo Engajamundo, a jovem liderança vai em escolas falar com meninos e meninas sobre o papel da juventude nas mudanças que almejam. “Essa mudança só vai ser possível quando nós reconhecermos que mudando a si mesmo e se engajando politicamente, os espaços de tomada de decisões, o nosso entorno e nossa realidade pode sim serem mudados. É trabalho de formiguinha, mas é muito importante. Muitos falam que o jovem é o futuro.”
Sobre a mudança que precisa ser feita em relação a como a mulher é vista e tratada hoje, a Pataxó conta que já passou por situações constrangedoras. “Tive um professor que sempre trazia a mulher indígena como um ser exótico a ser explorado. Sem contar que a mulher é sempre deixada de lado, não botam fé no que propomos e tentam nos silenciar. Muitas guerreiras sofrem caladas. É preciso que todos reconheçam a força de nós mulheres. Não importa a idade. É preciso reconhecer essa força ancestral. Não queremos caminhar sozinhas. Os homens precisam caminhar junto conosco, porque só assim vamos avançar.”
Ela também nota que as mulheres precisam ocupar os espaços políticos, ainda dominado por homens. “Nós temos essa força de poder eleger uma mulher e eu estou aqui para fazer esse papel de encorajamento e para que, quem sabe algum dia, eu venha ser uma vereadora também, ou prefeita. Tudo é possível, basta acreditarmos em nós mesmas.”
Outro sonho de Hamangaí é conhecer a pajé Putanny, do povo Yawanawa, localizado na Amazônia Acreana. Putanny quebrou o machismo dentro de sua aldeia e trouxe autonomia para as mulheres, além de abrir espaço para também acessarem práticas espirituais como rapé e ayahuasca.
“Espero muito que algum dia ninguém mais sangre por lutar pelo que acredita e para isso o autocuidado ele precisa ser diário. Fortalecer nosso espírito para que possamos seguir com sabedoria na luta.”
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https://www.engajamundo.org/2019/11/14/a-historia-de-hamangai-pataxo-ha-ha-hae/
https://agentesdacidadania.org.br/espaco-da-cidadania/o-que-fez-hamangai-pataxo-ha-ha-hae/
https://www.otempo.com.br/interessa/preocupacao-com-crise-climatica-leva-a-ecoansiedade-1.2273943
https://br.linkedin.com/in/hamanga%C3%AD-patax%C3%B3-h%C3%A3-h%C3%A3-h%C3%A3e-877536169
Graduada em Biomedicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, mestre em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) pelo Instituto de Pesquisas Gonçalo Moniz - Fundação Oswaldo Cruz (IGM-FIOCRUZ) e Doutora em Patologia Humana e Experimental pela Universidade Federal da Bahia em ampla associação com o IGM-FIOCRUZ.
Desenvolveu atividades de pesquisa no Laboratório de Biologia Molecular na Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (FUNDHERP) e no Laboratório de Biologia Celular e Molecular do Câncer da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Desenvolve pesquisas na área das arboviroses emergentes ZIKV, DENV, CHIKV, YFV, ORV e MAYV. É integrante do ZIBRA Consortium e participou do ZIBRA project - Zika in Brazil Real Time Analisys (http://www.zibraproject.org/), projeto itinerante de mapeamento genômico do vírus Zika no Brasil. Realizou estágio de doutoramento sanduíche na Universidade de Birmingham, Reino Unido, desenvolvendo e aprimorando protocolos de sequenciamento de genomas completos pela tecnologia de nanoporos dos vírus Zika, além de protocolos para sequenciamento direto do RNA.
Atualmente desenvolve pesquisas como bolsista FAPESP, em nível de pós-doutorado, no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo - Universidade de São Paulo (IMT-USP), no âmbito do CADDE - Brazil-UK Centre for Arbovirus Discovery, Diagnosis, Genomics and Epidemiology (http://caddecentre.org). Integrou a equipe que sequenciou os primeiros genomas do novo coronavírus (SARS-CoV-2) no Brasil em parceria com o Instituto Adolfo Lutz.
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https://ciencianarua.net/mes-das-mulheres-jaqueline-goes-de-jesus/
http://www.edgardigital.ufba.br/?p=16386
https://www.sigass.fiocruz.br/pub/programa/egresso/espelho.do?codDados=41144
https://www.youtube.com/watch?v=5vhXfr4H_uA
https://www.youtube.com/watch?v=jzr-7z7skFY
Jaqueline é professora de psicologia, ativista dos direitos LGBTQ e da população negra, pesquisadora, escritora e uma das poucas mulheres transexuais doutoras no Brasil. Ela é autora do livro "Transfeminismo: Teorias e Práticas" e se tornou a primeira mulher transexual e negra a receber a medalha Chiquinha Gonzaga.
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Jaqueline_Jesus
https://www.escavador.com/sobre/7977905/jaqueline-gomes-de-jesus
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https://www.youtube.com/watch?v=GK_NSSWy81o
Joenia Wapichana é da comunidade indígena Truaru da Cabeceira, região do Murupu, município de Boa Vista, pertence o povo indígena Wapichana, o segundo maior povo do estado de Roraima.
Formada em Direito (1997) pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), passou a atuar em defesa das comunidades indígenas por meio da assessoria jurídica do Conselho Indígena de Roraima - CIR. A sua formação lhe concedeu o reconhecimento de primeira advogada indígena no Brasil a atuar pelos direitos dos povos indígenas.
Depois da graduação, em 2011, Joenia Wapichana buscou aprofundar a formação na área e encarou o mestrado na Universidade do Arizona, Estados Unidos, onde cursou através de uma bolsa da Fundação Fullbright.
Atuou no Conselho Indígena de Roraima (CIR) ao longo de 22 anos no departamento Jurídico. Nessa trajetória junto à organização indígena participou e ocupou vários espaços importantes, como o Conselho do Desenvolvimento Econômico e Social – CDES, o Conselho Nacional de Biodiversidade –Conabio, dentre outros importantes no país. Sua atuação pautada na defesa dos direitos dos povos indígenas, do meio ambiente, sustentabilidade, a fez chegar aos espaços internacionais. No período de 2001 a 2006 participou das discussões sobre a Declaração dos Direitos Humanos da ONU e, em 2007, da sua adoção pelos países. Nesse período, em 2004, ganhou o seu primeiro prêmio, o Reebok, concedido a ativistas do meio ambiente no mundo inteiro.
Em 2005, coordenou o Projeto Balcão da Cidadania, reunindo diversos órgãos públicos federais e estaduais para levar documentos civis básicos aos indígenas na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Teve reconhecimento como Empreendedora Social Ashoka, em 2006. Em 2008 também foi a primeira indígena advogada a fazer uma sustentação oral no Supremo Tribunal Federal com o caso da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. A causa foi ganha e teve repercussão internacional.Também ganhou o Título de Ordem de Mérito Cultural, em 2010, concedido pelo Ministério da Cultura. No período de 2011 a 2013 fez parte do Co-Chair do Caucus Indígenas nas Conferências das Partes sobre Clima – COPs, em Durban e Qatar, por indicação do Caucus Indígena Global.
Foi a primeira presidente da Comissão Nacional de Direitos dos Povos Indígenas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em 2013. De 2013 a 2015, conselheira do Fundo Voluntário da ONU para Povos Indígenas.
De 2016 a 2018 atuou para garantia do direito das comunidades indígenas à consulta prévia, livre e informada, quando medidas administrativas e legislativas possam afetar suas vidas; para que seus sistemas jurídicos internos sejam considerados em todas as instancias governamentais e não governamentais; e em processos de formação para indígenas sobre o tema.
Em dezembro de 2018 ganhou o Prêmio de Direitos Humanos da ONU, um dos mais importantes do mundo. E, no mesmo ano, 2018, foi eleita a primeira deputada federal indígena do Brasil. No período de mandato obteve três reconhecimentos. O primeiro, em 2019, a Medalha Myrthes Gomes de Campos pela OAB – DF, primeira advogada do Brasil e por duas vezes, 2019 e 2020, o prêmio Congresso em Foco na categoria Clima e Sustentabilidade. Na Câmara ela é Líder do seu partido, vice da Oposição, coordena a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, composta por 210 deputados e 27 senadores, membro das comissões mais importantes, Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS), Minas e Energia (CME), Educação (CE), dentre outras. Fez duas importantes relatorias, um em plenário e outro em comissão.
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https://mangadevento.com.br/a-historia-de-joenia-wapichana/
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https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/30/politica/1567157851_858431.html
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http://informe.ensp.fiocruz.br/noticias/45861
https://news.un.org/pt/story/2018/12/1652561
Poeta aymará boliviana, cantora e compositora, escritora, grafiteira e ativista feminista-comunitária. Em 1991, fundou o movimento Mujeres Creando e, em 2000, o Mujeres Creando Comunidad. Em 2006, criou o conceito de Feminismo Comunitário, movimento de ação política protagonizado por mulheres indígenas, que parte do princípio de construção de direitos coletivos desde o local de identidade coletiva e ancestral, unificando as comunidades espalhadas no Abya Yala (Centro e Sul América), em ação despatriarcal, decolonial e antiliberal.
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https://www.justicadesaia.com.br/sao-paulo-entrevista-com-a-feminista-comunitaria-julieta-paredes/
https://es.wikipedia.org/wiki/Julieta_Paredes
Katú Mirim é rapper, compositora, YouTuber e ativista, descendente do povo Boe Bororo. Em 2018, levantou a campanha #ÍndioNãoÉFantasia, para chamar a atenção sobre o esvaziamento da história e da cultura indígena nas festas de Carnaval. A música é o seu principal instrumento de luta e ativismo.
As letras de suas músicas abordam ativismos importantes da causa indígena, como demarcação de terras, violência, ancestralidade e a cultura,
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Nome em registro é Luana da Silva Cardoso.Graduação em Antropologia pela UFOPA - Universidade Federal do Oeste do Pará (2019). Mestranda em Antropologia pela UFPA - Universidade Federal do Pará.Conselheira Distrital de Saúde Indígena no DSEI GUATOC - Distrito Saúde Especial Indígena do Guamá Tocantins. Liderança indígena na região do Baixo Tapajós, representação como Conselheira Territorial no CITA - Conselho Indígena Tapajós Arapiuns. Participou em projetos de Extensão sobre Cultura, Identidade e Memorias na Amazônia em Quilombolas do município de Óbidos. Projetos e pesquisas sobre saberes tradicionais de pajés, benzedeiras, parteiras e as formas de tratamento, prevenção e cura dos indígenas por meios dos Sacaca que são os encantados que habitam o fundo dos rios.Atualmente minha linha de pesquisa é junto à organização de Mulheres Indígenas do Baixo Tapajós, suas participações políticas e a violência contra mulheres indígenas.
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https://ufpa.academia.edu/LuanaKumaruara
http://www.ufopa.edu.br/ppgsnd/wp-content/uploads/2021/01/LUANA-LAZZERI-ARANTES.pdf
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Nascida Sarah Breedlove em 1867, em um contexto de pós-escravidão no sul dos Estados Unidos, a trajetória de Madam C. J. Walker é um testemunho de resiliência e visão empreendedora. Órfã ainda criança e viúva muito jovem, ela enfrentou desde cedo as duras realidades impostas às mulheres negras de sua época.
Devido à uma queda de cabelo, algo comum devido às condições de vida e aos produtos agressivos disponíveis, despertou interesse por cuidados capilares. Essa busca a levou a experimentar e a aprender, inclusive trabalhando brevemente com outra pioneira do setor. No entanto, foi sua própria determinação que a impulsionou a criar soluções específicas.
Em 1905, já com o nome Madam C. J. Walker após seu casamento, ela lançou as bases de seu futuro império. Mais do que inventar um único produto milagroso, ela desenvolveu um método completo de tratamento e uma linha de cosméticos capilares pensados para as particularidades do cabelo crespo. Sua criação mais célebre foi uma pomada que promovia a saúde do couro cabeludo e o crescimento dos fios. Seu sistema também incluía outros preparos e técnicas de embelezamento, como o uso de pentes aquecidos para modelar os cabelos.
A genialidade de Walker não se limitou aos produtos. Ela concebeu um modelo de negócios revolucionário, capacitando uma vasta rede de "agentes Walker". Essas mulheres, em sua maioria negras, tornaram-se vendedoras e educadoras, levando os produtos e os conhecimentos de cuidados capilares a diversas comunidades. Essa estratégia não apenas expandiu seu alcance comercial, mas também proporcionou uma via de autonomia financeira e dignidade para milhares de colaboradoras, em um período de intensa segregação e poucas oportunidades.
O sucesso estrondoso de sua empresa a consagrou como uma das primeiras mulheres a alcançar a fortuna por mérito próprio nos Estados Unidos. Contudo, Madam C. J. Walker utilizou sua riqueza e influência para além dos negócios, tornando-se uma importante filantropa e defensora dos direitos civis, investindo em causas sociais e no progresso da comunidade afro-americana. Sua história inspira pela superação das adversidades e pela construção de um legado que une inovação comercial com impacto social profundo.
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Madam_C._J._Walker
https://www.womenshistory.org/education-resources/biographies/madam-cj-walker
https://vermelho.org.br/coluna/a-vida-e-a-historia-de-madam-c-j-walker/
https://segredosdomundo.r7.com/madam-c-j-walker/
https://www.adorocinema.com/series/serie-23926/
Nascida no Centro Histórico de Salvador em 10 de fevereiro de 1894, Mãe Menininha do Gantois, como ficou conhecida Maria Escolástica da Conceição Nazaré, teve como pais Joaquim e Maria da Glória. Descendente de escravizados africanos, ainda criança foi escolhida para ser Iyálorixá no terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê, fundado em 1849 por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré, cujos pais eram originários de Agbeokuta, sudoeste da Nigéria.
Foi a quarta das Iyálorixá do Terreiro do Gantois e a mais famosa do País. Iniciada no culto aos orixás de Keto aos oito anos de idade, assumiu definitivamente o terreiro aos 28. Foi uma das principais articuladoras do término das restrições a cultos impostas pela Lei de Jogos e Costumes de 1930, que condicionava a realização de rituais à autorização policial e limitava o horário de término dos rituais às 22 horas.
Símbolo da luta pela aceitação do candomblé pela cultura dominante, Mãe Menininha abriu as portas do Gantois aos brancos e católicos. Nunca deixou de assistir às celebrações de missa e convenceu os bispos baianos a permitirem a entrada de mulheres – inclusive ela – vestidas com as roupas tradicionais das religiões de matriz africana nas igrejas. A Iyálorixá faleceu de causas naturais, aos 92 anos de idade.
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http://terreirodogantois.com.br/index.php/memorial/
https://educacao.uol.com.br/biografias/mae-menininha-do-gantois.htm
https://asminanahistoria.wordpress.com/2018/08/20/mae-menininha-do-gantois/
http://antigo.acordacultura.org.br/herois/episodio/menininhadogantois
https://www.youtube.com/watch?v=qyH__6ZcO9o
https://www.youtube.com/watch?v=2hywX2wLdU8
Nascida em 1956, Mae Jemison formou-se em Engenharia Química e Estudos Afro-Americanos e tornou-se médica e oficial do Corpo da Paz.
Em 1983, após assistir a Sally Ride, Jemison decidiu se candidatar ao programa de astronautas da NASA. Em 12 de setembro de 1992, Jemison entrou em órbita a bordo do ônibus espacial Endeavour, tornando-se a primeira mulher afro-americana no espaço.
Jemison deixou a NASA em 1993, continuando a trabalhar em benefício de outros como educadora, empreendedora e autora.
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https://www.womenshistory.org/education-resources/biographies/mae-jemison
https://heasarc.gsfc.nasa.gov/nasap/docs/whos_who_level2/jemison_p.html
https://claudia.abril.com.br/cultura/mae-jemison-primeira-astronauta-negra-da-nasa/
https://www.youtube.com/watch?v=958hkkw1CWg
https://engenharia360.com/mulheres-que-mudaram-a-engenharia-e-a-ciencia-mae-jemison/
http://antigo.acordacultura.org.br/herois/episodio/menininhadogantois
https://www.youtube.com/watch?v=qyH__6ZcO9o
https://www.youtube.com/watch?v=2hywX2wLdU8
https://nosmulheresdaperiferia.com.br/mae-jemison-a-primeira-astronauta-negra-a-ir-para-o-espaco/
*Curadoria da Postagem: Avelin Buniacá
Txahá Xohã como é conhecida entre seu povo, ou Maria Aparecida Costa de Oliveira, ou simplesmente Maria Flor Guerreira, nasceu em Medeiros Neto, no sul da Bahia. Hoje vive em Santa Luzia - MG. Segundo ela: “Acho que tenho 54 anos. Não sei direito, pois fui registrada com 'nome de branco' aos 10. Meu nome indígena é Txahá Xohã, que significa Flor Guerreira. Então, pode me chamar de Maria Guerreira”.
Maria Flor Guerreira é educadora intercultural indígena com especialização em Gênero e Diversidade. Desde 2013, Maria Aparecida Oliveira se dedica a palestras em espaços de educação para todo tipo de público e faixas etárias
Texto adaptado do site: https://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2020/09/15/interna_nacional,1185442/o-fogo-e-sagrado-e-nao-pode-ser-usado-de-forma-errada-diz-educadora.shtmlQUER SABER MAIS? Acesse:
https://www.instagram.com/florguerreira/
https://www.youtube.com/watch?v=izSTEZ1NmfM
https://jornadadeagroecologia.org.br/2019/08/31/guerreira-ate-no-nome/
https://www.arayara.org/mulheres-indigenas-de-mais-de-110-etnias-pressionam-brasilia/
Maya Angelou nasceu com o nome de Marguerite Ann Johnson, em 1928, na cidade de St. Louis, Illinois. Vivendo entre Illinois e a Califórnia, sua infância não foi fácil: Maya passou cinco anos sem falar nada, devido ao trauma de ter sido estuprada aos sete anos de idade. O agressor era namorado de sua mãe e foi morto pelos tios dela.
Não bastasse ter sido violentada, ela também sentia-se culpada pela morte do homem. Maya contou ao mundo essa história através de seu primeiro e mais famoso livro, a autobiografia “I know why the caged bird sings” – “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”, em português.
Publicado em 1969, o livro fez com que Maya Angelou se tornasse uma das primeiras mulheres negras a emplacar um best seller nos Estados Unidos. Infelizmente, a versão da obra em português brasileiro só pode ser encontrada em sebos, caso você tenha muita sorte.
Mas essa mulher já havia sido pioneira muito antes disso. Aos 16 anos de idade, ela viria a ser a primeira mulher negra a trabalhar como motorista do transporte público de São Francisco. Pouco tempo depois, tornou-se mãe solo, mas isso não a impediu de tentar a chance de Hollywood.
No cinema e na TV, ela foi diretora, roteirista, produtora e atriz. Também arriscava-se como cantora, mas, na indústria fonográfica, Maya brilhava mesmo era nos discos não cantados – em que o artista declama textos. Ela venceu três Grammys na categoria de Melhor Álbum de Palavra Falada ou Álbum Não Cantado.
Ainda no campo artístico, além do best seller poderoso que colocou seu nome no mapa (e que deu origem a outras seis autobiografias), Maya também era poeta. Seu poema mais célebre, “Still I Rise” tornou-se um icônico manifesto do movimento negro nos Estados Unidos.
Mas a contribuição de Maya para o movimento jamais esteve limitada à escrita. Ela militou ativamente pelo fim da segregação racial nos EUA e foi amiga pessoal de Martin Luther King e Malcolm X. Também trabalhou em missões humanitárias na África, nos anos 1960. Décadas mais tarde, viria a ser conselheira dos presidentes Bill Clinton e Barack Obama.
A ativista recebeu diversas condecorações durante a vida, incluindo a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior honraria concedida a um civil nos Estados Unidos. Essa medalha lhe foi dada em 2011, por Obama. Três anos depois, Maya viria a falecer, em 28 de maio de 2014, aos 86 anos.
Negra, sobrevivente da violência, jovem batalhadora, artista e ativista. Maya Angelou foi um grande exemplo de mulher e é maravilhoso ver que seu trabalho e sua história continuam vivos. Em tempos de tamanha intolerância é mais importante do que nunca relembrar a trajetória de uma guerreira tão inspiradora.
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https://brasil.elpais.com/brasil/2018/04/04/cultura/1522818455_771877.html
https://www.pensador.com/autor/maya_angelou/biografia
https://www.google.com/doodles/dr-maya-angelous-90th-birthday
https://www.taglivros.com/blog/curiosidades-sobre-maya-angelou/
https://segredosdomundo.r7.com/quem-e-maya-angelou-e-porque-o-google-fez-um-doodle-sobre-ela/
https://revistacult.uol.com.br/home/maya-angelou-autobiografias/
Michelle LaVaughn Robinson Obama (Chicago, 17 de janeiro de 1964) é uma advogada e escritora norte-americana. É a esposa do 44.º presidente dos Estado Unidos, Barack Obama, e a 46.ª primeira-dama dos Estados Unidos, sendo a primeira afro-descendente a ocupar o posto.
Michelle Obama nasceu e cresceu em Chicago. Graduou-se pela Universidade Princeton e pela Harvard Law School. Após completar seus estudos, retornou a Chicago e aceitou um emprego na firma de advocacia Sidley Austin, onde conheceu seu futuro marido, Obama. Subsequentemente, trabalhou como ajudante do prefeito de Chicago Richard M. Daley e para o Centro Médico da Universidade de Chicago.
Em 1992, casou-se com Barack Obama, com quem tem duas filhas: Malia e Sasha. Ao longo de 2007 e 2008, ajudou na campanha presidencial de seu marido, sendo a sua presença um dos principais destaques da campanha. Discursou na Convenção Nacional Democrata de 2008, 2012 e 2016. Como esposa do então senador e mais tarde primeira-dama, se tornou em um ícone da moda e modelo para as mulheres.
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https://brasil.elpais.com/noticias/michelle-obama/
https://www.ebiografia.com/michelle_obama/
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/27/internacional/1477592368_425395.html
https://www.youtube.com/watch?v=iBk2WZynvvY
https://www.nit.pt/fit/saude/o-discurso-viral-de-michelle-obama-sobre-aceitar-e-amar-o-corpo
https://veja.abril.com.br/mundo/diversidade-nao-e-ameaca-diz-michelle-obama-em-discurso-final/
Nilma Lino Gomes é graduada em Pedagogia e mestra em Educação pela UFMG, além de doutora em Antropologia Social pela USP. Cumpriu estágio pós-doutoral na Universidade de Coimbra, supervisionado por Boaventura de Souza Santos. Professora da Faculdade de Educação da UFMG e integrante da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros – ABPN –, entre 2002 e 2013 coordenou o Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão Ações Afirmativas na UFMG. Coordenou também o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas (NERA) e o GT 21 – Educação e Relações Étnico-Raciais – da ANPED, durante a Gestão 2012-2013. Foi também membro do Conselho Nacional de Educação no período 2010-2014, designada para a Câmara de Educação Básica.
Sua atuação nas áreas de Educação e Antropologia Urbana propiciou a realização de pesquisas de relevo em tópicos como organização escolar, formação de professores para a diversidade étnico-racial, movimentos sociais e educação, relações raciais, diversidade cultural e gênero.
Em 2013 e 2014 foi reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira – UNILAB –, tornando-se a primeira mulher negra a ocupar o cargo mais importante de uma universidade federal no Brasil. Em janeiro de 2015, deixou essa função para ser Ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República – SEPPIR/PR – que, em decorrência da reforma administrativa de setembro daquele ano, foi incorporada ao recém-criado Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, do qual a autora esteve à frente até 2016.
Suas publicações incluem desde livros e artigos derivados de pesquisas de campo e destinados ao público universitário até narrativas de ficção voltadas para crianças e jovens.
Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolos da identidade negra, de 2006, é fruto de sua tese de doutorado. No livro, a autora discorre sobre o cabelo não apenas como parte do corpo individual e biológico, mas ainda como corpo social e linguagem, como veículo de expressão e símbolo de resistência da cultura afro-brasileira.
Em 2009, Nilma Lino Gomes estreia na ficção infantojuvenil com Betina, em que novamente o cabelo ressurge como símbolo identitário, agora pelas mãos de quem se dedica com esmero aos penteados afros.
Já O menino coração de tambor, de 2013, demonstra a habilidade da ficcionista ao entrecruzar presente e passado e mesclar os signos da realidade com os da memória e da fantasia. Narra a história de um bailarino e coreógrafo que manifesta o seu gosto pela música desde quando ouvia as batidas de seu coração ainda no ventre da mãe. Os escritos da autora percorrem, pois, um vasto espectro de publicações, que abrange desde o público acadêmico leitor de seus ensaios até os jovens iniciantes nos encantos do mundo das letras. Em todos eles, porém, destaca-se o universo cultural afro-brasileiro em sua diversidade.
Entre as honrarias que lhe foram concedidas, destacam-se o Troféu Yalodê, do Projeto Raízes de Áfricas – III Festival das Palavras Pretas (2011); o Prêmio Zumbi de Cultura, da Fundação Clóvis Salgado/Companhia Baobá de Dança (2010); e o Projeto Memórias da Infância no Aglomerado Santa Lúcia-BH/MG, da PROEX-UFMG (2006).
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https://www.instagram.com/nilmalino13/?hl=pt-br
http://somos.ufmg.br/professor/nilma-lino-gomes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nilma_Lino_Gomes
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728281P2
https://www.geledes.org.br/tag/nilma-lino-gomes/
https://rhhj.anpuh.org/RHHJ/article/view/72
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/nilma-lino-gomes
"Paulina Chiziane nasceu em 04 de junho de 1955, em Manjacaze, vila rural moçambicana, mas, com seis anos de idade, mudou-se para Maputo. Seus pais eram protestantes, portanto, o cristianismo esteve fortemente presente em sua formação. Além disso, cresceu em um país dominado pelos portugueses.
A independência de Moçambique só ocorreria em 1975, depois de anos de luta armada entre guerrilheiros moçambicanos e soldados portugueses. Isso explica o anticolonialismo do pai da autora, que ensinou sua filha a se comunicar por meio do chope, um idioma ligado ao grupo étnico ao qual pertencia a sua família.
Além disso, Chiziane aprendeu a língua ronga, em Maputo, onde iniciou seus estudos em uma escola católica, e acabou aprendendo também o idioma português. Já sua juventude foi marcada pela atuação na Frelimo, a Frente de Libertação de Moçambique, responsável pela luta em prol da independência do país.
Após a independência, teve início uma guerra civil. Paulina Chiziane, então, tornou-se voluntária na Cruz Vermelha durante o conflito, e sua atuação política não cessou após o fim da guerra, em 1992. A autora passou a fazer parte do Núcleo das Associações Femininas da Zambézia (Nafeza), organização não governamental criada em 1997, na cidade de Quelimane.
Nessa época, já tinha publicado seu primeiro romance — Balada de amor ao vento —, em 1990, mas seu sucesso como escritora chegou em 2002, com a publicação do livro Niketche: uma história de poligamia. Por essa obra, ela ganhou o Prêmio José Craveirinha, da Associação dos Escritores Moçambicanos."
QUER SABER MAIS? Acesse:
https://brasilescola.uol.com.br/literatura/paulina-chiziane.htm
https://www.youtube.com/watch?v=fa4HrZoBxmQ
https://www.youtube.com/watch?v=mt0QmV9rdxg
https://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=2335
https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/paulina-chiziane.htm
Nascida em Belo Horizonte, em 1953, reside atualmente em Araguari-MG, Rosa Margarida de Carvalho Rocha é professora, especialista em Estudos Africanos e Afro brasileiros, mestre em educação, escritora, mãe de quatro "pérolas negras": Anna Carolina, Anna Cecília, Anna Clara e Anna Camila e avó orgulhosa de três netos: Ethan Beve, Maria Carolina e Caio Rocha.
Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG). Possui Pós Graduação em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros pela PUC-MG, Especialização em Didática Fundamentos Teóricos da Prática Pedagógica e Graduação em Pedagogia Licenciatura Plena. Assessorou o MEC para a concepção e elaboração do livro Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico Raciais sendo coordenadora do GT Ensino Fundamental. Foi Assessora da Prefeitura de Sabará, Prefeitura de Congonhas, Secretaria de Educação de Contagem, Secretaria de Educação de Ribeirão Preto, Secretaria de Educação do Estado do Paraná e da Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais para implantação da Lei 10.639/03. Ministra Palestras com temas sobre o Trato da Questão Racial no Cotidiano Escolar, Inclusão Racial na Escola, Discriminação Racial na Escola. Tem experiência de mais de trinta anos na área de Educação, com ênfase em Relações Étnico-Raciais, atuando principalmente no seguinte tema: construção positiva da Identidade da criança Negra, História da África e dos Africanos no Cotidiano Escolar. É membro do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Araguari; Membro do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-Racial de Minas Gerais.
Trabalha atualmente com formação de professores para a implantação da Lei Federal 10.639/03 por todo o Brasil. Seus livros são escritos para ajudar aos professores no trabalho que desenvolvem em sala de aula com a Educação para as Relações Étnico-Raciais e História e Culturas Africanas e Afro brasileiras.
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https://rosamargaridacarva.wixsite.com/rosamargarida
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Rosa Parks (1913-2005) foi uma ativista do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. No dia 1 de dezembro de 1955, Rosa entrou para a história por se negar a ceder a um branco o seu assento em um ônibus em Montgomery, no Alabama.
Rosa Louise Parks nasceu em Tuskegee, Alabama, no Sul dos Estados Unidos, no dia 4 de fevereiro de 1913. Filha de James e Leona Edwards McCauley, mais tarde, mudou-se com a família para Pine Level, onde estudou na escola rural.
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https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/rosa-parks.htm
https://brasilescola.uol.com.br/biografia/rosa-lee-parks.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/rosa-parks.htm
https://brasil.elpais.com/noticias/rosa-parks/
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A bióloga e citotecnologista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Simone Maia é presidente da Associação Nacional de Citotecnologia (Anacito). É a única brasileira no quadro de membros ativo, como membro diretor da Academia Internacional de Citologia (IAC).
Possui graduação em CIÊNCIAS BIOLÓGICAS pela Universidade Gama Filho (1990), Especialização em Citologia Clinica pela UFRJ(2000) e Mestrado Profissional (UNIRIO). Presidente da Associação Nacional de Citotecnologia (ANACITO), Fellow da Academia Internacional de Citologia (IAC). Atualmente é Bióloga / Citotecnologista atuando como docente do curso de formação Técnica de nivel médio de Técnico em Citopatologia - INCA / EPSJV (Fiocruz), docente em pós-graduação na área de Citologia Oncótica. Experiência na área de Morfologia, com ênfase em Citopatologia, atuando principalmente nos seguintes temas: citologia esfoliativa ginecológica e geral.
Atualmente é supervisora na área de ensino técnico do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e sua missão tem sido divulgar o papel do controle do câncer.
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http://www.rets.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/images/simone_maia_evaristo_rede_cancer.pdf
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/sustinere/article/view/43470
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//rrc-25-versao-integral.pdf
https://www.citologiabrasil.com/2019/06/entrevista-com-biologa-simone-maia.html
Sônia Barbosa ou Ara Mirim (seu nome em Guarani) nasceu em São Paulo, mas suas origens remontam aos seus ancestrais. Sua mãe, do povo Xucuru-Cariri, veio do nordeste quando tinha 5 anos. De acordo com ela, seu pai, avô de Ara Mirim, teria sido assassinado por grileiros e sua família expulsa de suas terras iniciando a migração para a região de São Paulo. Ara Mirim nasceu distante da aldeia, mas cresceu ouvindo as histórias de sua avó sobre seu povo e suas origens, e foi no início da década de 1990, na região de Parelheiros, que foi acolhida junto aos Guarani e reconhecida como indígena, aprendendo sua língua e seus costumes. Que transformação! Foi um mergulho em si mesma. Um aprendizado após o outro. Aos poucos, passou a viajar para outros estados e municípios para conhecer outras etnias e aldeias Guarani. Logo percebeu os problemas presentes nas comunidades, sobretudo as disputas em torno da posse de suas terras, sempre atacadas, sempre alvos de especulações. Com a experiência, tornou-se líder, e hoje faz parte de coletivos que apoiam e lutam em movimentos sociais pelo país inteiro.
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https://arteforadomuseu.com.br/artistas/ara-mirim/
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https://www.youtube.com/watch?v=ZaYB4-upO_Y
https://www.youtube.com/watch?v=tI7zPW27AnM
https://www.facebook.com/indaiz/videos/depoimento-da-sonia-ara-mirim/2998646450369607/
Sônia Guajajara nasceu Sônia Bone, na Terra Indígena de Araribóia, no Maranhão. Desde muito cedo entendeu que precisava lutar contra o anonimato, contra a invisibilidade dos povos indígenas. “Todo tempo eu queria encontrar um rumo, um jeito de como trazer essa história e essa vida dos povos indígenas para um conhecimento da sociedade.”
Sônia é professora do ensino fundamental, auxiliar de enfermagem, liderança indígena feminista. Mas a sua força e coragem lhe levaram a alçar voos maiores, chegando a ser a primeira mulher indígena a concorrer numa chapa à presidência da República, em 2018, aos 44 anos.
Com 15 anos, Sônia saiu de casa para estudar em Minas Gerais convidada pela Funai, e hoje é mestra em Cultura e Sociedade pelo Instituto de Humanidades, Artes e Cultura pela Universidade Federal da Bahia. Em 2001 participou do primeiro evento nacional indígena, a pós-conferência da Marcha Indígena, para discutir o Estatuto dos Povos Indígenas em Luziânia, no estado de Goiás.
Também fez história ao entregar o prêmio Moto Serra de Ouro para a senadora Kátia Abreu em defesa do Código Florestal. Em 2012, coordenou a organização do Acampamento Terra Livre na Cúpula dos Povos, contrapondo o evento mundial da Rio +20. E no ano seguinte estava à frente da Semana dos Povos Indígenas e a ocupação do plenário da Câmara e do Palácio do Planalto.
Em quase duas décadas de luta pelos direitos das populações originárias, ocupa cargos de destaque em diferentes organizações e movimentos. Entre eles, a Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), onde é coordenadora executiva.
Foi candidata a vice-presidência da República nas eleições de 2018.
Texto retirado do site: https://www.brasildefato.com.br/2020/06/09/povos-indigenas-vivem-momento-traumatico-afirma-sonia-guajajaraQUER SABER MAIS? Acesse:
https://www.instagram.com/guajajarasonia/?hl=pt-br
https://midianinja.org/author/soniaguajajara/
https://www.youtube.com/watch?v=3hpQ8mzZw6E
https://www.youtube.com/watch?v=amyJDPiFfwk
Sonia sonhava em ser engenheira, mas foi em sua última opção do vestibular, em 1970. Na época, ela prestou física no Mapofei, um vestibular criado em 1969 para a área de exatas nas universidades Instituto Mauá de Tecnologia, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), e se apaixonou.
Hoje, Sonia é a primeira negra brasileira doutora em física pela University of Manchester Institute of Science and Technology e compõe, há 24 anos, o corpo docente do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).
Ela atua na área de física aplicada, com ênfase em Propriedade Eletróticas de Ligas Semicondutoras Crescidas Epitaxialmente, e já conduziu pesquisas sobre sensores de radiação infravermelha.
QUER SABER MAIS? Acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=moD2Xl_KSD0
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781039U9
Aparecida Sueli Carneiro Jacoel, a nossa querida Sueli Carneiro, nascida em São Paulo (SP) e criada na Zona Norte de São Paulo, entre a Lapa, Vila Bonilha e Pirituba, Sueli é a mais velha de sete filhos de uma costureira e um ferroviário.
Filósofa, escritora, ativista e militante do movimento negro brasileiro, doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), Sueli Carneiro trilha o caminho da desconstrução das várias formas de opressão, principalmente a violência racial e de gênero. Assim, a intelectual e ativista é considerada uma das principais pensadoras do feminismo negro no Brasil.
Fundou em 1988, ano do Centenário da Abolição da Escravidão, o GELEDÉS – Instituto da Mulher Negra (atua como coordenadora). “Geledé” é uma sociedade secreta feminina de caráter religioso existente nas sociedades tradicionais Iorubás. Ela expressa o poder feminino sobre a fertilidade da terra, sendo uma forma de culto ao poder feminino. Sueli abraçou o propósito das cotas raciais nas universidades brasileiras e defendeu sua constitucionalidade em audiência pública que o Supremo Tribunal Federal (STF) realizou em 2010, sendo uma peça fundamental no processo de defesa da medida.
Das homenagens, prêmios e títulos recebidos, destacamos: Prêmio Benedito Galvão (2014); Prêmio Bertha Lutz (2003); Prêmio Direitos Humanos da República Francesa (1998); Prêmio de Direitos Humanos Franz de Castro Holzwath (1998). Entre os livros, ensaios e artigos de sua autoria, destacamos:Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil, (2011); MULHER NEGRA: Política governamental e mulher, (1985) com Thereza Santos e Albertina de Oliveira Costa.
QUER SABER MAIS? Acesse:
https://twitter.com/SueliCarneiro?ref_src=twsrc%5Egoogle%7Ctwcamp%5Eserp%7Ctwgr%5Eauthor
http://www.letras.ufmg.br/literafro/ensaistas/1426-sueli-carneiro
https://serrapilheira.org/sueli-carneiro-a-ciencia-e-o-racismo-no-brasil/
https://revistatrip.uol.com.br/homenageados/2018/sueli-carneiro
https://www.youtube.com/watch?v=FNoD7FCQcXo
https://www.youtube.com/watch?v=2mmuyRXHHg0
O local de nascimento de Tereza de Benguela é desconhecido. Ela pode ter nascido em algum país do continente africano ou no Brasil, mas sua vida faz parte da história pouco contada do Brasil.
Tereza viveu no século XVIII e foi casada com José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho até ser assassinado por soldados do Estado. O Quilombo do Piolho também era conhecido como Quilombo do Quariterê (a atual fronteira entre Mato Grosso e Bolívia). Esse quilombo foi o maior do Mato Grosso.
Com a morte de José Piolho, Tereza se tornou a líder do quilombo, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas.
O Quilombo do Quariterê abrigava mais de 100 pessoas, com destacada presença de negros e indígenas. Tereza navegava com barcos imponentes pelos rios do pantanal. E todos a chamavam de “Rainha Tereza”.
O Quilombo, território de difícil acesso, foi o ambiente perfeito para Tereza coordenar um forte aparato de defesa e articular um parlamento para decidir em grupo as ações da comunidade, que vivia do cultivo de algodão, milho, feijão, mandioca, banana, e da venda dos excedentes produzidos.
Tereza comandou a estrutura política, econômica e administrativa do quilombo, mantendo um sistema de defesa com armas trocadas com os brancos ou roubadas das vilas próximas. Os objetos de ferro utilizados contra a comunidade negra que lá se refugiava eram transformados em instrumentos de trabalho, visto que dominavam o uso da forja.
“Governava esse quilombo a modo de parlamento, tendo para o conselho uma casa destinada, para a qual, em dias assinalados de todas as semanas, entrava os deputados, sendo o de maior autoridade, tipo por conselheiro, José Piolho, escravo da herança do defunto Antônio Pacheco de Morais, Isso faziam, tanto que eram chamados pela rainha, que era a que presidia e que naquele negral Senado se assentava, e se executava à risca, sem apelação nem agravo.” - Anal de Vila Bela do ano de 1770
Não se tem registros de como Tereza morreu. Uma versão é que ela se suicidou depois de ser capturada por bandeirantes a mando da capitania do Mato Grosso, por volta de 1770, e outra afirma que Tereza foi assassinada e teve a cabeça exposta no centro do Quilombo.
O Quilombo resistiu até 1770, quando foi destruído pelas forças de Luís Pinto de Sousa Coutinho. A população na época era de 79 negros e 30 índios.
Em homenagem a Tereza de Benguela, o dia 25 de julho é oficialmente no Brasil o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A data comemorativa foi instituída pela Lei n° 12.987/2014.
Além da data comemorativa, a rainha Tereza foi homenageada nos versos da escola de samba Unidos do Viradouro, com o enredo da agremiação de 1994, cujo título é ‘Tereza de Benguela – Uma Rainha Negra no Pantanal’.
QUER SABER MAIS? Acesse:
https://mst.org.br/2020/07/25/tereza-de-benguela-e-as-mulheres-da-resistencia/
https://www.youtube.com/watch?v=Ne00NJ_fdog
Registrada com o nome de Jaci dos Santos, escolheu o nome artístico de Thereza Santos: teatróloga, atriz, professora, filósofa, carnavalesca e militante pelas causas dos povos africanos da diáspora e dos afro-brasileiros.
Thereza Santos nasceu no dia 7 de julho de 1938 em uma família numerosa. Percebeu muito cedo os efeitos da discriminação racial. Impactada por essa descoberta, vislumbrou a participação na Juventude Comunista uma alternativa para resolução de questões como miséria e discriminação. Porém, teve dificuldades em tratar a questão racial, e sempre recebia a resposta dos integrantes de que a questão era social e não racial. Numa sequência, passou a integrar o Partido Comunista, do Núcleo do Centro Popular de Cultura (CPC), que possuía visão semelhante à da Juventude Comunista em relação às questões raciais.
Ingressou na Faculdade Nacional de Filosofia (atual UFRJ) e tornou-se integrante da União Nacional dos Estudantes (UNE). Nessa efervescência intelectual, começou a fazer teatro de rua, com perspectiva no engajamento político.
Na década de 1960, começou a participar, no Brasil, do Movimento pela Libertação dos Povos Africanos de Expressão Portuguesa. Por sua relação com o PCB, foi presa nos anos 1970. Ao ganhar liberdade, Thereza deixou o Brasil e optou por morar no continente africano, durante aproximadamente cinco anos, onde trabalhou como educadora, contribuindo para a reconstrução cultural de Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau.
Thereza integrou o Teatro Experimental do Negro (TEN), do Rio e depois de São Paulo. No final da década de 1960, participou como cofundadora do Centro de Cultura e Arte Negra (Cecan). Na década de 1970, durante a ditadura militar, juntamente com o sociólogo Eduardo de Oliveira, escreveu e encenou a peça E agora falamos nós, iniciativa esta considerada uma das primeiras peças teatrais para um grupo exclusivamente formado por negros e negras. Cabe salientar que este foi um dos principais trabalhos da carreira de Thereza como atriz.
Na década de 1980, foi a primeira negra a ser nomeada para o Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo. Foi assessora de Cultura Afro-Brasileira da Secretaria de Estado da Cultura do Estado de São Paulo entre 1986-2002.
Em 1986 foi indicada pelo Coletivo de Mulheres Negras de São Paulo a concorrer ao cargo de deputada estadual pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Porém, não foi eleita. Por indicação do vereador Vital Nolasco, do Partido Comunista do Brasil (PC do B), recebeu, em setembro de 1993, o título de Cidadã Paulistana.
Thereza, ativista e estudiosa dos temas raciais e de gênero, é autora de diversos artigos sobre cultura e a mulher negra. Em 2008, publicou o livro Malunga Thereza Santos: a história de vida de uma guerreira, onde apresenta aspectos da história de sua vida. A família numerosa, a infância, a militância. Thereza militou no Movimento Negro por mais de 50 anos, e sua trajetória de luta não deixa dúvidas de que é um dos nomes mais importantes e influentes no Movimento Negro Brasileiro.
Thereza faleceu em 19 de dezembro de 2012. Lutava contra um câncer de bexiga e insuficiência renal crônica.
QUER SABER MAIS? Acesse:
https://novaescola.org.br/plano-de-aula/5569/mulheres-negras-militancia-e-resistencia-thereza-santos
http://www.ueim.ufscar.br/colecoes/colecao-thereza-santos
https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/2474/2375.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata, ficou conhecida por ceder o quintal para a reunião de diversos artistas que deram origem ao samba, tornando-se um dos maiores nomes da cultura brasileira do início do século 20. Conhecida por ser o berço do samba no Brasil, sua casa ficava na região do Centro do Rio de Janeiro que ganhou o nome de Pequena África por reunir ex-escravos que moravam nos morros próximos. Lá, eles faziam festas, cantavam e tocavam samba. Na época, esse estilo musical sofria repressão, mas Tia Ciata era conhecida e respeitada entre as autoridades.
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https://www.geledes.org.br/tia-ciata/
https://www.youtube.com/watch?v=Xj6JbrJDHpw
https://www.youtube.com/watch?v=2-5-_6w8EBQ
https://www.geledes.org.br/tia-ciata/
http://antigo.acordacultura.org.br/herois/heroi/tiaciata
https://www.tiaciata.org.br/home
Dona Valdete Cordeiro foi uma mulher negra muito importante para a cultura periférica de BH. Idealizou o reconhecido grupo Meninas de Sinhá, formado por idosas, para demonstrar a força e beleza feminina e valorizar as mulheres de sua comunidade (Bairro Alto Vera Cruz)
A força e resistência de Dona Valdete, representadas na arte de dançar e cantar cantigas de roda, demonstram muito bem o valor das mulheres negras, latinas e caribenhas.
A Prefeitura Municipal de Belo Horizonte fez uma digna homenagem a essa figura feminina potente ao instituir o dia 25 de julho como o Dia Municipal da Mulher Negra “Dona Valdete da Silva Cordeiro"
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https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/pessoa/valdete-da-silva-cordeiro-16434
https://www.goethe.de/ins/br/pt/kul/sup/fut/20863664.html
https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/video/valdete-da-silva-cordeiro-80989
http://meninasdesinha.org.br/video/palestra-dona-valdete-tedx-talk-belo-horizonte/