A MORTE É PASSAGEM

Este poema, mostrado numa novela da Globo, não é de Santo Agostinho, como se pensa, mas sim, de Henry Scott Holland (1847-1918), professor e cônego inglês.


A morte não é nada.

Eu somente passei

para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.

O que eu era para vocês,

eu continuarei sendo.


Deem-me o nome

que vocês sempre me deram,

falem comigo

como vocês sempre fizeram.


Vocês continuam vivendo

no mundo das criaturas,

eu estou vivendo

no mundo do Criador.


Não utilizem um tom solene ou triste, 

continuem a rir

daquilo que nos fazia rir juntos.


Rezem, sorriam,

 pensem em mim.

Rezem por mim.


Que meu nome

 seja pronunciado

como sempre foi,

sem ênfase de nenhum tipo.

Sem nenhum traço 

de sombra ou de tristeza.


A vida

 significa tudo o que ela sempre significou,

nossa comunicação não foi cortada.

Porque eu estaria fora

de seus pensamentos,

agora que estou apenas fora

de suas vistas?


Eu não estou longe,

apenas estou

do outro lado do Caminho...


Vocês que aí ficaram, sigam em frente,

a vida continua, linda e bela

como sempre foi.


Henry Scott Holland

(1847-1918)