repouso

Definição

O repouso é um tratamento em que uma pessoa permanece na cama a maior parte do tempo para tentar curar uma doença. É também conhecido como cura pelo repouso. 1

Dados importantes

Assume-se que a indicação de repouso para pacientes com dor lombar promove uma resolução mais rápida da dor e o retorno à atividade normal (2). Desde a década de 60 o repouso era um tratamento recomendado para a dor lombar. O período recomendado variava de 1 dias a 2 semanas. 3-7

Porém, a partir da década de 80 as evidências começaram a sugerir que um tempo de repouso menor, além de permanecer ativo, poderia ser mais útil que o repouso. 8-10 Até que na década de 90, a situação se inverteu e manter a atividade passou a ser preferido ao repouso. As evidências demonstraram que a manutenção das atividades, dentro dos limites permitidos pela dor, levam a uma recuperação mais rápida do que a repouso. 11, 12

Com o uso do modelo biopsicossocial nas pesquisas descobriu-se que fatores como o medo de lesão e o catastrofismo estão mais associados ao repouso do que a intensidade da dor e outros fatores específicos relacionados à dor, ou seja, é provável que fatores psicossociais estejam mais associados ao repouso prolongado do que fatores biológicos em si. 13

Intervenção

A recomendação mais atual é que o repouso, para pessoas com dor lombar aguda, é menos eficaz do que permanecer ativo. Para pacientes com dor lombar associada a dor radicular, existe pouca ou nenhuma diferença entre o repouso e o permanecer ativo. 14 Quanto mais tempo uma pessoa ficar em repouso devido a dor na coluna, maior a probabilidade dela ter um nível de dor mais alto, mais incapacidade física a longo prazo, ficar mais tempo afastada do trabalho e usar mais serviços de saúde. 15

Em resumo, o repouso favorece uma recuperação menos favorável e deve ser evitado como recomendação para pacientes com dor lombar. Na prevenção da incapacidade lombar, a triagem para catastrofização e medo de lesões em pacientes com dor lombar que tiveram repouso prolongado na cama merece consideração. 13

Ver também: massagem terapêutica

REFERÊNCIAS

1 Collin P. H. (2008). Dictionary of Medical Terms. A&C Black.
2 Brower R. G. (2009). Consequences of bed rest. Critical care medicine, 37(10 Suppl), S422–S428. https://doi.org/10.1097/CCM.0b013e3181b6e30a
3 Rowe M. L. (1969). Low back pain in industry. A position paper. Journal of occupational medicine. : official publication of the Industrial Medical Association, 11(4), 161–169. https://doi.org/10.1097/00043764-196904000-00001
4 Nachemson A. L. (1976) The lumbar spine: an orthopedic challenge. Spine, 1:59-71
5 Quintet R. J, Hadler N. M. (1979). Diagnosis and treatment of backache. Semin Arthritis Rheum, 8:261-87
6 Wiesel, S. W., Cuckler, J. M., Deluca, F., Jones, F., Zeide, M. S., & Rothman, R. H. (1980). Acute low-back pain. An objective analysis of conservative therapy. Spine, 5(4), 324–330. https://doi.org/10.1097/00007632-198007000-00006
7 Greenfield, S., Anderson, H., Winickoff, R. N., Morgan, A., & Komaroff, A. L. (1975). Nurse-protocol management of low back pain. Outcomes, patient satisfaction and efficiency of primary care. The Western journal of medicine, 123(5), 350–359.
8 Deyo R. A. (1983). Conservative therapy for low back pain. Distinguishing useful from useless therapy. JAMA, 250(8), 1057–1062.
9 Nachemson A. (1983). Work for all. For those with low back pain as well. Clinical orthopaedics and related research, (179), 77–85.
10 Deyo, R. A., Diehl, A. K., & Rosenthal, M. (1986). How many days of bed rest for acute low back pain? A randomized clinical trial. The New England journal of medicine, 315(17), 1064–1070. https://doi.org/10.1056/NEJM198610233151705
11 Malmivaara, A., Häkkinen, U., Aro, T., Heinrichs, M. L., Koskenniemi, L., Kuosma, E., Lappi, S., Paloheimo, R., Servo, C., & Vaaranen, V. (1995). The treatment of acute low back pain--bed rest, exercises, or ordinary activity?. The New England journal of medicine, 332(6), 351–355. https://doi.org/10.1056/NEJM199502093320602
12 Vroomen, P. C., de Krom, M. C., Wilmink, J. T., Kester, A. D., & Knottnerus, J. A. (1999). Lack of effectiveness of bed rest for sciatica. The New England journal of medicine, 340(6), 418–423. https://doi.org/10.1056/NEJM199902113400602
13 Verbunt, J. A., Sieben, J., Vlaeyen, J. W., Portegijs, P., & André Knottnerus, J. (2008). A new episode of low back pain: who relies on bed rest?. European journal of pain (London, England), 12(4), 508–516. https://doi.org/10.1016/j.ejpain.2007.08.001
14 Hagen, K. B., Hilde, G., Jamtvedt, G., & Winnem, M. (2010). WITHDRAWN: Bed rest for acute low-back pain and sciatica. The Cochrane database of systematic reviews, (6), CD001254. https://doi.org/10.1002/14651858.CD001254.pub3
15 Waddell, G., Feder, G., & Lewis, M. (1997). Systematic reviews of bed rest and advice to stay active for acute low back pain. The British journal of general practice : the journal of the Royal College of General Practitioners, 47(423), 647–652.